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HELEU e a solidão




Sozinho, 
ouvindo "Sozinho", 
vou amando você 
em meus pensamentos. 
Às vezes, 
não nego, 
sinto "peninha" de mim; 
mas,
mesmo assim, 
cuido, 
a distância, 
de quem eu mais desejo: VOCÊ!


                                                     JOÃO D'OLYVEIRA

Imagem: https://images.google.com/

HELEU e o agora

Pensador do Agora

Arquivo Pessoal

Hoje li Fernando Pessoa.

"É bonito ser amigo, mas confesso: é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias."

Hoje pensei muito em você.

Senti saudade dos nossos encontros, 
das nossas saídas,
das nossas madrugadas, 
das nossas manhãs,
dos nossos cafés, 
dos nossos pés se tocando,
como a dizer algo secreto.

Hoje me lembrei das nossas "comidinhas"  e "bebidinhas" madrugadas afora.

Lembrei-me das "japonezinhas",
das pizzas, 
dos beirutes, 
das esfihas;
da geleia de morango no pão de forma,
salpicado com castanha de caju;
do patê de truta no pão sem glúten;
das cervejinhas especiais,
do vinho,
da cachaça envelhecida;
do chocolate amargo.

Hoje vivi intensamente nosso passado tão recente.

Ouvi Caetano por inteiro e chorei quando ele cantou Sozinho.
É...fiquei juntando o antes e o depois, 
desejando intimamente o nosso agora.

Hoje me questionei.

Por que não me colei em você?

Hoje refleti sobre nossas possibilidades.

Vieram à tona nossas atitudes, 
sob a irreal maturidade das nossas idades, 
dos nossos planos secretos,
que não os abrimos e nem nos abrimos para eles.

Hoje pensei e repensei.

E de tanto pensar e repensar, 
decidi mais uma vez esperar um pouco mais,
para além do apenas pensamento,
acreditando, como sempre, na sinceridade do tempo,
que tarda, arde,
mas não falha.

Hoje me senti sozinho.

E sozinho, ouvindo Sozinho,
fui amando você gota a gota,
paulatinamente,
cuidando a distância de quem eu tanto gosto,
em pensamento terno e eterno.

Hoje fiz planos quase secretos.

E nesses meus planos,
até indiscretos,
apenas um desejo a brotar:
que  você me ganhe desmedidamente,
porque não consigo me interessar por outro alguém.

Agora...me diga: 

Onde está você agora?

Hoje pensei e repensei muito em você...


João D'Olyveira



HELEU e a sensibilidade à flor da pele


google/images

"Se você não entende não vê,
se não me vê não entende.
Não procure saber onde estou,
se o meu jeito te surpreende [...]"

(Kiko Zambianchi)

Lembrei-me de uma personagem de um humorístico da TV Brasileira, que fazia uso do seguinte bordão: "Tô porraqui!". A lembrança tem um motivo rs É que hoje estou extremista para muitas coisas: "Tô porraaquiaodobro!". Sabe o que é? Não sabe? Eu digo... As coisas estão chatas e confusas. Muito chatas com "ch" e confusas demais com "s", ou seja, sem pôr nem tirar. Chatas e confusas mesmo! Tô naqueles dias que você abre a geladeira, procura algo para beber ou comer, mas nada encontra. Abre o guarda-roupa, procura uma peça de roupa, mas não a encontra. Nada serve. Não bebe e nem come nada, e acaba se revestindo com uma peça de roupa que acabou de tirar. A peça não importa.  É isto que está acontecendo comigo.

No fundo do fundo do fundo, quando estamos assim é porque nós é quem estamos vazios, ocos, loucos e os cambaus. Fazendo uso de uma expressão dos anos 70, "podes crer"! Tudo está vinculado aos nossos primeiros erros praticados a cada etapa de um desses inúmeros erros que a vida nos proporciona. No misto de "pode" e "não pode", acabamos aceitando, porque quem não está servindo para o mundo é o próprio que lança seu reclame de graça. Então...hoje estou assim: uma vontade de comer "algo gostoso". Só que este "algo gostoso" não está na geladeira e muito menos no guarda-roupa. O "algo gostoso" que desejo está na minha mente ou no meu coração. Na alma, quem sabe, sei lá!  Oh Santa Fragilidade Humana!

Uma gelada? Uma purinha? Oração? Sei lá de novo...não está sendo fácil! Não bastasse, tem essa das ausências demarcadas. É fato. Nesses momentos, lembramo-nos muito daqueles que simplesmente não aparecem mais. Sabe aquela rotina boa que rolava entre você e alguém que te completava? Então... só lembranças! Havia até frases feitas, tipo "Ei, você está em casa?" "Estou indo pr'ai!" "Quer que leve alguma coisa?" "Beleza, daqui a pouco to chegando!" Era bom, mas hoje nada conforta mais nada. Caiu tudo no esquecimento do "outro", é claro! Isso incomoda tanto que até a gente acaba se ausentando da gente mesmo. Fique tranquilo, prometo que não vou chorar. Pra chorar, a coisa tem que rasgar fundo, mesmo! Ainda não rasgou rs

Não é uma questão de gosto ou de aceitação, não. É pura sacanagem íntima da fragilidade humana, dos nossos primeiros e constantes erros de sustentação. Estou até pensando em fazer uma campanha para que não caiamos com tanta emoção na tentação do "outro". Vamos decretar: se o "outro" partir fora do tempo normal, vai ter que pagar multa. Agora...o difícil vai ser determinar o que é o "normal" frente à atitude desse "outro". Quem determina o "normal" e o "anormal" nesta esfera terrestre?.

No entanto, é real o fato na anormalidade do tempo. Até porque é uma maldade não planejada, apenas ocorrida e não socorrida por falta de expressão adequada ao adequado rs O sujeito está confuso e confunde o próprio sentimento que já se apresentava confuso, é isto! E na confusão, tem-se o jogo do vice-versa, da esquerda  e da direita, do par e do ímpar... E por aí vai! Os opostos se atraem na maior confusão. Tudo muito confuso mesmo rs Pode rir, pois eu já ri muito dessa pegajosa lamúria dos dias nublados. Dessa  antítese das criaturas...iguais!

Agora estou cá a pensar com os meus botões, mas eles disfarçam, os danadinhos. Fingem não ser com eles o papo reto que estou tentando ter. Deve ser porque estou sem camisa...rs Se estou seminu , sempre perco a autoridade sobre eles. Veja, até os botões estão me dando um tempo hoje! Quase que olhei pra camisa ao lado e disse para os safadinhos dos botões: "nasçam, seus fdp...cresçam, seus fdp..." Tadinhos, mesmo! rs O trabalho deles é somente abrir ou fechar...e prender. Estão longe do abrir ou do fechar das flores... Estou de olho, agora, é no meu fecho-ecler. Ele vai ouvir poucas e boas daqui a pouco. E que não emperre e nem se torne homicida sexual!

É...dizer que está sendo fácil seria mentir descaradamente. Seria omitir a verdade mais sensível do homem: a carência humana. Assim, apenas comento que vou tocando em frente, na espreita de quem virá. Quem sabe, talvez, de quem está e poderá permanecer ao meu lado. Há gente curiosa no pedaço...interessante isso! Na verdade, quase uma afirmação verdadeira, porque estou só, mas não estou sozinho. Entende? Se não entender, "de boa", passe a régua e vamos pra outro boteco!

Sou assim, um ser ambulante naturalmente apaixonado por momentos e pessoas, por pessoas que transitam em meus momentos humanos. Eu me apaixono com uma facilidade alheia e sempre me ferro. Óbvio que também me "desapaixono" com a mesma facilidade. Quando desisto do querer, não tem volta. Basta-me posicionar em regras e normas que o "bem-bom" acaba rapidinho. Não curto discutir relacionamento e muito menos dar satisfação do meu coração para outro coração. Ciúmes, então...não desejo para o meu maior inimigo. Quer destruir um relacionamento do qual sou cúmplice? Se quer, diga-me o que devo e o que não devo fazer, e me impeça de caminhar com as próprias pernas...pronto! Perdeu ao cubo tudo o que havia conquistado. Ô doença esse tal de ciúmes. Estraga tudo...

Uma coisa é religiosa rs Não discuto "pecado" nas relações, apenas valores sentimentais. Lembrei-me agora do grande Machado de Assis, que teceu o seguinte comentário, o qual aqui o lanço parafraseado:  Deus criou a fé e o amor. O homem, por sua vez, transformou a fé em religião e o amor em casamento. Já o grifo que se segue é deste autor: Assim, esse "homem" tira proveitos financeiros das duas bases divinas. Coisa de doido sacana, sô!

Por essa razão, deixo rolar somente quando rola. Se não rola,  atribuo o "não-rolou" a duas razões: ao "não querer" e ao "melhor não querer que vai f...". O primeiro diz respeito à negativa individual, aquela da não-simpatia; o segundo, ao superar os desejos. Ainda que esteja a fim de...melhor não! Sabe-se lá o calo dos próximos capítulos. Contudo, se valer a pena...que vá! Às vezes é difícil resistir à tentação. Já caí algumas vezes nessa de prazer momentâneo e dancei sem música. Foi muito ph...oda!

Já pensei em muitas loucuras, mas me acalmei com uma dose de vinho ou de cachaça amarela. Gosto das amarelinhas rs Envelhecidas, só as cachaças, mesmo rs Na verdade, doses não me excitam, elas me recompõem. Não tomo umas e outras para agir. Tomo-as para pensar se devo ou não agir naquele momento. Essa coisa de razão x coração,  entende? Tem outra também, algumas vezes travo ações enquanto as tomo rs...as doses...rs Agora,  impedir excitações não dá, por mais que as disfarce. Não é fácil desejar e não arriscar cometer o desejo. Haja força nas cabeças! Homem tem que pensar dobrado ou arreado, sei lá! O bom é que somente Eu, Deus e a Humanidade sabemos daquilo que um dia desejei e não fiz rs

Não é que me veio à memória o tanto de "loucurinhas de amor" que já fiz por esse mundo afora? Também, aquelas que não desejei que fossem "loucurinhas"... Que pena que nem todas rolaram! E se não rolaram deve ter sido em razão daquele"não querer" ou daquele "melhor não querer". Já foi o tempo desses amores, passaram qual camelo no buraco da agulha. Agora é tempo passado a ser conjugado na aprendizagem verbal, somente para este fim. De resto, para mais nada servem. Porém, que venham novos presentes! Gente nova me excita em dobro. E  "de novo" dobro os erros. Ô cabecinha infeliz daquele que sabe que é um erro e o deseja porque é prazeroso. Ô minhas cabecinhas danadas!

Então...hoje estou "porraqui". Amanhã poderei estar "porraí"..."porrlá". Tá a fim? Por momento...enquanto você não chega...ou volta...ou revolta...sei lá... rs... vou adotando as palavras de Freddie Mercury e praticando essa "crazy little thing called love." Erros...o que são mesmo erros? Devem ser algo que provocam revoltas por terem provocado prazer em alguém...um dia...por algum motivo injusto. E que sejam eternos esses meus primeiros erros, como deveriam ser os amores! Afinal, erros estão tão vinculados a amores. Tá...mas todo este registro tem como base o amor? Quem sabe... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Até a vista, Baby!


João D'Olyveira






HELEU e o abstrato sentimento humano




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DECLARAÇÃO DO ABSTRATO: 
A NARRATIVA DE UMA HIPÉRBOLE PLEONÁSTICA NECESSÁRIA AOS SERES HUMANOS



Talvez você não saiba até hoje o quanto eu gostava de você. No entanto, nunca duvidei que soubesse sobre esse sentimento do pretérito. Hoje, estou apenas estou me referindo ao "quanto". Somente a ele, essa mecânica quântica que, cotidianamente, nos conduz de volta ao paraíso ou nos faz permanecer no inferno. É porque a extensão do que sentia por você parecia-me imensurável. Ledo engano comum a todos os apaixonados. 

Quando medimos, na esfera sentimental, nem sempre encontramos um valor preciso. É sim a propriedade intrínseca da "coisa quântica". Nem sempre haverá interação entre a "coisa" e o "aparelho da medida". Um nem sempre será dois e vice-versa. Como na medida exata, nem tudo se prevê, provocando um rompimento clássico. Então, medidas... Para quê mesmo elas servem, quando se referem a sentimento? Para nada, porque tudo vai mais longe do que imaginamos e muito mais perto do que precisamos que seja. Confuso? Sim, pois neste específico as medidas serão sempre enganosas.

Nesse emaranhado quântico, o mais curioso é quando e como comecei a "gostar" de você. Na memória levo alguns "flashes". Estava lá eu no meu canto, que sempre é e será circular. Ou seja, sem cantos. Apenas encantos de uma eterna mesa redonda. Do quase nada você chegou, a fim de tudo o que lhe interessava naquele vão momento. 

Profissionalmente, o que eu poderia lhe oferecer naquele momento da sua vida? O que não estava previsto era o tal imprevisto que acontece nas melhores famílias inglesas e brasileiras também. Eu e minhas dúvidas, frente a você e às suas incertezas. Era tão óbvio. O fato de você estar lá não era eu ou o meu profissionalismo. Era simplesmente você e o seu. Isto tem sido cada vez mais claro com o passar do tempo. Você é sim do jeito que "achei" ser. Alguém que deseja o melhor para si e para os outros que esse "si" possa também estar presente. Típico daqueles da sua espécie profissional.

Bem, no decorrer de todo o processo, muitos papos "rolaram" n'outros "agora" e "depois", de uma forma que não se esperava, ainda que assim se quisesse ou até desejasse. Os papos temperaram todas as ações futuras, ecoando até os dia de hoje, neste futuro do presente que insiste em não se tornar pretérito, mesmo sendo nosso desejo que assim se torne. Sim, nosso desejo, porque já nos desgastamos o suficiente por nos iludirmos em neutras possibilidades

Não me lembro das minúcias, apenas dos detalhes que mais me questionaram naqueles momentos. É isto mesmo. Nós nos questionamos muito e respondemos tão pouco às nossas ações cotidianas. Essencialmente às sentimentais. Profissionalismo à parte e ação laboratorial também, somemos aqui as defesas e acusações. As "águas de março fecharam alguns verões". Os "julhos" se arrastaram melancolicamente. Aqueles "agostos" gostaram daquilo que viram, enquanto os "dezembros" insistiam em cantar "Jingle Bells". Pronto. Foi assim. Um curso em curso seminatural. 

Querendo ou não, "rolou" alguma coisa, e quando "rola" faz rir ou chorar. Diverte ou dói pra caramba. Minha carência, que já estava pra lá de Marrakesh, deu luz vermelha e sinalizou perigo. Nessa hora, a gente faz que não percebe. Olha para a esquerda para enxergar a direita e por aí vai. 

Ainda que fôssemos adultos (eu bem mais que você...ou não), nossas mentes e nossos corações entraram em confronto. Uma batalha real. A sua carência, possivelmente, era passageira. Aliás, sempre fico no "acho" quanto a você. Suas certezas até hoje não convenceram as minhas. Sendo assim, são puras ou impuras incertezas: as minhas e as suas. Já a minha carência, naquele momento, não era passageira como a sua. Era condutora ética e cobradora de mim mesmo. Afinal, eu estava conduzindo aquela narrativa. Era, pois, o que pensava.

O foco narrativo era uma ação de perigo para "gentes" carentes, da qual gosto de participar "avivamente". É que tenho em mente que as boas ações humanas sempre serão divinas. É divino, portanto, gostar de alguém. E isto deve ser considerado como uma boa ação. Pronto, é isso: uma narrativa tradicional com todos os seus ingredientes. Linha horizontal. E como em todas as narrativas tradicionais, o tempo passou cronologicamente em cada espaço físico. 

A carência não desistia de nós, ela era uma constante. Insistia em ficar rodopiando nossos encontros e nossos desencontros, e se fez muito presente na sua desastrosa ausência, que durou o tempo que você precisou fazê-la durar. Não participei dessa decisão, apenas me posicionei para recepcioná-lo. Tenho dúvidas se a tal ausência foi um acaso ou uma ação proposital. Até hoje opto pela segunda hipótese, que insisto em chamar de conclusão. 

À parte, sobre os meus "falecidos" sentimentos, cada qual já havia "par-tido". Não havia mais cordão umbilical entre mim e minha suposta família. E assim tem sido até agora. Em suma, estava só, mas não queria "ficar sozinho". Sempre acreditei que "pra ficar" tem que ser com alguém. Difícil de entender esse aparte? Sei que não é, porque nós não estaremos sozinhos nunca. 

A coisa funciona assim: nossa mente nos condena e nos ajunta; depois, descaradamente, nos separa. Contudo, entrega-nos "coisas" que nos acompanham por longa temporada, tais como mágoa, tristeza, melancolia, revolta e tantos outros sentimentos desumanos. Todos eles cruéis, brutais, hediondos. Sinônimos que se fazem hipérboles explicativas. 

A surpresa foi que, neste específico, tudo " do antes" se concretizou como passado. Então, tudo resolvido. Esta certeza me estimulou a oportunizar a saga bendita. E lá fui eu. E lá fomos nós e os outros que nos circundavam naquele momento de nossas vidas. O sentimento vinculado a você é que não passava com o passar do tempo. Ele não era tão tradicional como a narrativa que se desenhava entre nós; portanto, um sentimento não apenas cronológico, mas psicológico também. 

Ele ocupava o espaço físico e o mental ao mesmo tempo cronológico e psicológico. Nós, personagens planas e esféricas, no arrolar dos fatos, amarrotávamos o que achávamos que passava. E todo o sentimento, com medidas imagináveis apenas, estava subentendido nos meus gestos, no meu olhar, no meu toque, na minha toda tola crendice da possibilidade zero. 

Às vezes, até acho que estava no seu toque também, assim como no seu olhar, nos seus gestos. Pode ser loucura pensar dessa forma, mas como uma "loucurinha" não faz mal a ninguém...penso. O curioso é como consegui sobreviver a tudo isso de novo. Seria tão mais fácil se tivesse me lançado ao infinito do olhar e mergulhado no oceano da paixão; porém, não. Decidi nadar no raso das possibilidades e... não é que acabei me dando bem? 

As águas profundas mesclavam-se às pedras. Havia lama também. As águas eram turvas, plenamente enganosas. Eu que as havia visto cristalinas. Doce ilusão dos olhares sentimentais dos apaixonados e dos carentes. Do outro lado você, essa água enganosa e oportunista. Queria me afogar? Se queria, quase conseguiu. 

O que não estava previsto, porém, era a marcante presença de um Salva-vidas. E  muitas salvas e vidas para esse Salva-vidas. Ele me colocou na balança e me reequilibrou. Livre das tentações, "vou tocando em frente [...] tocando a boiada"...hoje, salvando vidas com Ele.

É fato que não lancei somente esse sentimento na balança, e nem queria dessa forma. A balança respondeu também pelo orgulho, pela ética, pelo profissionalismo, pelo homem que me fiz e por aí vai. Neste caso, nem tento "me responder" o que foi perda e o que foi lucro. No meu esconderijo, desejo apenas que eu seja apenas o único a saber de mim mesmo; depois os outros. O "outro", por ser uma incógnita, que saiba apenas dele próprio sem a presença de outros. 

Agora, não nego, já balancei nas estruturas quando você, numa fatídica madrugada, rompeu meu silêncio com uma pergunta propositalmente abstrata. O fato é que nos fizemos parceiros e "amigos", e que as águas do mar das nossas vida nos levaram a compromissos morais e sociais...e confidenciais, graças ao bom Salva-vidas, limitados. 

Naquela madrugada, porém, entre papos e doses, a danada da "perguntinha" veio à tona. O bom é que foi uma única vez, mas o mau é que foi. Ela se verbalizou como língua satânica. E se se fez verbo, logicamente, habitou entre nós. Contudo, como era abstrata a pergunta e abstrato também o sentimento que a provocou, nada se respondeu e nada mais se questionou. Noutras madrugadas, a "tal" pergunta até pairou no ar, mas se eclodiu. E tudo graças às graças, que não se desgraçaram.

Quer saber? Foi melhor assim, pelo menos para você, que nunca se comprometeu comigo, quanto mais com esse sentimento que parecia confuso sem o ser. E tem sido melhor para mim também, ainda que paulatinamente. Sofrível, mas tremendamente bom.  Já não sinto mais vontades. A saudade eu a deixo para outros merecimentos. 

Não nego que ter gostado de você daquela forma foi uma loucura gostosa de sentir. Agora, porém, tudo no pretérito: foi, foi e foi. Não nego, também, que desejei fosse diferente, mas se assim o fosse não o seria como o é. Eu estaria preso à falsa ideia da possibilidade infinita. Um desgaste que já havia sentido noutras narrativas terrestres e, por Deus, não mais desejada por acreditar não ser mais merecedor.

Quer saber da verdade mais plena? Antes preciso revelar que estou rindo neste mesmo momento que lhe pergunto se quer sabê-la. E com razão. Sim, eu gostei muito de você. Gostei. E esse gosto já me bastou. Talvez tenha até exagerado nesse gosto, o que pode lhe ter perturbado também. Seu afastamento, certamente, tem tudo a ver com esse meu exagero, o qual assumo fora das quatro paredes que muitas vezes nos foram "fortes" frente ao cotidiano. Retornando, eu gostei muito de você. Gostei.

Contudo..."Um, dois, três. Chega. Chega por hoje. Chega de histórias." De resto, que eu possa não perder o meu gosto por outros que o mereçam e me mereçam. E que eu também faça por merecê-los. Saiba que, apesar do desconforto que a situação causou," você me ensinou milhões de coisas lindas [...] certamente eu vou ser mais feliz". 

A você, desejo sucesso em sua caminhada. Eu já estou seguindo a minha...faz um tempinho. E o bom de "tudo isso" é que "tudo" não passou de uma narrativa ficcional até que mediana para os padrões temáticos. Certas histórias precisamos vivê-las para melhor escrevê-las e descrevê-las...em minúcias!


 João D'Olyveira




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