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HELEU e a paixão



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A viagem está sendo boa; a companhia, ótima! Tudo está conforme o não planejado. Por exemplo: havia muito tempo que não andava de mãos dadas pelos passeios públicos. Não nego que achei estranho, porém, também não nego que gostei dessa nossa atitude desmensurada. Talvez seja porque... Talvez, não! É fato: os meus "amores" têm sido mais de escortina, o que me impede de expô-los como fato comum do cotidiano.

Ontem demos uma literalmente  "de turistas", com ritual guiado e tudo mais. À noite, curtimos  com os amigos, até altas horas, no bar do hotel. Depois, cada qual pro seu próprio quarto. Hoje de manhã, durante o café, cheguei a gargalhar muito, trocando causos escolares e outros. Que me lembre, meu último gargalho ocorreu no final dos anos 90. É... está lá, perdido numa fotografia, a qual não sei por que ainda mantenho no velho álbum.

Café tomado, um  prazeroso passeio ao horto. Diferentemente do dia anterior, fomos apenas nós dois. Os amigos decidiram por outra atração turística. Juntos, papo-livre e boas lembranças diversificadas. Caminhamos por trilhas, que transformávamos em longas avenidas, tamanha estava sendo a nossa felicidade. Sentíamos-nos em uma viagem somente nossa. Estávamos felizes. Aliás, estamos!

No horto, uma oportuna pausa para admirar a natureza, ouvir o canto dos pássaros vencerem o ruído dos motores. Tudo muito zen! E nós dois juntos naquela selva inserida nas pedras urbanas. De um lado, prédios; do outro, uma mata semifechada. Ao centro, dois apaixonados solidários e não revelados. E como todos os apaixonados, hipérboles insistiam em marcar presença em nossas falas, nossas atitudes. Isto justifica o horto em que estávamos se tornar uma selva, entre tantos outros exageros que ocorrem nesses momentos, os quais somente quem se apaixona pode entender.

De repente, novos movimentos das mãos. As danadinhas foram ganhando vida própria, buscando mais que apenas outras mãos. Bem mais "calientes" que as primeiras pegadas. Não nos repreendemos, até porque não havia um porquê justificado. Carícias, toques, aproximação dos lábios em descontrolada respiração. Tudo foi acontecendo sequencialmente. E tudo nos levou a um longo e saboroso beijo. Enquanto o beijo rolava, os olhos se mantinham serrados, talvez para enxergar melhor o nosso íntimo. As mãos é que ganhavam olhos. Assim, também,  nossas línguas. Como somos um todo, nossos sexos também se beijaram da forma permitida para o local e o momento.

Depois, olhares e sorrisos comprometedores. Embora incompleta, a ação havia sido prazerosa. A respiração mantinha-se rápida e aquecida, provocando risos mais declarados. Nossos sexos apenas "deram um tempo", mas explodiam em nossas intimidades. É... Não havia dúvidas sobre nossos desejos, muito menos arrependimentos. Nesse contexto, aquela fala mansa e desejosa: "Vamos voltar pro hotel?" Sem exitar, a minha maneira de responder nessas horas: "- Humhum..."  E fomos!

Para conhecimento, a viagem continua sendo boa; a companhia cada vez melhor! Passamos a tarde no quarto do hotel, que agora estamos dividindo. Sexo, sexo e sexo. Também, um "lanchinho da hora". Depois do sexo, sempre sinto uma "larica" danada. Neste momento estou na sacada do hotel, observando os transeuntes decididos ou indecisos caminharem pelos passeios da longa alameda calçada de paralelepípedos. Enquanto os observo, traço um "baseado", baseado em algo que não consigo ou não quero entender. Sei lá!  Concreta mesmo, apenas a brisa leve e fria que toma conta da noite. A impressão que tenho é que ela me solicita ser aquecida.

Dou às costas pra rua e olho pela vidraça o interior do quarto. Na cama, um corpo seminu movimentando-se pra lá e pra cá, à procura do melhor encaixe para o tronco, os braços, as pernas. E que pernas!  E aquele bumbum angelical? E a boca? Hummm... Lábios carnudos. Gosto de lábios carnudos. Eu frente a um ser tão cheio de vida, tão jovem, tão belo. Vencido pelo prazer, não resisto e volto pra cama. Sorriso matreiro e pensamento maroto: "Que bom que essa viagem só vai terminar daqui a dois dias!"


João D'Olyveira




HELEU e a boa amizade


Arquivo Pessoal

"Meus bons amigos, onde estão? Notícias de todos quero saber.
Cada um fez sua vida de forma diferente. Às vezes me pergunto:
malditos ou inocentes? "

(Barão Vermelho)


Regras Essenciais para uma Boa Amizade


Os homens se assemelham às crianças, que adquirem maus costumes quando mimadas. Por esta razão, não deveríamos ser excessivamente condescendentes e amáveis com ninguém. Um exemplo desse "não excessivo" pode ser o seguinte raciocínio: "Não se perderá um amigo por lhe negar um empréstimo, mas muito facilmente por lhe conceder". Ou este outro: "Não se perderá nenhum amigo por conta de um tratamento orgulhoso e um pouco negligente, mas amiúde em virtude das excessivas amabilidades e solicitudes, que fazem com que ele se torne insuportável, fato que produzirá a ruptura. Todavia, é sobretudo o pensamento de que precisamos das pessoas que lhes é absolutamente insuportável: petulância e presunção serão consequências inevitáveis.

Em algumas pessoas, tal pensamento origina-se em certo grau já pelo fato de nos relacionarmos ou conversarmos frequentemente com elas de uma maneira confidencial. De imediato, pensarão que nós também devemos ter paciência com elas e tentarão ampliar os limites da polidez. Eis porque tão poucos indivíduos se prestam a uma convivência íntima. Desse modo, temos de evitar qualquer familiaridade com naturezas de nível inferior. Contudo, se esse indivíduo imaginar que é mais necessário a nós do que nós a ele, terá como sensação imediata a impressão de que lhe roubamos algo. Tentará, então, vingar-se e reaver os seus pertences. O único modo de desenvolver a superioridade na convivência com os outros é não precisar deles de maneira alguma e fazê-los perceber isso. 

Consequentemente, é aconselhável fazer sentir de tempos em tempos a qualquer um, homem ou mulher, que podemos muito bem passar sem ele. Isto fortalece a amizade. Para a maioria das pessoas não é prejudicial se, de vez em quando, adicionarmos uma pitada de desdém na nossa atitude para com elas. Atribuirão tanto mais valor à nossa amizade: Chi non estima vien stimato [Quem não estima é estimado], diz um fino ditado italiano. Se, todavia, alguém nos é de fato muito valioso, devemos ocultar-lhe essa conduta como se fosse um crime. Ora, semelhante atitude não é agradável, mas é verdadeira. Os cães quase não suportam uma amizade excessiva; os homens, menos ainda.

Adaptado por João D'Olyveira, do original de Arthur Schopenhauer, in "Aforismos para a Sabedoria de Vida".

HELEU e a metamorfose amorosa




Metamorfose significa mudança. É a transformação de um ser em outro. De uma forma em outra. O foco da vez é a possível metamorfose no relacionamento amoroso. Na balança, o "relacionamento positivo" e o "negativo". Para simplificar as coisas, tenhamos como exemplo os nossos próprios acertos e as nossas próprias frustrações. Dizem que amores e paixões são coisas de "gente grande", não é? Por ser assim e para refletirmos juntos, que cada um de nós tenha em mente os amores conquistados ou os amores perdidos, independentemente do tempo cronológico ou psicológico por nós sustentado para esse "rala e rola". Neste consenso, chegamos aos gostos e aos desgostos, sentimentos que, respectivamente, podem nos elevar ou nos destruir, cada qual com sua sina. Sejam risos ou lágrimas. Brindes ou porres.

E é sobre o "desgosto sentimental" que desejo discorrer agora, o qual ocorre em razão da não correspondência por parte de um "outro" que invadiu nossa vida ou foi atraído por nós para dividi-la, com prejuízos. Não nos cabe aqui, todavia, discutirmos se esse "outro" nos enganou ou não. Como também não importa, neste momento, se nos deixamos ser enganados. O que nos importa, agora, é saber que podemos tirar muito proveito dessas "partidas", porque elas podem nos levar a reflexões significativas para o nosso crescimento como ser humano. Afinal, os rompimentos (ou as não correspondências) nos oferecem a oportunidade de também rompermos com uma nossa versão desgastada e repetitiva de amante. Aquela insistente versão presente em todas as nossas "apaixonites agudas", as quais nos dominam e nos fazem mal. Algo que não tem imunidade nem vacina. 

Quantas não foram as vezes que repetimos a mesma história amorosa? Quanto não oferecemos (e nos oferecemos) àquele que chegou? Quanto tempo levamos para perceber a "não correspondência"? E tudo devido à nossa excessiva dedicação ao "outro" e ao consequente esquecimento de nós mesmos. Somos sim, nesses casos, "babacas" sentimentais, porque é sabido que dar sem receber sempre levará à falência individual. Isto é fato em qualquer circunstância. É dito, provado e registrado em cartório.

Nesse contexto, que possamos tirar proveito desses momentos negativos. Somar pontos positivos e ter em mente que lágrimas devem lavar a alma, jamais a inundar. Também, que para as depressões pontes devem ser construídas. Na soma das ações, que consigamos localizar chegadas nas partidas e parar de competir em vão. No bojo, é preciso vencer os nossos inimigos interiores. Sentindo-nos bem, faremos bem a outros que se aproximam. E dentre esses "outros", um daqueles que ainda virão ou um daqueles que sempre estiveram perto de nós, sem nunca o termos notado, visto que perdíamos tempo com a versão negativa do nosso sentimento. Agora...quanto ao "outro" que se foi, "boa sorte" pra ele. E que venha a nós a nossa nova versão!

                                                                                                                                      João D'Olyveira


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