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HELEU e a sensibilidade à flor da pele


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"Se você não entende não vê,
se não me vê não entende.
Não procure saber onde estou,
se o meu jeito te surpreende [...]"

(Kiko Zambianchi)

Lembrei-me de uma personagem de um humorístico da TV Brasileira, que fazia uso do seguinte bordão: "Tô porraqui!". A lembrança tem um motivo rs É que hoje estou extremista para muitas coisas: "Tô porraaquiaodobro!". Sabe o que é? Não sabe? Eu digo... As coisas estão chatas e confusas. Muito chatas com "ch" e confusas demais com "s", ou seja, sem pôr nem tirar. Chatas e confusas mesmo! Tô naqueles dias que você abre a geladeira, procura algo para beber ou comer, mas nada encontra. Abre o guarda-roupa, procura uma peça de roupa, mas não a encontra. Nada serve. Não bebe e nem come nada, e acaba se revestindo com uma peça de roupa que acabou de tirar. A peça não importa.  É isto que está acontecendo comigo.

No fundo do fundo do fundo, quando estamos assim é porque nós é quem estamos vazios, ocos, loucos e os cambaus. Fazendo uso de uma expressão dos anos 70, "podes crer"! Tudo está vinculado aos nossos primeiros erros praticados a cada etapa de um desses inúmeros erros que a vida nos proporciona. No misto de "pode" e "não pode", acabamos aceitando, porque quem não está servindo para o mundo é o próprio que lança seu reclame de graça. Então...hoje estou assim: uma vontade de comer "algo gostoso". Só que este "algo gostoso" não está na geladeira e muito menos no guarda-roupa. O "algo gostoso" que desejo está na minha mente ou no meu coração. Na alma, quem sabe, sei lá!  Oh Santa Fragilidade Humana!

Uma gelada? Uma purinha? Oração? Sei lá de novo...não está sendo fácil! Não bastasse, tem essa das ausências demarcadas. É fato. Nesses momentos, lembramo-nos muito daqueles que simplesmente não aparecem mais. Sabe aquela rotina boa que rolava entre você e alguém que te completava? Então... só lembranças! Havia até frases feitas, tipo "Ei, você está em casa?" "Estou indo pr'ai!" "Quer que leve alguma coisa?" "Beleza, daqui a pouco to chegando!" Era bom, mas hoje nada conforta mais nada. Caiu tudo no esquecimento do "outro", é claro! Isso incomoda tanto que até a gente acaba se ausentando da gente mesmo. Fique tranquilo, prometo que não vou chorar. Pra chorar, a coisa tem que rasgar fundo, mesmo! Ainda não rasgou rs

Não é uma questão de gosto ou de aceitação, não. É pura sacanagem íntima da fragilidade humana, dos nossos primeiros e constantes erros de sustentação. Estou até pensando em fazer uma campanha para que não caiamos com tanta emoção na tentação do "outro". Vamos decretar: se o "outro" partir fora do tempo normal, vai ter que pagar multa. Agora...o difícil vai ser determinar o que é o "normal" frente à atitude desse "outro". Quem determina o "normal" e o "anormal" nesta esfera terrestre?.

No entanto, é real o fato na anormalidade do tempo. Até porque é uma maldade não planejada, apenas ocorrida e não socorrida por falta de expressão adequada ao adequado rs O sujeito está confuso e confunde o próprio sentimento que já se apresentava confuso, é isto! E na confusão, tem-se o jogo do vice-versa, da esquerda  e da direita, do par e do ímpar... E por aí vai! Os opostos se atraem na maior confusão. Tudo muito confuso mesmo rs Pode rir, pois eu já ri muito dessa pegajosa lamúria dos dias nublados. Dessa  antítese das criaturas...iguais!

Agora estou cá a pensar com os meus botões, mas eles disfarçam, os danadinhos. Fingem não ser com eles o papo reto que estou tentando ter. Deve ser porque estou sem camisa...rs Se estou seminu , sempre perco a autoridade sobre eles. Veja, até os botões estão me dando um tempo hoje! Quase que olhei pra camisa ao lado e disse para os safadinhos dos botões: "nasçam, seus fdp...cresçam, seus fdp..." Tadinhos, mesmo! rs O trabalho deles é somente abrir ou fechar...e prender. Estão longe do abrir ou do fechar das flores... Estou de olho, agora, é no meu fecho-ecler. Ele vai ouvir poucas e boas daqui a pouco. E que não emperre e nem se torne homicida sexual!

É...dizer que está sendo fácil seria mentir descaradamente. Seria omitir a verdade mais sensível do homem: a carência humana. Assim, apenas comento que vou tocando em frente, na espreita de quem virá. Quem sabe, talvez, de quem está e poderá permanecer ao meu lado. Há gente curiosa no pedaço...interessante isso! Na verdade, quase uma afirmação verdadeira, porque estou só, mas não estou sozinho. Entende? Se não entender, "de boa", passe a régua e vamos pra outro boteco!

Sou assim, um ser ambulante naturalmente apaixonado por momentos e pessoas, por pessoas que transitam em meus momentos humanos. Eu me apaixono com uma facilidade alheia e sempre me ferro. Óbvio que também me "desapaixono" com a mesma facilidade. Quando desisto do querer, não tem volta. Basta-me posicionar em regras e normas que o "bem-bom" acaba rapidinho. Não curto discutir relacionamento e muito menos dar satisfação do meu coração para outro coração. Ciúmes, então...não desejo para o meu maior inimigo. Quer destruir um relacionamento do qual sou cúmplice? Se quer, diga-me o que devo e o que não devo fazer, e me impeça de caminhar com as próprias pernas...pronto! Perdeu ao cubo tudo o que havia conquistado. Ô doença esse tal de ciúmes. Estraga tudo...

Uma coisa é religiosa rs Não discuto "pecado" nas relações, apenas valores sentimentais. Lembrei-me agora do grande Machado de Assis, que teceu o seguinte comentário, o qual aqui o lanço parafraseado:  Deus criou a fé e o amor. O homem, por sua vez, transformou a fé em religião e o amor em casamento. Já o grifo que se segue é deste autor: Assim, esse "homem" tira proveitos financeiros das duas bases divinas. Coisa de doido sacana, sô!

Por essa razão, deixo rolar somente quando rola. Se não rola,  atribuo o "não-rolou" a duas razões: ao "não querer" e ao "melhor não querer que vai f...". O primeiro diz respeito à negativa individual, aquela da não-simpatia; o segundo, ao superar os desejos. Ainda que esteja a fim de...melhor não! Sabe-se lá o calo dos próximos capítulos. Contudo, se valer a pena...que vá! Às vezes é difícil resistir à tentação. Já caí algumas vezes nessa de prazer momentâneo e dancei sem música. Foi muito ph...oda!

Já pensei em muitas loucuras, mas me acalmei com uma dose de vinho ou de cachaça amarela. Gosto das amarelinhas rs Envelhecidas, só as cachaças, mesmo rs Na verdade, doses não me excitam, elas me recompõem. Não tomo umas e outras para agir. Tomo-as para pensar se devo ou não agir naquele momento. Essa coisa de razão x coração,  entende? Tem outra também, algumas vezes travo ações enquanto as tomo rs...as doses...rs Agora,  impedir excitações não dá, por mais que as disfarce. Não é fácil desejar e não arriscar cometer o desejo. Haja força nas cabeças! Homem tem que pensar dobrado ou arreado, sei lá! O bom é que somente Eu, Deus e a Humanidade sabemos daquilo que um dia desejei e não fiz rs

Não é que me veio à memória o tanto de "loucurinhas de amor" que já fiz por esse mundo afora? Também, aquelas que não desejei que fossem "loucurinhas"... Que pena que nem todas rolaram! E se não rolaram deve ter sido em razão daquele"não querer" ou daquele "melhor não querer". Já foi o tempo desses amores, passaram qual camelo no buraco da agulha. Agora é tempo passado a ser conjugado na aprendizagem verbal, somente para este fim. De resto, para mais nada servem. Porém, que venham novos presentes! Gente nova me excita em dobro. E  "de novo" dobro os erros. Ô cabecinha infeliz daquele que sabe que é um erro e o deseja porque é prazeroso. Ô minhas cabecinhas danadas!

Então...hoje estou "porraqui". Amanhã poderei estar "porraí"..."porrlá". Tá a fim? Por momento...enquanto você não chega...ou volta...ou revolta...sei lá... rs... vou adotando as palavras de Freddie Mercury e praticando essa "crazy little thing called love." Erros...o que são mesmo erros? Devem ser algo que provocam revoltas por terem provocado prazer em alguém...um dia...por algum motivo injusto. E que sejam eternos esses meus primeiros erros, como deveriam ser os amores! Afinal, erros estão tão vinculados a amores. Tá...mas todo este registro tem como base o amor? Quem sabe... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Até a vista, Baby!


João D'Olyveira






HELEU e a vontade de acertar


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SER PRECISO!


O protagonista desta narrativa amadureceu sem sementes, mesmo tendo desejado novo plantio. Assim, solicita licença para fazer uso de alguns versos de Gonzaguinha: "chega de tentar, dissimular, de disfarçar e esconder o que não dá mais pra ocultar". Esse contador de histórias acredita nas surpresas do Senhor Tempo, que a ele, ironicamente, também faz uma solicitação: conservar no peito e na mente o desejo de um amor infinito. Todavia, há uma severa trava nesse tempo. O hoje é completamente diferente do ontem. Então, Senhor, é preciso que se dê direito ao grito. Não como desabafo, mas, essencialmente, para ser ouvido por um alguém que também procure outro alguém, como este que narra. Afinal,"não posso mais calar, já que o brilho desse olhar foi traidor..." 

Nesse contexto, quando a  cena íntima desse narrador é revelada em atos e espelhos, o que ele pode olhar, ver, enxergar...sentir e ler? Os olhos que olha estão cansados, mesmo tendo visto tão pouco deste mundo. A voz que fala, trêmula; ainda que tenha tanto para dizer. O corpo que toca, frágil; ainda que insista em remar para lugares indefinidos, como se ossos não criassem ferrugens. Os cabelos que penteia e os pelos que apara desbotam gradativamente. A pele que massageia apresenta-se frágil, momento oportuno para que as manchas senis insistam em tatuá-la. Não há retorno, porque os milagres cosméticos são apenas maquiagens temporárias. 

Em todas as suas ações, há uma reserva de sonhos que lhe ofereça equilíbrio. Dentre esses sonhos, alguém especial é creditado. Na plenitude deste vocábulo, aquele ser humano que lhe possa oferecer o que ainda não teve, mesmo tendo tantos outros nesse trajeto terreno. Nesse vácuo entre o desejo e a realidade, sente imensa falta de um abraço que o envolva por completo; de um beijo que lhe explore a alma; de palavras temperadas com desejo e carinho, e ditas com mansidão. Uma tremenda falta de um "bom dia" a dois. Expressões questionativas singelas, como: "vamos almoçar?", "tudo bem com você?", "quer um café?" E toques, cafunés, olhares profundos...uma infinitude que não me cansa e tanto a quero!

E o narrador, um eterno contador de histórias, agradece imensamente a quem já fez parte da vida dele, pessoas amadas a quem deseja toda felicidade, porque a ele ofereceram felicidade. Ele não se apresenta tão samaritano, porém reconhece os prazeres a ele ofertados: os abraços, os beijos...os gozos. Em outra esfera, o material e o capital que lhe foram  (e lhe são) necessários e proveitosos. Afirma cotidianamente: "O que puder retribuir será retribuído ainda nesta vida". A certeza é de que houve procura, tanto que agradece as passagens. Na própria fala: "Elas existiram e me complementaram". E isto é fato!

No correspondente aos prazeres da carne, comenta que sexo não é tudo. O que busca está além do físico, porque físico tem data de validade. Assim, não lhe interessa mais o passageiro, quanto mais o passageiro comprometido. O dominador está fora de cogitação, jamais deseja os "senhores feudais". Não quer enganar para não ser enganado. Deseja eliminar erros, acertar-se e acertar alvos duradouros. Sonha com alguém que conduza com ele o veículo vida em abundância. Aos amores passageiros, afirma: "Boa viagem!"

Neste momento, observa-se por completo. Lança questões a ele próprio, todavia solicita auxílio aos céus. As respostas se fazem simples. Não desistirá da busca, porque ainda lhe resta alguns créditos. O que muda, talvez, seja mesmo a condução, que não deseja solitária. Ele precisa de alegrias, de paz no coração. Por esta razão (e coração), não se promete nada, apenas tenta não furtar a si e a outros. Uma certeza: não quer mais amar o distante, o difícil, o proibido...aquele que não divide, apenas o suga. É preciso acertar o alvo. Afinal, "gonzagueando", "chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar e se perder [...] não dá mais pra segurar, explode coração!".

                                                                                                                                      João D'Olyveira

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