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HELEU e o tempo mínimo






ÀS VEZES


Às vezes, 
confundimos céu e mar.

Às vezes, 
confundimos seu e meu.

Às vezes, 
confundimos léu e lar.

Às vezes, 
confundimos eu e nós.

Às vezes, 
confundimos nosso "eu".

Às vezes, 
confundimos as vezes a revezes!



João D'Olyveira



Música : D.A.M.A - Às Vezes (Official Lyric Video)
Imagem: Skypixel | Dreamstime.com


HELEU e o tempo pedido


google.images

A todo tempo estou solicitando um tempo ao tempo que passa. O tempo, atencioso, sempre me concede o tempo pedido. Todavia, independentemente do meu tempo vivido, o tempo somado ao meu tempo ainda me é um mistério. Por que o tempo solicitado me é concedido? Sem resposta até o tempo presente. Enquanto o tempo passa, ganhando conjugações, Machado sussurra em meu ouvido:"O tempo caleja a sensibilidade". 

João D'Olyveira



HELEU e o outro oculto



"Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher"

Caetano Veloso

O momento sugere 
reconhecer que a vida 
é muito mais ampla do que muitas vezes percebemos.

Comprovadamente, 
nossos limites 
são sempre indevidos.

Erroneamente, 
achamos que nossas opções são restritas.
o que é um ledo engano.

Estamos enganados,
 não devemos ignorar a extensão 
das nossas reais possibilidades.

Colocar na cabeça somente "aquela coisa" e
colocar no coração somente "aquele alguém"
é esquecer que há um redor próprio a ser explorado,
para além daquilo ou daqueles que nos foram valores.

Os valores se tornam ultrapassados:
 "tudo no seu devido tempo".
.
Nesse contexto,
há tempo para chegar e há tempo para partir,
por isso  "não podemos perder tempo".

Logo, 
se tivemos um tempo para ter e não tivemos,
se tivemos um tempo para amar e não amamos,
"perdemos tempo".

Então...

Vamos olhar com mais atenção ao nosso redor,
 para enxergarmos outras possibilidades,
que são portas ou janelas que se abrem para alívio da alma e consolo do coração.

Nesse contexto,
outras "coisas" e outros amores serão muito bem-vindos,
assim como  serão mais uma vez bem-vindos "coisas" desejadas - agora renovadas - e amores - agora "outros".

Já estou com a minha plaquinha no peito: 
PROCURA-SE!

João D'Olyveira


HELEU e o advérbio de intensidade






google.images


INTENSA IN-TENÇÃO




"MUITO"

NÃO

ME

INTERESSAVA

POR

ALGUÉM.

TODAVIA,


ALGUÉM

POR

QUEM

ESTOU

ME

INTERESSANDO

"MUITO" !


                                                João D'Olyveira




HELEU e os elementos da narrativa amorosa



Google/Images


Naquele exato tempo não perdido, 
vi a última janela do prédio à frente se apagar.
Entendi o sinal, sorri e...fui! 

Já elevado,
no tapete da sala de estar,
conjugamos os verbos ir e vir nos três modos:
indicativo, subjuntivo e imperativo, 
repetindo sucessivas vezes cada posição do prazer carnal.
Vez ou outra,
uma propriedade verbal.


Depois das duas,
cada qual se ajeitou a seu próprio modo.
Um selinho,
dois selinhos e uma dócil lambida.
Dois olhares integrais e sem-vergonhas.

Uma dose de vodka, 
um cigarro incomum. 
Um trago,
dois tragos,
três tragos e alguns pigarros.
Um retirar do fumo entre os dentes,
um cuspir lateral.

Na sequência,
um sorriso duplo,
um ajeitar desajeitado de roupas amarrotadas.
 Algumas palavras ditas por olhares,
em silêncio.

Novamente,
toques de não recolher.
E sob novas velhas carícias,
a liberação de nossas malícias,
todas elas soltas nas pontas dos dedos.

Em ação excitada e muita excitação,
um gozar a vida pela terceira vez.
Alguns jatos de felicidade dupla e individual,
interna e externamente canalizando-se em um tempo indeterminado.


Novamente o ajeitar das roupas que não tiveram tempo de sair dos corpos,
tão amarrotadas quanto os corpos.
Dois sorrisos marotos e dois acenares de dedo,
os mesmos dedos que "preliminaram" o prazer.

Outra vez a porta,
a tranca que não foi trancada,
a sacada espelhada,
o elevador.
A portaria,
a rua,
a rua,
a rua...

Sem essa de pedir desculpas,
dizer que não deveria ter feito,
que foi mal,
porque o que "já foi" sempre estará feito.
E que sempre seja bem feito sempre,
para sempre ser bem lembrado!

Assim tem sido:
tempo, espaço, personagens, enredo, narrador;
sexo, droga e Rock'n Roll


Os meus casos?

Bem, eles jamais serão somente meus,
porque sempre somarei atitudes e ações de outras personagens, 
cada qual atrás das cortinas das janelas dos prédios vizinhos das noites anteriores dos espaços físicos e mentais que ocupo nesta minha narrativa terrena plana ou esférica.

Ah! 
Mantenho vínculos por capítulos:
 uma narrativa de cada vez. 
No mínimo em dupla e em cumplicidade...como sempre fiz rs


João D'Olyveira

HELEU e o novo tempo






Saudade de você...neste tempo!

Tempo é duração de fatos,
determinador de momentos,
períodos,
épocas,
anos,
meses,
semanas,
dias,
horas.

Pelos séculos e séculos...amém!

Tempo,
Tempo,
Tempo,
Tempo...

Tempo para pensar,
tempo para decidir,
tempo para agir.

Tempo para re-pensar,
tempo para re-decidir,
tempo para re-agir.

Tempo, 
tempo, 
tempo,
 tempo...

Não vejo você faz tanto tempo...tô com saudade!

                                                João D'Olyveira


HELEU e a vontade de acertar


Google images/


SER PRECISO!


O protagonista desta narrativa amadureceu sem sementes, mesmo tendo desejado novo plantio. Assim, solicita licença para fazer uso de alguns versos de Gonzaguinha: "chega de tentar, dissimular, de disfarçar e esconder o que não dá mais pra ocultar". Esse contador de histórias acredita nas surpresas do Senhor Tempo, que a ele, ironicamente, também faz uma solicitação: conservar no peito e na mente o desejo de um amor infinito. Todavia, há uma severa trava nesse tempo. O hoje é completamente diferente do ontem. Então, Senhor, é preciso que se dê direito ao grito. Não como desabafo, mas, essencialmente, para ser ouvido por um alguém que também procure outro alguém, como este que narra. Afinal,"não posso mais calar, já que o brilho desse olhar foi traidor..." 

Nesse contexto, quando a  cena íntima desse narrador é revelada em atos e espelhos, o que ele pode olhar, ver, enxergar...sentir e ler? Os olhos que olha estão cansados, mesmo tendo visto tão pouco deste mundo. A voz que fala, trêmula; ainda que tenha tanto para dizer. O corpo que toca, frágil; ainda que insista em remar para lugares indefinidos, como se ossos não criassem ferrugens. Os cabelos que penteia e os pelos que apara desbotam gradativamente. A pele que massageia apresenta-se frágil, momento oportuno para que as manchas senis insistam em tatuá-la. Não há retorno, porque os milagres cosméticos são apenas maquiagens temporárias. 

Em todas as suas ações, há uma reserva de sonhos que lhe ofereça equilíbrio. Dentre esses sonhos, alguém especial é creditado. Na plenitude deste vocábulo, aquele ser humano que lhe possa oferecer o que ainda não teve, mesmo tendo tantos outros nesse trajeto terreno. Nesse vácuo entre o desejo e a realidade, sente imensa falta de um abraço que o envolva por completo; de um beijo que lhe explore a alma; de palavras temperadas com desejo e carinho, e ditas com mansidão. Uma tremenda falta de um "bom dia" a dois. Expressões questionativas singelas, como: "vamos almoçar?", "tudo bem com você?", "quer um café?" E toques, cafunés, olhares profundos...uma infinitude que não me cansa e tanto a quero!

E o narrador, um eterno contador de histórias, agradece imensamente a quem já fez parte da vida dele, pessoas amadas a quem deseja toda felicidade, porque a ele ofereceram felicidade. Ele não se apresenta tão samaritano, porém reconhece os prazeres a ele ofertados: os abraços, os beijos...os gozos. Em outra esfera, o material e o capital que lhe foram  (e lhe são) necessários e proveitosos. Afirma cotidianamente: "O que puder retribuir será retribuído ainda nesta vida". A certeza é de que houve procura, tanto que agradece as passagens. Na própria fala: "Elas existiram e me complementaram". E isto é fato!

No correspondente aos prazeres da carne, comenta que sexo não é tudo. O que busca está além do físico, porque físico tem data de validade. Assim, não lhe interessa mais o passageiro, quanto mais o passageiro comprometido. O dominador está fora de cogitação, jamais deseja os "senhores feudais". Não quer enganar para não ser enganado. Deseja eliminar erros, acertar-se e acertar alvos duradouros. Sonha com alguém que conduza com ele o veículo vida em abundância. Aos amores passageiros, afirma: "Boa viagem!"

Neste momento, observa-se por completo. Lança questões a ele próprio, todavia solicita auxílio aos céus. As respostas se fazem simples. Não desistirá da busca, porque ainda lhe resta alguns créditos. O que muda, talvez, seja mesmo a condução, que não deseja solitária. Ele precisa de alegrias, de paz no coração. Por esta razão (e coração), não se promete nada, apenas tenta não furtar a si e a outros. Uma certeza: não quer mais amar o distante, o difícil, o proibido...aquele que não divide, apenas o suga. É preciso acertar o alvo. Afinal, "gonzagueando", "chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar e se perder [...] não dá mais pra segurar, explode coração!".

                                                                                                                                      João D'Olyveira

HELEU e o Senhor do Tempo

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TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO

Dê-me um tempo,
disse ao tempo,
que me deu o tempo pedido.
Passado um tempo,
agradeci ao Senhor do Tempo
o tempo que me foi dado.

Dê-me mais tempo,
disse ao tempo,
que me deu outro tempo de tempo.
Passado mais um tempo,
agradeci ao Senhor do Tempo
o tempo que me foi dobrado.

Dê-me mais daquele tempo,
disse ao tempo,
que me deu mais tempo daquele tempo.
Passado todo esse tempo,
agradeci ao Senhor do Tempo
o tempo que me foi triplicado.

E continuei a pedir mais tempo,
porque sempre estava sem tempo,
para colocar em tempo
o que já deveria há muito tempo.

O Senhor do Tempo sempre me atendia,
todavia eu não atendia ao meu próprio tempo,
a não ser para pedir mais tempo.

E tudo isso me fez refletir...

Peça muito a quem pouco tempo tem,
e ele lhe oferecerá muito em pouco tempo.
Peça pouco a quem muito tempo tem,
e ele lhe pedirá mais tempo...para pouco ou nada lhe oferecer!

João D'Olyveira


HELEU e o tempo presente


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Tempo...presente!

Hoje pode ser que tudo possa,
amanhã não sei...
Hoje pode ser que tudo aceite,
amanhã talvez...
Hoje pode ser que tudo aconteça,
amanhã não mais...
Hoje pode ser que tudo possa, eu aceite e aconteça;
amanhã não sei, talvez, não mais...

Então venha hoje, porque amanhã será jamais!

João D'Olyveira

HELEU e o tempo do homem


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QUERO

Não quero mais correr o risco de perder o tempo,
não quero mais correr o tempo sem a precisão do risco,
não quero mais correr e nem me arriscar. 
Quero apenas reencontrá-lo e retê-lo em meus braços, ainda que por instantes...

De resto, já me arrisquei demais! 

João D'Olyveira

HELEU e o momento certo


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Uma constante é constantemente querer acertar, 
ainda que o alvo esteja distante,
que o alvo não esteja alvo,
o alvo não seja algo,
não seja alvo,
não seja...

É assim o tempo todo,
o tempo todo
todo tempo...

E nesse tempo todo,
nesse todo tempo, 
percebemos que o tempo é incerto,
que o tempo é momento,
que o momento é certo,
 porque parte dessa incerteza...

Apreendemos que,
 para acertar o alvo,
 é necessário estar no momento certo,
ainda que em duvidoso tempo!

Sem tempo, sem tempo, sem tempo...

João D'Olyveira

HELEU e o sentimento duplo e quase único do amor e da paixão.


Neste momento não desejo isolados vocábulos,
nem apenas expressões coletivas.
Desejo apenas que se possam fazer as minhas corretas ou incorretas reflexões,
aquelas que aprendi a conhecer e a praticar no cotidiano da vida, sobre essa tal PAIXÃO e esse tal AMOR.

Quanto à PAIXÃO,
é uma dúvida que carrego há tempos,
que me encarrego por momentos de tentar solucionar,
 um algo que insiste em permanecer e ao mesmo tempo continuar.
Um sentimento de prazer e desprazer em coletânea,
um querer que se assemelha à posse,
um "abobamento" oportuno e oportunista.

Quanto ao AMOR,
um misto diferenciado do sentimento anterior,
porque singular, pleno e quase calado,
que se faz no presente,
como apenas presente e todo onipresente,
único e de longa duração.

Nesse percurso,
na tênue tentativa de uma resposta,
sigo distraído, indeciso e confuso.
O que se deixa perceber é a PAIXÃO
nada sustenta,
nada assume
e "some do nada".
Apenas vem e vai,
luluzeando santificada,
"como uma onda no mar".

Já o AMOR,
esse se faz ardência e fogo momentâneo,
leite instantâneo,
saboroso,
fortificador.

PAIXÃO
é extensa.

AMOR
é intenso.


E por  achar que pode ser assim,
na PAIXÃO e no AMOR,
assim como em qualquer outro sentimento,
tudo tem hora de baixar a guarda,
mesmo que no guarda ou na guarda geral!

Então...beijos na nuca, filhos de Maria!


João D'Olyveira





Heleu e o tempo franciscano

Foto: "Da Janela Lateral", de João D'Olyveira/Arquivo Pessoal.
CADÊ FRANCISCO?

Portas se fecham;
janelas não se abrem.

Inimigos chegam;
amigos partem.

Senhores calam;
vassalos gritam.

Francisco pede;
ninguém ouve Francisco...

Quem é Francisco?
Quem são eles?
Quem somos nós?
Cadê Francisco?

Ontem, passado.
Hoje, tempos difíceis...

Alimenta-nos, Senhor do Tempo.
Dize-nos o que fazer!

E o SENHOR nos diz:

“Tudo tem seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu...”
(Eclesiastes 3.1)

“... tudo fez Deus formoso ao seu tempo...”
(3.11)

João D’Olyveira

DESTAQUES DO MÊS