HELEU e o eterno enamorado


Hoje estive a seu lado,
e como namorado
me senti feliz.

Hoje estive bem perto,
e num jogo aberto
me declarei.

Não disse palavras,
rompi minhas travas,
deixei o silêncio falar por mim.

Hoje estive a seu lado,
e como namorado
me refiz .

Meus olhos,
seus olhos
brilhavam nossos olhos em nossos olhos.
Nos olhos,
uma declaração.

Minhas mãos,
suas mãos
acariavam nossas mãos em nossas mãos.
Nas mãos,
carinho.

Meus lábios,
seus lábios
molhavam nossos lábios em nossos lábios.
Nos lábios,
um beijo.

Hoje estive a seu lado,
e como namorado,
tudo aconteceu.
E as fitas vermelhas,
que sangue nos eram em nosso sangue,
eram nossos eternos laços de sangue...eterno!

João D'Olyveira

HELEU e a saudade materna



Hoje pensei em você, minha mãe. E o pensamento não se fez após sonhos, como d'outras vezes. Não. Desta vez se fez da concretude das minhas horas, ainda que essas sejam consideradas abstratas. Hoje pensei em você, minha mãe. E digitei no google a expressão "que saudade de minha mãe". E o que me veio? Oswaldo Montenegro. Que delícia de poeta!

Disse Oswaldo:

Como é que se faz
pra tomar condução por aqui, hein?
Eu quero dormir!
Tenho muito medo dessa escuridão.

Eu quero minha mãe!
Eu quero minha mãe!
E chegar a tempo
pro café com pão.

Eu quero minha mãe!
Eu quero minha mãe!
E chegar mais cedo
que o latido dos cães.

Fiz tudo pra crer nos homens toda vida e...
pau.
Fiz tudo pra crer nos homens toda vida e...
pau! pau ! pau! pau!

(Oswaldo Montenegro)


Obrigado, Oswaldo, os momentos de reflexão que me proporcionou. Pra ser sincero, não "matou a saudade". Até porque não era isso que desejava. Chega de morte! A letra-poema me fez sentir vontade de abraçar minha mãe...de perto! Compreendeu?
E quem ainda a tem, no plano terreno, que a ame intensamente! Que corresponda a todos os seus pedidos! Que seja filho, porque pleno! Se não a tem mais neste plano, e se a amou como eu amei a minha, que possa estar junto a ela eternamente.
Ou pelo pensamento, ou pelo desejo da própria eternidade. Este será o meu em todos os momentos da minha vida...terrena! Nada forçarei, todavia nada impedirei. E seja dito e bendito o seja!
Bênçãos maternas a todos "que têm saudade de suas mães"!

João D'Olyveira

HELEU e a guerreira

www.google.com.br


Embora William Shakespeare tenha dito “Fragilidade, o teu nome é mulher!”,
mulheres são GUERREIRAS...


Aquelas que transitam sem oportunismos,
ainda que produzam para oferecer;
que demonstram fatos e acontecimentos,
ainda que digam não terem feito quase nada...

Aquelas que não desistem dos objetivos,
ainda que reconheçam aqueles sem validade;
que oferecem segurança e lealdade,
ainda que digam apenas fazer a parte que lhes cabe...

Aquelas que amam intensamente,
ainda que se sufoquem no querer;
que perdoam casos e descasos,
ainda que sofram no calar das noites...

Essas são guerreiras, porque...

Guerreiras não atiram,
deixam ser baleadas,
para ressuscitarem a cada amanhecer!

Porém...
quanto às guerreiras, homens alertam homens:

Sócrates avisou: “Deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homem”.

Friedrich Nietzsch confirmou: “Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem”.

Sendo assim...

Essa tal fragilidade é enganosa. Todavia, importa-nos estar atentos
à nossa vida sentimental, que é um eterno campo de batalha...

“Uma mulher perdoará um homem por tentar seduzi-la, mas não o homem que perde essa oportunidade quando ela lhe é oferecida”, disse Charles Talleyrand-Périgord.

E a fidelidade à guerreira é tudo, não porque nos é exigido, mas porque nos é necessária à vida, quando se decide que se deseja viver uma vida a dois:

“Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil”, disse Leon Tolstoi.

João D’Olyveira

HELEU e o momento


HOJE
não amanhã
não depois
não qualquer dia
não qualquer hora
não outro momento

HOJE
tem que ser hoje
tem que ser neste momento
tem que ser neste dia
tem que ser nesta hora
tem que ser agora

HOJE
sem por nem tirar
sem dizer nem falar
apenas te olhar
apenas te olhar
apenas te olhar

HOJE
eu te amei mais uma vez!
João D'Olyveira

HELEU e o Cairo

Álbum: "Meu Cairo" - Arquivo Pessoal - Foto: João D'Olyveira

MEU CAIRO

MEU CAIRO É AQUI
DA MINHA JANELA
DE ONDE POSSO IMAGINAR MEU NILO

PORÉM...
ESTE CAIRO ME CALOU
MUDO EU FIQUEI
QUANDO MEU CAIRO SE CONSOLIDOU
E FORTIFICOU-SE DE VEZ!

PORÉM...
ESTE CAIRO CALO SE TORNOU
A DOR EM MIM FICOU
QUANDO CAIRO ME DISSE QUE NÃO
E VITORIOU-SE OUTRA VEZ!

TENTO, PORÉM, IGNORAR ESSES PORÉNS...

E TUDO PORQUE...
MEU CAIRO É AQUI
DA MINHA JANELA
DE ONDE POSSO IMAGINAR MEU NILO
E BANHAR-ME!

MEU CAIRO É AQUI
DA MINHA JANELA
ONDE FAÇO MINHA A TELA
E NELA PINTO VOCÊ...

MEU CAIRO É AQUI
MINHA GUERRA É COMIGO
MEUS INIMIGOS
EU MESMO OS CRIEI
E COMO CRIADOR
POSSO EXTERMINÁ-LOS!

E TUDO PORQUE...

MEU CAIRO É CALO QUE CALA
QUE ME CALA
MEU CASO DE AMOR PIRAMIDAL
UM CASO DE AMOR MATERNO!

MEU CAIRO É MEU CARO
QUE CALA E ACATA
MEU CASO DE AMOR FARAÔNICO!

AQUELE A QUEM PEÇO:
- CALE-ME DE VEZ! OU TE CALO...
MEU CAIRO!

João D'Olyveira

DESTAQUES DO MÊS