HELEU e a amizade


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AMIGOS SÃO PIPAS


Quando se faz um amigo, felicidade. Quando um amigo se torna seu inimigo, falsidade. Neste caso, a felicidade oferecida a você não era verdadeira. Tudo bem, mas como evitar essa falsidade? Alicerçando a amizade, antes de lhe oferecer pouso.   Também, medindo os abraços recebidos e ofertados, antes de carregá-la em seus próprios braços. E dialogando na medida, antes de falar-lhe ao pé do ouvido as suas intimidades. Em suma, equilibrando-se em todos os sentidos.

A construção da amizade  pode ser comparada ao "empinar pipa". Devo observar o tempo, o vento. Oferecer gradativamente a linha, para percebê-la vinculada à minha vontade, aos meus desejos, ainda que distante de mim. E aceitar que lá em cima ela possa pensar de forma semelhante: "Aquele que me oferece a linha não é meu dono, não me controla. Sabe me deixar livre, sem necessariamente me deixar solta". Por fim,  recolhê-la a cada enrolar da linha, aos poucos, sem pressa. Pura atração. A "pipa" que retornar sempre esteve com você; aquela que partir ao vento nunca lhe foi plena. Assim, melhor partir antes da falsidade ofertada em papel de seda.


NÃO COLECIONE PIPAS, OFEREÇA A ELAS A POSSIBILIDADE DE VOAR! 


                                                                 João D'Olyveira

HELEU e as circunstâncias das horas

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Vitória-régia

O horário, o local, as reais personagens, nada agora importa. Nada nos importa que entre por esta porta. Importa-nos o furor da narrativa, apenas isto! 

As circunstâncias das horas provocam reações, é o novo que surge e ressurge de novo, e novamente. E esse novo aparece como marca d'água, portanto gera sobressalências. E não há como omiti-las. Se masculinizadas, bem mais!  Pena que em processo rápido. Pena que em ocasião não libriana. Pena que sem diálogo no depois...

Nessas ocasiões, a mágoa é algo normal, ainda que anormal. Afinal, o prazer é reação dupla: um dá a largada, o outro autoriza a jogada. Na reação, mãos se tornam bússolas, e buscam direções. O alvo não é tão alvo, porque subjetivo. Dessa forma, vale-nos a sensação do prazer. O límpido gozo paulatino. Não se corre, não se escorre. Ele se faz!

Tudo parece "trans-correr" normal nessa anormalidade. Poucas são as reações "quase contrárias", ou nenhuma reação. O silêncio fala. As mãos falam. O corpo fala. Cada movimento se traduz em um enunciado linguístico mental. É o tal não-verbal que entra em cena. Se filmada, que cena! E tudo gera um gosto de "quero mais", de "quando estaremos juntos novamente", de...deixa pra lá!

Não exijo fidelidade para essas ocasiões (nem para as próximas). Fidelidade, enquanto relacionamento, não. Fidelidade participativa, sim! Não há como negar a importância do outro em nossa vida. Estar sozinho é completamente diferente de estar solitário. E nos encontros, quanto mais nos íntimos, fidelidade significa governo. E não compare a Fidel, por favor! Digo fidelidade no sentido de parceria. Quero estar com você, ou não? Quero "jogar" com você, ou não? Quero ou não quero, e ponto-final. Fidelidade é  a intimidade de um em outro, em única ação.

É cruel dividir momentos de prazer a dois e se responsabilizar pela culpa do outro. Se desta maneira, afirmo ser maldade. Pura sacanagem. Se não queria, por que não criou impedimentos? A mesma mão que se calou poderia ter falado à beça (ou à bessa, como queira). Os suspiros de prazer poderiam ter sido substituídos por expressões do tipo "que saco", ou qualquer outra ação (verbal ou não-verbal) significativa ao desagrado do momento. 

Se calado e prazeroso, isto é puro aceite. Não há nada mais "puto" que discursar que se sentiu indefeso, que não disse nada porque não queria magoar. "Orra!" Se realmente não queria e se sabia que esse exercício duplo iria te magoar, por que não impediu sua mágoa? Por que não quis magoar o outro e preferiu se magoar? Martírio? Chega de mártires, queremos homens de bem. Mártires são aberrações que colocam em nossas cabeças. Com licença, mas é difícil entender e aceitar esse discurso. Não estou negando possíveis "verdades", apenas desacredito que essa seja "uma verdade". Apenas isto. E isto é tudo!

Se nada disso poderia ter sido impedido (ou não se desejou que assim o fosse), o que se requer para a pós-ação é compreensão. Um momento para, pelo menos, justificar a ousadia melódica da bússola humana. A mão que "balança o berço" é a mão que possuia um berço para poder balançar. O diálogo (mesmo na ação não-verbal) é ação a dois. É um dar e receber ao mesmo tempo, e no mesmo espaço. O prazer é que  nos transporta para outro tempo e para outro espaço...ainda em diálogo!

E esta postura em palavras, sobre os nossos atos e a sua omissão, não é arrependimento, não. Aliás, não devemos nos arrepender daquilo que nos faz bem, porque nos foi bom.O que não se pode é comprometer o outro com o silêncio, a fuga. Criar meandros inoportunos é mentir ao outro e ao próprio. No mote, o outro lhe ofereceu prazer, ainda que a recusa e o arrependimento tenham lhe "batido à porta". No fundo (ainda que raso) o tempo nos ofereceu lá seus bons prazeres. Discorda desta afirmativa?

Assim...se quiser aparecer, apareça. E quando aparecido, pode ficar. Até já sinto saudade, porque foi muito bom durante. Não ousaria dizer depois, porque realmente não está sendo. Prazer cortado é "oda"!  Este depois está sendo sofrido. Silêncio doi pra cacete! E em nome dessa felicidade que deveria ser contínua, por favor, reveja posturas. Apareça!

O ser humano deve aprender a lidar com o tempo presente, que possui este nome porque assim o é. O que oferecemos ao outro é presente. Ninguém deveria sair por aí ofertando pretéritos, a não ser aqueles que insistem em acentuar o negativo nos presentes dados e recebidos. Esses são crueis, lúciferes enjaulados em corpos humanos. Acreditam que caridade se oferece em quilos, nas sórdidas campanhas em prol de estômagos famintos de matéria. Não. Caridade é ato de saber oferecer e não pedir de volta. Arrepender-se de um ato que se tornou fato é claramente um pedido de volta à ação ofertada. E isto é "oda"!

De resto, foi bom pra caramba!!! Porém, um treino...

A partida foi cancelada, e precisa ser "re-agendada"!

João D'Olyveira

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