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HELEU e os elementos da narrativa amorosa



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Naquele exato tempo não perdido, 
vi a última janela do prédio à frente se apagar.
Entendi o sinal, sorri e...fui! 

Já elevado,
no tapete da sala de estar,
conjugamos os verbos ir e vir nos três modos:
indicativo, subjuntivo e imperativo, 
repetindo sucessivas vezes cada posição do prazer carnal.
Vez ou outra,
uma propriedade verbal.


Depois das duas,
cada qual se ajeitou a seu próprio modo.
Um selinho,
dois selinhos e uma dócil lambida.
Dois olhares integrais e sem-vergonhas.

Uma dose de vodka, 
um cigarro incomum. 
Um trago,
dois tragos,
três tragos e alguns pigarros.
Um retirar do fumo entre os dentes,
um cuspir lateral.

Na sequência,
um sorriso duplo,
um ajeitar desajeitado de roupas amarrotadas.
 Algumas palavras ditas por olhares,
em silêncio.

Novamente,
toques de não recolher.
E sob novas velhas carícias,
a liberação de nossas malícias,
todas elas soltas nas pontas dos dedos.

Em ação excitada e muita excitação,
um gozar a vida pela terceira vez.
Alguns jatos de felicidade dupla e individual,
interna e externamente canalizando-se em um tempo indeterminado.


Novamente o ajeitar das roupas que não tiveram tempo de sair dos corpos,
tão amarrotadas quanto os corpos.
Dois sorrisos marotos e dois acenares de dedo,
os mesmos dedos que "preliminaram" o prazer.

Outra vez a porta,
a tranca que não foi trancada,
a sacada espelhada,
o elevador.
A portaria,
a rua,
a rua,
a rua...

Sem essa de pedir desculpas,
dizer que não deveria ter feito,
que foi mal,
porque o que "já foi" sempre estará feito.
E que sempre seja bem feito sempre,
para sempre ser bem lembrado!

Assim tem sido:
tempo, espaço, personagens, enredo, narrador;
sexo, droga e Rock'n Roll


Os meus casos?

Bem, eles jamais serão somente meus,
porque sempre somarei atitudes e ações de outras personagens, 
cada qual atrás das cortinas das janelas dos prédios vizinhos das noites anteriores dos espaços físicos e mentais que ocupo nesta minha narrativa terrena plana ou esférica.

Ah! 
Mantenho vínculos por capítulos:
 uma narrativa de cada vez. 
No mínimo em dupla e em cumplicidade...como sempre fiz rs


João D'Olyveira

HELEU e o pensamento

www.google.com/images

"Hoje preciso de você
Com qualquer humor
Com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje [...]"


(Jota Quest)


Só Hoje II

Hoje pensei em você,
que em você não deveria pensar;
não deveria confiar;
apostar;
acreditar.

Hoje pensei em você,
que por você não deveria penar;
não deveria chorar;
agonizar;
nada creditar.

Todavia,
pareceu-me que algo eu devia;
e que, portanto,
deveria saber o que devia ser.
Não consegui,
comecei a pensar...e pensei!

Como pensei em você!

E tudo porque não consigo separar o concreto do abstrato;
o corpo da alma;
a água do fogo;
o prazer do tesão;
a pressa da calma;
o amor da paixão...

É difícil!

Sei que apenas sinto e desejo você,
assim como também sei que isto me maltrata;
que isto me machuca;
me amordaça...me lasca!

Contudo,
eu sempre acho que tudo isso passa;
que tudo é apenas meu achar.
Que nada me modifica,
nem solidifica,
nem passa,
nem fica...

E isso tudo me basta!

Hoje desejei mais uma vez não pensar em você;
desejei esquecê-la de vez;
e de vez enterrar esse sentimento caduco...

Entretanto,
malucamente,
em minha mente,
como serpente em seu ninho,
você insistiu em ficar.
E do meu lado,
aninhado,
você quis ressuscitar...e ressuscitou!

Naquele momento.
em tormento,
juro!
No escuro da mente,
convivi com a sorte e com a morte,
e desejei o duplo da rima.

Não nego,
de vez em quando e quase sempre me pego pensando,
pensando,
pensando...

E se penso é porque devo; 
e se devo,
pago...

Então,
 penso!

Hoje mais uma vez pensei em você...

Alguns me olharam,
outros me alertaram,
muitos me condenaram...

E que se dane aqueles que condenam meu pensar;
parem eles de pensar em mim,
e que pensem mais em si.

Porque... hoje,
mais uma vez...pensei em você!

                                                                                                                          João D'Olyveira








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