HELEU e a virgindade





Na minha primeira vez, eu era apenas um moleque curioso e apaixonado. Por esta razão, acreditei fielmente naquela jovem profissional, que me fez protagonista de uma inesquecível descoberta, tão intensa e prazerosa. Lembro-me, em detalhes, do primeiro toque, do corpo em febre, dos lábios sobre os lábios, dos lábios delas sobre minhas vergonhas e dos meus sobre as vergonhas dela. Uma suave e perfumada melodia produzida por nossos órgãos sexuais: nossos concavo e convexo. O melhor de tudo é que nada se fez pela brutal força física, porque os dois buscavam a satisfação. O prazer, sim, este era intenso. E tudo isso me ensinou muito: nada forçado é bom!

O carinho foi recíproco, como deveria ter sido. O depois foi bom. E...depois desse e de outros encontros vieram as namoradinhas. Sentia-me um veterano. Pura ilusão! O tempo nos prova que cada novo encontro será sempre um novo encontro. O que me incomoda mesmo é ver algumas pessoas colocarem sexo em um único recipiente, como coisa má. Sexo é bom, faz bem... Tem que saber equilibrá-lo às outras ações da vida, apenas isto! Nem muito, nem nada rs Com direito à escolha, é claro! Sem com isso "preconceituar". Lembra-se da sua primeira vez? Refiro-me à primeira prazerosa; aquelas que assim não foram, delete-as rs 

Com todo agradecimento e respeito por lições tão profundas, hoje bateu uma boa saudade das minhas professoras sexuais da adolescência. Um brinde a elas! 


 João D'Olyveira


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HELEU e a paixão



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A viagem está sendo boa; a companhia, ótima! Tudo está conforme o não planejado. Por exemplo: havia muito tempo que não andava de mãos dadas pelos passeios públicos. Não nego que achei estranho, porém, também não nego que gostei dessa nossa atitude desmensurada. Talvez seja porque... Talvez, não! É fato: os meus "amores" têm sido mais de escortina, o que me impede de expô-los como fato comum do cotidiano.

Ontem demos uma literalmente  "de turistas", com ritual guiado e tudo mais. À noite, curtimos  com os amigos, até altas horas, no bar do hotel. Depois, cada qual pro seu próprio quarto. Hoje de manhã, durante o café, cheguei a gargalhar muito, trocando causos escolares e outros. Que me lembre, meu último gargalho ocorreu no final dos anos 90. É... está lá, perdido numa fotografia, a qual não sei por que ainda mantenho no velho álbum.

Café tomado, um  prazeroso passeio ao horto. Diferentemente do dia anterior, fomos apenas nós dois. Os amigos decidiram por outra atração turística. Juntos, papo-livre e boas lembranças diversificadas. Caminhamos por trilhas, que transformávamos em longas avenidas, tamanha estava sendo a nossa felicidade. Sentíamos-nos em uma viagem somente nossa. Estávamos felizes. Aliás, estamos!

No horto, uma oportuna pausa para admirar a natureza, ouvir o canto dos pássaros vencerem o ruído dos motores. Tudo muito zen! E nós dois juntos naquela selva inserida nas pedras urbanas. De um lado, prédios; do outro, uma mata semifechada. Ao centro, dois apaixonados solidários e não revelados. E como todos os apaixonados, hipérboles insistiam em marcar presença em nossas falas, nossas atitudes. Isto justifica o horto em que estávamos se tornar uma selva, entre tantos outros exageros que ocorrem nesses momentos, os quais somente quem se apaixona pode entender.

De repente, novos movimentos das mãos. As danadinhas foram ganhando vida própria, buscando mais que apenas outras mãos. Bem mais "calientes" que as primeiras pegadas. Não nos repreendemos, até porque não havia um porquê justificado. Carícias, toques, aproximação dos lábios em descontrolada respiração. Tudo foi acontecendo sequencialmente. E tudo nos levou a um longo e saboroso beijo. Enquanto o beijo rolava, os olhos se mantinham serrados, talvez para enxergar melhor o nosso íntimo. As mãos é que ganhavam olhos. Assim, também,  nossas línguas. Como somos um todo, nossos sexos também se beijaram da forma permitida para o local e o momento.

Depois, olhares e sorrisos comprometedores. Embora incompleta, a ação havia sido prazerosa. A respiração mantinha-se rápida e aquecida, provocando risos mais declarados. Nossos sexos apenas "deram um tempo", mas explodiam em nossas intimidades. É... Não havia dúvidas sobre nossos desejos, muito menos arrependimentos. Nesse contexto, aquela fala mansa e desejosa: "Vamos voltar pro hotel?" Sem exitar, a minha maneira de responder nessas horas: "- Humhum..."  E fomos!

Para conhecimento, a viagem continua sendo boa; a companhia cada vez melhor! Passamos a tarde no quarto do hotel, que agora estamos dividindo. Sexo, sexo e sexo. Também, um "lanchinho da hora". Depois do sexo, sempre sinto uma "larica" danada. Neste momento estou na sacada do hotel, observando os transeuntes decididos ou indecisos caminharem pelos passeios da longa alameda calçada de paralelepípedos. Enquanto os observo, traço um "baseado", baseado em algo que não consigo ou não quero entender. Sei lá!  Concreta mesmo, apenas a brisa leve e fria que toma conta da noite. A impressão que tenho é que ela me solicita ser aquecida.

Dou às costas pra rua e olho pela vidraça o interior do quarto. Na cama, um corpo seminu movimentando-se pra lá e pra cá, à procura do melhor encaixe para o tronco, os braços, as pernas. E que pernas!  E aquele bumbum angelical? E a boca? Hummm... Lábios carnudos. Gosto de lábios carnudos. Eu frente a um ser tão cheio de vida, tão jovem, tão belo. Vencido pelo prazer, não resisto e volto pra cama. Sorriso matreiro e pensamento maroto: "Que bom que essa viagem só vai terminar daqui a dois dias!"


João D'Olyveira




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