HELEU e o paraiso do gargalho



Arquivo Pessoal 
Foto: Vicentini Gomez

Lembro-me apenas de que era um domingo à tarde e de que gargalhava muito, independentemente das incertezas que me habitavam. Parecia estar tudo bem, mas para que mesmo servem as certezas? 

Sabia que desejava registrar aquele momento, o qual me parecia certo, ainda que carregue comigo a observação de que o incerto ronda constantemente as nossas vidas. Agora, se era mesmo uma certeza, então a possuía naquele momento. 

Em sendo assim, registrei o tal momento e nada mais me interessou além daquele registro. Tenho comigo, também, que registros são necessários para abrir e fechar o tempo que ocupamos nos espaços que, às vezes, somente ocupamos. 

Não acredito em divisão de espaços. Sou mais para a ocupação de pequenos espaços que se aglomeram, enganando-nos como um espaço diametralmente maior. Então, não o dividimos, apenas ocupamos aquele que nos pertence ou passa a nos pertencer, por "n" razões. 

Ah! Você quer saber o que rolou depois daquele gargalho? Nem me lembro mais (nem menos). E nem faço força para me lembrar. Fazer força para se lembrar de fatos passados é como defecar com o intestino preso. Dói pra caramba! 

O importante mesmo foi aquele "agora" da gargalhada registrada, assim como este "agora" também o é, o do registro escrito daquele gargalho. Afinal, a vida terrena não é tão chata assim, como alguns pensam e dizem. Se desejarmos, o terreno pode ser infinitivamente um paraíso sem maçãs podres e bichadas, serpentes enroladas, "evas" daninhas e traidoras, e "adões" machistas, covardes e idiotas.  

E aqui "faço valer" os versos de Ivan Lins: "Quero sua risada mais gostosa. Esse seu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa [...] sem vergonha de aprender como se goza". 

E pode! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK                                                  


                                                                  João D'Olyveira                                                                 





HELEU e Ana Carolina

Arquivo Pessoal

OUTUBRO DE 2007. O DESTINO ERA MARINA LIMA. O SHOW. A GRAVAÇÃO DO NOVO DVD. ISTO ERA REGRA. ATÉ ENTÃO SEM EXCEÇÃO. MAS, TODAVIA, PORÉM, CONTUDO, AQUELE SORRISO BREVE E LARGO INTERROMPEU QUALQUER REGRA. QUALQUER DÚVIDA. ERA ELA. ANA. CAROLINA. ANA CAROLINA. PRIMEIRAMENTE OS FLASHES, DEPOIS AS POSES. MUITOS "POSSO FOTOGRAFAR?" ELA APENAS SORRIA E APENAS SORRIA. E EU LÁ. NO PONTO MÁXIMO DA OBSERVAÇÃO. EU. ANA E A HUMANIDADE HUMANOIDE DAS TELINHAS. HAVIA ATÉ PRODUTO DA MALHAÇÃO. TUDO ERA ANA. TUDO ERA CAROLINA. E MARINA? MARINA DEPOIS. AGORA ANA. AGORA CAROLINA. E EU APENAS SORRIA A DISTÂNCIA. APENAS. SORRIA. APENAS . DISTÂNCIA. DE REPENTE. UM GESTO NO OLHAR PEDIU LICENÇA. MUITAS FOTOS. MUITOS FLASHES. "POSSO?" INDAGUEI-A. DA PARTE DELA APENAS UM SORRISO. UM ABRAÇO. UM QUASE BEIJO. EU. ANA E A HUMANIDADE HUMANOIDE. ABRAÇOS. SORRISOS. OLHARES. "EU NÃO VOU PARAR DE TE OLHAR". EU NÃO CONSEGUIA PARAR DE TE OLHAR. VOCÊ FOI ÓTIMA. SEU TOQUE. SEU GESTO. TUDO SEU. O SEU TODO EM MEU MOMENTO QUE FOI NOSSO. UM SER E UM ESTAR AO SEU LADO. APENAS UM SER. O SEU SER. O SER. O SER DE ANA. O SER DE CAROLINA. NAQUELE MOMENTO EU A AMEI. EU AMEI CAROLINA. EU AMEI ANA CAROLINA. E GOZEI A ETERNIDADE DO MOMENTO. MARINA LIMA? FOI ÓTIMA.  O SHOW FOI ÓTIMO. TODAVIA, TUDO DEPOIS DE ANA. TUDO DEPOIS DE CAROLINA. TUDO DEPOIS DE ANA CAROLINA. E MEU GOZO FOI ETERNO. NO TERNO QUE NÃO USAVA. NO TERNO QUE SENTIA. NO TERNO MOMENTO DO SER E DO ESTAR...ETERNAMENTE. POR ESTA E OUTRAS RAZÕES QUE SÃO TÃO NOSSAS. EU NÃO ME CANSAREI. "EU NÃO VOU PARAR DE TE OLHAR" E DE TE OUVIR, ANA CAROLINA!



                                                                                                                       João D'Olyveira





HELEU e a peça "Deu maromba na maroma"

Foto: Arquivo Pessoal - Karina Sbruzzy


 "Deu Maromba na Maroma" 


Interpretação
Karina Sbruzzy


Texto
João D'Olyveira


Direção
Marcelo Lazzarato


DOIS QUADROS




Foto: Arquivo Pessoal - João D'Olyveira



Entrevista à Revista Eletrônica da UNITAU Universidade de Taubaté


HELEU e os elementos da narrativa amorosa



Google/Images


Naquele exato tempo não perdido, 
vi a última janela do prédio à frente se apagar.
Entendi o sinal, sorri e...fui! 

Já elevado,
no tapete da sala de estar,
conjugamos os verbos ir e vir nos três modos:
indicativo, subjuntivo e imperativo, 
repetindo sucessivas vezes cada posição do prazer carnal.
Vez ou outra,
uma propriedade verbal.


Depois das duas,
cada qual se ajeitou a seu próprio modo.
Um selinho,
dois selinhos e uma dócil lambida.
Dois olhares integrais e sem-vergonhas.

Uma dose de vodka, 
um cigarro incomum. 
Um trago,
dois tragos,
três tragos e alguns pigarros.
Um retirar do fumo entre os dentes,
um cuspir lateral.

Na sequência,
um sorriso duplo,
um ajeitar desajeitado de roupas amarrotadas.
 Algumas palavras ditas por olhares,
em silêncio.

Novamente,
toques de não recolher.
E sob novas velhas carícias,
a liberação de nossas malícias,
todas elas soltas nas pontas dos dedos.

Em ação excitada e muita excitação,
um gozar a vida pela terceira vez.
Alguns jatos de felicidade dupla e individual,
interna e externamente canalizando-se em um tempo indeterminado.


Novamente o ajeitar das roupas que não tiveram tempo de sair dos corpos,
tão amarrotadas quanto os corpos.
Dois sorrisos marotos e dois acenares de dedo,
os mesmos dedos que "preliminaram" o prazer.

Outra vez a porta,
a tranca que não foi trancada,
a sacada espelhada,
o elevador.
A portaria,
a rua,
a rua,
a rua...

Sem essa de pedir desculpas,
dizer que não deveria ter feito,
que foi mal,
porque o que "já foi" sempre estará feito.
E que sempre seja bem feito sempre,
para sempre ser bem lembrado!

Assim tem sido:
tempo, espaço, personagens, enredo, narrador;
sexo, droga e Rock'n Roll


Os meus casos?

Bem, eles jamais serão somente meus,
porque sempre somarei atitudes e ações de outras personagens, 
cada qual atrás das cortinas das janelas dos prédios vizinhos das noites anteriores dos espaços físicos e mentais que ocupo nesta minha narrativa terrena plana ou esférica.

Ah! 
Mantenho vínculos por capítulos:
 uma narrativa de cada vez. 
No mínimo em dupla e em cumplicidade...como sempre fiz rs


João D'Olyveira

HELEU e a liberdade amorosa



Google/images

A minha tristeza pelo término do nosso relacionamento será sempre menor que a felicidade a mim proporcionada durante o tempo em que estivemos juntos. Durante nossa convivência amorosa, aprendi uma das mais significativas lições de amor: deixar o outro livre. Também, que amar jamais será sinônimo de possuir. Hoje amo você muito mais que ontem e muito menos que amanhã. Contudo,  seja feliz sempre, como e com quem desejar a felicidade!


João D'Olyveira



DESTAQUES DO MÊS