O que eu quero e estabeleço como prioridade versus o que os outros desejam e necessitam de mim neste momento. Este pensar resulta em honestidade própria, para uso coletivo. Neste ínterim, parafraseando um poema musical de Vander Lee, sei apenas que estou relendo minha lida, minha alma, meus amores. Estou revendo minha vida, minha luta, meus valores. Estou podando meu jardim...cuidando bem de mim!
João D'Olyveira
Imagem: Homem esculpindo-se a si mesmo, do artista uruguaio Yandi Luzardo, inspirada no princípio da evolução consciente proposto pela logosofia.
simplesmente me ponho a escutar minha mente e meu coração.
A cada
novo calo em meu falo,
nada falo
pra não te sufocar.
Suas
ligações não mais as atendo,
porque não mais as entendo,
não mais as
compreendo,
não mais as
interpreto,
não mais as
consigo analisar.
Suas mensagens eletrônicas eu as apago,
cancelo os seus perfis
nas redes sociais.
Em nossos mínimos contatos,
hoje quase sem
tatos,
invento histórias,
tentando ganhar
tempo pros comerciais.
No dia a
dia leio, escrevo, desenho, toco e pinto;
componho muito ou nada a cada arte produzida.
Na velha cadeira de balanço, quase em loucura induzida,
descanso um corpo plenamente abduzido.
Levo comigo somente uma
certeza: nada de você me apavora.
Afinal você não tem hora, é meu agora e a hora que chegar.
É minha vasta memória, uma gratificante história, que não inventei, pra ninguém contar.
Todavia, por todas as minhas artérias e veias, essas sanguíneas vias, quando estou
quase curado das feridas,
desejando roupa limpa e nova vida,
colocar a casa em
ordem na minha desordem,
botar no rosto um sorriso
falso pra enganar e me enganar,
eis que você
retorna ao lar doce lar.
Expiro, inspiro-me e suspiro, enquanto você aos poucos novamente me entorna,
retorna, retoma, toma e torna a me indagar.
Daí não tem mesmo jeito, perco-me no sacrifício do silêncio,
porque você
é um vício que não consigo largar.
Depois da entrega garrida, no somar das horas escorridas, ao seu lado ou do seu lado apaixonado,
apenas busco a felicidade cedida em andares ímpares, jamais a perfeição dos pares carteados.
Depois do depois, ouvindo no pen drive uma velha canção, tento entender suas idas e voltas, essa sua indecisão. Num dia sou seu grande amor;
no outro, não!
João D’Olyveira
Inspirado na letra e música "Eu não entendo", Nenhum de Nós.
O nosso encontro foi maravilhoso. Tudo na medida desmedida
do prazer. Estava mesmo precisando daquele toque, daqueles abraços, daqueles
beijos. Estava carente do sexo que insistiu em rolar mais de uma vez entre nós. Então...mas...quem é você? Quem é você que agora entra em todos os sonhos meus? Que invade os meus desejos, como se fossem seus? Que entra em mim
desse jeito, sem se importar se ao menos eu lhe dou esse direito? Que me
confunde quando me possui? Que, no seu corpo, me transporta para lugares onde eu
nunca estive? Que me transforma quando toca em mim? Que conseguiu me dominar
assim? Que se apossou dos meus sentidos? E os meus defeitos mais antigos tirou-os de mim sem eu sentir? Que me amou sem que eu pedisse, fazendo até com que eu te
amasse, sem nem saber quem era você. Quem
é você?
João D'Olyveira
Adaptação livre da letra de música "Quem é você?", de Cury Heluy (http://youtu.be/szPi9tzemJQ). O acréscimo é a mais impura
realidade rs