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HELEU e a prioridade






O que eu quero e estabeleço como prioridade versus o que os outros desejam e necessitam de mim neste momento. Este pensar resulta em honestidade própria, para uso coletivo. Neste ínterim, parafraseando um poema musical de Vander Lee, sei apenas que estou relendo minha lida, minha alma, meus amores. Estou revendo minha vida, minha luta, meus valores. Estou podando meu jardim...cuidando bem de mim!



João D'Olyveira





Imagem: Homem esculpindo-se a si mesmo, do artista uruguaio Yandi Luzardo, inspirada no princípio da evolução consciente proposto pela logosofia.

HELEU e o acordar do coma



images/google


"Hoje eu vou sair
Trazer pra vista a luz
Pra eu poder escrever
O que não se traduz
Pra me fazer sentir
Pra eu me banhar de vento
Pra eu deixar escapar
O que sobra aqui dentro"

(Lucas Silveira)


Sempre busquei alguém para comigo estar e participar ativamente da  minha vida. Amigos e amores. Um ou outro; ou os dois. Para estar bem, preciso de "gente boa" do meu lado. Assim, quando não é das minhas, dispenso com classe, sem medo de me enganar. Já, quando sinto que não me será "boa", nem me socializo para as apresentações. Afinal, é sempre melhor poupar o nosso tempo, que nos é tão precioso. E esse tempo tem sido demais de honesto comigo. Ele sempre me responde a contento, sem pestanejar. Sou eu mesmo quem, às vezes, deixo o tempo passar em vão e...em vãos.

Sobre meus gostos? Gosto de conversar assuntos diversos, discutir atualidades, falar e fazer arte: teatro, música, cinema, literatura. No sentimental? Gosto de carinho, de carícias, de beijo, de sexo. Gosto até de ficar calado, "conversando" no silêncio do tempo e na acomodação do espaço, preferencialmente recostado ou deixando-me recostarem a cabeça no colo ou nas pernas. Como no tempo de criança, no "colinho da mamãe" rs 

Durmo na posição fetal. Segundo alguns estudos, essa posição revela pessoas que passam a impressão de serem duronas, mas são extremamente sensíveis. Podem ser tímidas, quando conhecem alguém, mas logo relaxam. Indica conflitos pessoais que precisam ser resolvidos com o apoio de amigos. Um "bocadinho" de insegurança também. 

Outra posição que me é bem particular é a de me agarrar no travesseiro, ação que não se distancia do já anunciado. Isto tem muito de solidão, ainda que tenha alguém ao lado e não se apresente socialmente solitário. Há quem tenha sempre alguém ao lado, porém, distantes. Uma parede se forma entre eles. Isto é cruel "para ambas as partes", diria Russomanno.


Então...mas o "problema" é que me apaixono com facilidade por aqueles que estão ao meu lado, a quem ofereço ou solicito esse aconchego. E tudo isso gera uma grande confusão em minha vida sentimental e, certamente, na vida do outro também. Uma hipérbole que atinge tensos limites: amizade e paixão. As ações tendem a construir uma linha tênue entre o ser, o estar e o não permanecer. É confuso, eu sei, mas com "jeitinho", penso eu, é possível entender o que escrevo por aqui. 

Nessa travessia em vida, tudo se perde numa enorme interrogação, que espera uma tese como resposta. Anormalmente, os olhares se cruzam mais que as palavras, a necessidade de um toque físico deixa de lado o apenas desejo da pureza e as ações subsequentes ultrapassam o prazer, que são outros limites dominados pelos próprios limites e não por antecipação. Alguma coisa sempre "rola": um beijo, um toque a mais, um silêncio gritante, excitação. Qual o resultado? Travas, afastamentos, arrependimentos, solidão. Ou longas conversas sem nexo. E pior! Sem sexo rs

Sei que afastei muitos que já estavam comigo e outros tantos que desejavam a mim se unir. Eram ações plenamente encaminhadas, que não "rolaram". Em razão desses fatos, a dúvida fez minha certeza falhar por diversas vezes: afastei-os de mim ou me afastei deles, não necessariamente nesta ordem. Os caminhos da harmonia, para essas narrativas psicológicas, quase sempre são opostos. Não nego que "bate" um arrepio. Há ranger de dentes e um frio intenso n'alma em algumas madrugadas vazias. Dependendo da extensão dos sintomas, ultrapassam as madrugadas, invadindo dias, ganhando novas noites. E já foram tantas noites assim!

Hoje não tenho dúvidas,  os meus excessos são meus vícios mais incômodos, porque geram demasiados questionamentos e, consequentemente, imediatismo nas respostas que não se concretizam, porque não têm por que se concretizarem. E esse imediatismo do querer uma resposta me faz perder o sabor das possibilidades que compõem o texto-resposta. O miolo do pão, entende? Sei disto, trato-me disto. Já fui até ao Psiquiatra rs Tento vencer e me vencer. Tudo está ocorrendo paulatinamente.

Esse questionar excessivo causa distanciamentos que se acumulam, fazendo com que entrem em cena os antinaturais receios, que me freiam, gerando dúvidas de permanência e ditando sucessivamente a não permanência. Os rompimentos se mostram em talhos, que fazem doer qualquer atalho de aproximação. Eles, os rompimentos, tornam-se fatos cotidianos. Assim, o próprio fim perde uma oportunidade de ser feliz, porque não fecha os ciclos, não seca as lágrimas, não estanca o sangue, não cicatriza as feridas.

Normalmente afasto a felicidade antes de questioná-la e dela obter resposta, ciente de que estava feliz naquele momento. Refiro-me ao questionamento interno, que caminha lento e natural, como em outro ser humano, que, neste caso, chamaria de normal ou menos anormal. Por acreditar em um "não", acabo por encerrar antes de começar a ação que poderia dar certo, aquela denominada promissora. Tem sido assim há muito tempo. As carochinhas eram minha máquina do tempo na infância hehehehehe

Retomando o fato que gerou essa conversa, ultimamente tenho lido algumas coisas interessantes sobre esse descontrole, que é chamado de "ansiedade" ou, perigosamente, "posse por antecipação". Também, tenho assistido a alguns filmes e a algumas séries que me têm remetido profundamente aos meus "problemas" e às minhas "carências humanas" e, talvez,  a de tantos outros por aí.

Ainda que esteja a ouvir falar de guerras, atentados e o "escambau" (caralho, pros íntimos rs), neste instante, são as minhas "guerrilhas" que precisam de solução. Minha "Mariana" também anda lamacenta. Sem egoísmo, mas, antes, preciso cuidar de mim. Estou com uma sede de amor que você não a imagina. Quero alguém ao meu lado já! Pura campanha, né? E assim é kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Os livros, os filmes, as séries têm me ajudado muito. Tanto que já estou a decidir sem tantos medos. Recentemente ousei até olhar para alguém de uma forma que nunca havia olhado, ou seja, um olhar na medida da possibilidade e não do sonho isolado da realidade de vida. Sem "frescuras de educação". Olhei com gosto de olhar. E não é que fui correspondido? Uau!

Não sou adepto a festas, mas aceitei um convite. Estava lá nessa festa, entre "poucos" amigos, quando "esse olhar" aconteceu. A correspondência foi imediata, assim como o tremular das pernas e da mão que segurava uma taça. Ficamos a nos olhar e, no broto do sorriso maroto, um gole atravessado de vinho tinto, que se tornou seco de prazer em razão da peripécia ocular, como agem os meninos levados. 

Tudo bem...mas eu queria mesmo era ter sido mais ousado e menos apressado. É isto, mais ousadia clássica, o que me falta para essas conquistas. Tem hora que fico de "saco cheio", cansado de ser ator a todo tempo. Tanto, que representar é uma dádiva que estou dispensando neste momento da vida. Estou, também, a doar meu DRT de imediato, para apagar todos os meus contos dessa fada...safada.

Dessas novas aprendizagens, nesta fase que me tem requerido mais atenção, o destaque vai para a majestosa percepção presente naquele "olhar". Acredito até  que já a possuía, contudo não a utilizava devidamente. No decorrer da minha narrativa de vida tem dado até muito certo, falta agora tabelar e chegar ao porquê. Uma questão-problema seria: "Será em razão das diferenças humanas e/ou sexuais humanas?" O que será, que será? Isto eu ainda não sei...mas saberei!

Uma possível resposta está em saber olhar-se e saber olhar as coisas ao redor, sem meandros. É isto que me tem dado inspiração para uma parceria tão desejada, visto não desejar permanecer tão só como estou me sentindo ultimamente. Tornei-me uma autovítima de uma solidão proposital e planejada para uma época, que não deveria ter ultrapassado tantas outras, como está a acontecer sem dó nem piedade. Eu mesmo me acuso e me repreendo. Afinal, sou o próprio carrasco das minhas falhas, enforcando-me nas próprias cordas do meu coração. E já são duas "cordinhas" necrosadas rs 

Não nego que ainda estou sonolento nisso tudo, mas estou a acordar em doses curtidas em barris de carvalho. Já até memorizei minha primeira lição anônima: "Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, acorda". Lógico que não estou deixando de sonhar, mas acordando para a vida, enquanto esta ainda insiste em permanecer em mim, mesmo depois de cinco infartos rs

Uma coisa é certa: sinto-me deixando muitas coisas para trás. Um recomeço me acalora todas as manhãs e me segue nos dias que se sucedem. Sigo adiante. E tudo porque estou ciente de que preciso morrer para renascer um outro alguém com outro alguém. Estou, também, a eliminar velhos ditados, como: "antes só do que mal acompanhado", "solteiro sim, sozinho nunca". 

Na real, sem medo de errar no pedido a São Jerônimo (o orixá Xangô, na Umbanda), na escola do amor, quero ser mais aluno que professor. Ah, isto eu quero mesmo, e é pra já! 


João D'Olyveira


HELEU e o outro oculto



"Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher"

Caetano Veloso

O momento sugere 
reconhecer que a vida 
é muito mais ampla do que muitas vezes percebemos.

Comprovadamente, 
nossos limites 
são sempre indevidos.

Erroneamente, 
achamos que nossas opções são restritas.
o que é um ledo engano.

Estamos enganados,
 não devemos ignorar a extensão 
das nossas reais possibilidades.

Colocar na cabeça somente "aquela coisa" e
colocar no coração somente "aquele alguém"
é esquecer que há um redor próprio a ser explorado,
para além daquilo ou daqueles que nos foram valores.

Os valores se tornam ultrapassados:
 "tudo no seu devido tempo".
.
Nesse contexto,
há tempo para chegar e há tempo para partir,
por isso  "não podemos perder tempo".

Logo, 
se tivemos um tempo para ter e não tivemos,
se tivemos um tempo para amar e não amamos,
"perdemos tempo".

Então...

Vamos olhar com mais atenção ao nosso redor,
 para enxergarmos outras possibilidades,
que são portas ou janelas que se abrem para alívio da alma e consolo do coração.

Nesse contexto,
outras "coisas" e outros amores serão muito bem-vindos,
assim como  serão mais uma vez bem-vindos "coisas" desejadas - agora renovadas - e amores - agora "outros".

Já estou com a minha plaquinha no peito: 
PROCURA-SE!

João D'Olyveira


HELEU e a sensibilidade à flor da pele


google/images

"Se você não entende não vê,
se não me vê não entende.
Não procure saber onde estou,
se o meu jeito te surpreende [...]"

(Kiko Zambianchi)

Lembrei-me de uma personagem de um humorístico da TV Brasileira, que fazia uso do seguinte bordão: "Tô porraqui!". A lembrança tem um motivo rs É que hoje estou extremista para muitas coisas: "Tô porraaquiaodobro!". Sabe o que é? Não sabe? Eu digo... As coisas estão chatas e confusas. Muito chatas com "ch" e confusas demais com "s", ou seja, sem pôr nem tirar. Chatas e confusas mesmo! Tô naqueles dias que você abre a geladeira, procura algo para beber ou comer, mas nada encontra. Abre o guarda-roupa, procura uma peça de roupa, mas não a encontra. Nada serve. Não bebe e nem come nada, e acaba se revestindo com uma peça de roupa que acabou de tirar. A peça não importa.  É isto que está acontecendo comigo.

No fundo do fundo do fundo, quando estamos assim é porque nós é quem estamos vazios, ocos, loucos e os cambaus. Fazendo uso de uma expressão dos anos 70, "podes crer"! Tudo está vinculado aos nossos primeiros erros praticados a cada etapa de um desses inúmeros erros que a vida nos proporciona. No misto de "pode" e "não pode", acabamos aceitando, porque quem não está servindo para o mundo é o próprio que lança seu reclame de graça. Então...hoje estou assim: uma vontade de comer "algo gostoso". Só que este "algo gostoso" não está na geladeira e muito menos no guarda-roupa. O "algo gostoso" que desejo está na minha mente ou no meu coração. Na alma, quem sabe, sei lá!  Oh Santa Fragilidade Humana!

Uma gelada? Uma purinha? Oração? Sei lá de novo...não está sendo fácil! Não bastasse, tem essa das ausências demarcadas. É fato. Nesses momentos, lembramo-nos muito daqueles que simplesmente não aparecem mais. Sabe aquela rotina boa que rolava entre você e alguém que te completava? Então... só lembranças! Havia até frases feitas, tipo "Ei, você está em casa?" "Estou indo pr'ai!" "Quer que leve alguma coisa?" "Beleza, daqui a pouco to chegando!" Era bom, mas hoje nada conforta mais nada. Caiu tudo no esquecimento do "outro", é claro! Isso incomoda tanto que até a gente acaba se ausentando da gente mesmo. Fique tranquilo, prometo que não vou chorar. Pra chorar, a coisa tem que rasgar fundo, mesmo! Ainda não rasgou rs

Não é uma questão de gosto ou de aceitação, não. É pura sacanagem íntima da fragilidade humana, dos nossos primeiros e constantes erros de sustentação. Estou até pensando em fazer uma campanha para que não caiamos com tanta emoção na tentação do "outro". Vamos decretar: se o "outro" partir fora do tempo normal, vai ter que pagar multa. Agora...o difícil vai ser determinar o que é o "normal" frente à atitude desse "outro". Quem determina o "normal" e o "anormal" nesta esfera terrestre?.

No entanto, é real o fato na anormalidade do tempo. Até porque é uma maldade não planejada, apenas ocorrida e não socorrida por falta de expressão adequada ao adequado rs O sujeito está confuso e confunde o próprio sentimento que já se apresentava confuso, é isto! E na confusão, tem-se o jogo do vice-versa, da esquerda  e da direita, do par e do ímpar... E por aí vai! Os opostos se atraem na maior confusão. Tudo muito confuso mesmo rs Pode rir, pois eu já ri muito dessa pegajosa lamúria dos dias nublados. Dessa  antítese das criaturas...iguais!

Agora estou cá a pensar com os meus botões, mas eles disfarçam, os danadinhos. Fingem não ser com eles o papo reto que estou tentando ter. Deve ser porque estou sem camisa...rs Se estou seminu , sempre perco a autoridade sobre eles. Veja, até os botões estão me dando um tempo hoje! Quase que olhei pra camisa ao lado e disse para os safadinhos dos botões: "nasçam, seus fdp...cresçam, seus fdp..." Tadinhos, mesmo! rs O trabalho deles é somente abrir ou fechar...e prender. Estão longe do abrir ou do fechar das flores... Estou de olho, agora, é no meu fecho-ecler. Ele vai ouvir poucas e boas daqui a pouco. E que não emperre e nem se torne homicida sexual!

É...dizer que está sendo fácil seria mentir descaradamente. Seria omitir a verdade mais sensível do homem: a carência humana. Assim, apenas comento que vou tocando em frente, na espreita de quem virá. Quem sabe, talvez, de quem está e poderá permanecer ao meu lado. Há gente curiosa no pedaço...interessante isso! Na verdade, quase uma afirmação verdadeira, porque estou só, mas não estou sozinho. Entende? Se não entender, "de boa", passe a régua e vamos pra outro boteco!

Sou assim, um ser ambulante naturalmente apaixonado por momentos e pessoas, por pessoas que transitam em meus momentos humanos. Eu me apaixono com uma facilidade alheia e sempre me ferro. Óbvio que também me "desapaixono" com a mesma facilidade. Quando desisto do querer, não tem volta. Basta-me posicionar em regras e normas que o "bem-bom" acaba rapidinho. Não curto discutir relacionamento e muito menos dar satisfação do meu coração para outro coração. Ciúmes, então...não desejo para o meu maior inimigo. Quer destruir um relacionamento do qual sou cúmplice? Se quer, diga-me o que devo e o que não devo fazer, e me impeça de caminhar com as próprias pernas...pronto! Perdeu ao cubo tudo o que havia conquistado. Ô doença esse tal de ciúmes. Estraga tudo...

Uma coisa é religiosa rs Não discuto "pecado" nas relações, apenas valores sentimentais. Lembrei-me agora do grande Machado de Assis, que teceu o seguinte comentário, o qual aqui o lanço parafraseado:  Deus criou a fé e o amor. O homem, por sua vez, transformou a fé em religião e o amor em casamento. Já o grifo que se segue é deste autor: Assim, esse "homem" tira proveitos financeiros das duas bases divinas. Coisa de doido sacana, sô!

Por essa razão, deixo rolar somente quando rola. Se não rola,  atribuo o "não-rolou" a duas razões: ao "não querer" e ao "melhor não querer que vai f...". O primeiro diz respeito à negativa individual, aquela da não-simpatia; o segundo, ao superar os desejos. Ainda que esteja a fim de...melhor não! Sabe-se lá o calo dos próximos capítulos. Contudo, se valer a pena...que vá! Às vezes é difícil resistir à tentação. Já caí algumas vezes nessa de prazer momentâneo e dancei sem música. Foi muito ph...oda!

Já pensei em muitas loucuras, mas me acalmei com uma dose de vinho ou de cachaça amarela. Gosto das amarelinhas rs Envelhecidas, só as cachaças, mesmo rs Na verdade, doses não me excitam, elas me recompõem. Não tomo umas e outras para agir. Tomo-as para pensar se devo ou não agir naquele momento. Essa coisa de razão x coração,  entende? Tem outra também, algumas vezes travo ações enquanto as tomo rs...as doses...rs Agora,  impedir excitações não dá, por mais que as disfarce. Não é fácil desejar e não arriscar cometer o desejo. Haja força nas cabeças! Homem tem que pensar dobrado ou arreado, sei lá! O bom é que somente Eu, Deus e a Humanidade sabemos daquilo que um dia desejei e não fiz rs

Não é que me veio à memória o tanto de "loucurinhas de amor" que já fiz por esse mundo afora? Também, aquelas que não desejei que fossem "loucurinhas"... Que pena que nem todas rolaram! E se não rolaram deve ter sido em razão daquele"não querer" ou daquele "melhor não querer". Já foi o tempo desses amores, passaram qual camelo no buraco da agulha. Agora é tempo passado a ser conjugado na aprendizagem verbal, somente para este fim. De resto, para mais nada servem. Porém, que venham novos presentes! Gente nova me excita em dobro. E  "de novo" dobro os erros. Ô cabecinha infeliz daquele que sabe que é um erro e o deseja porque é prazeroso. Ô minhas cabecinhas danadas!

Então...hoje estou "porraqui". Amanhã poderei estar "porraí"..."porrlá". Tá a fim? Por momento...enquanto você não chega...ou volta...ou revolta...sei lá... rs... vou adotando as palavras de Freddie Mercury e praticando essa "crazy little thing called love." Erros...o que são mesmo erros? Devem ser algo que provocam revoltas por terem provocado prazer em alguém...um dia...por algum motivo injusto. E que sejam eternos esses meus primeiros erros, como deveriam ser os amores! Afinal, erros estão tão vinculados a amores. Tá...mas todo este registro tem como base o amor? Quem sabe... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Até a vista, Baby!


João D'Olyveira






HELEU e a imprópria indecisão







Arquivo Pessoal

Por não entender suas idas e voltas,
essa sua indecisão,
simplesmente me ponho a escutar minha mente e meu coração.
A cada novo calo em meu falo,
nada falo pra não te sufocar.

Suas ligações não mais as atendo,
porque não mais as entendo,
não mais as compreendo,
não mais as interpreto,
não mais as consigo analisar.

Suas mensagens eletrônicas eu as apago,
cancelo os seus perfis nas redes sociais.
Em nossos mínimos contatos,
hoje quase sem tatos,
invento histórias,
tentando ganhar tempo pros comerciais.

No dia a dia leio, escrevo, desenho, toco e pinto;
componho muito ou nada  a cada arte produzida.
Na velha cadeira de balanço,
quase em loucura induzida,
descanso um corpo plenamente abduzido.

Levo comigo somente uma certeza:

nada de você me apavora.
Afinal você não tem hora, 
é meu agora e a hora que chegar.
É minha vasta memória,
uma gratificante história,
 que não inventei,
 pra ninguém contar.

Todavia,
por todas as minhas artérias e veias,
essas sanguíneas vias, 
quando estou quase curado das feridas,
desejando roupa limpa e nova vida,
colocar a casa em ordem na minha desordem,
botar no rosto um sorriso falso pra enganar e me enganar,
eis que você retorna ao lar doce lar.

Expiro, inspiro-me e suspiro,
enquanto você aos poucos novamente me entorna,
retorna, retoma, toma e torna a me indagar.
Daí  não tem mesmo jeito,
perco-me no sacrifício do silêncio,
porque você é um vício que não consigo largar.

Depois da entrega garrida,
no somar das horas escorridas,
ao seu lado ou do seu lado apaixonado,
apenas busco a felicidade cedida em andares ímpares,
jamais a perfeição dos pares carteados.

Depois do depois,

ouvindo no pen drive uma velha canção,
tento entender suas idas e voltas,
essa sua indecisão.
Num dia sou seu grande amor;
no outro, não!

                                                 João D’Olyveira


Inspirado na letra e música "Eu não entendo", Nenhum de Nós. 




HELEU e a vontade de acertar


Google images/


SER PRECISO!


O protagonista desta narrativa amadureceu sem sementes, mesmo tendo desejado novo plantio. Assim, solicita licença para fazer uso de alguns versos de Gonzaguinha: "chega de tentar, dissimular, de disfarçar e esconder o que não dá mais pra ocultar". Esse contador de histórias acredita nas surpresas do Senhor Tempo, que a ele, ironicamente, também faz uma solicitação: conservar no peito e na mente o desejo de um amor infinito. Todavia, há uma severa trava nesse tempo. O hoje é completamente diferente do ontem. Então, Senhor, é preciso que se dê direito ao grito. Não como desabafo, mas, essencialmente, para ser ouvido por um alguém que também procure outro alguém, como este que narra. Afinal,"não posso mais calar, já que o brilho desse olhar foi traidor..." 

Nesse contexto, quando a  cena íntima desse narrador é revelada em atos e espelhos, o que ele pode olhar, ver, enxergar...sentir e ler? Os olhos que olha estão cansados, mesmo tendo visto tão pouco deste mundo. A voz que fala, trêmula; ainda que tenha tanto para dizer. O corpo que toca, frágil; ainda que insista em remar para lugares indefinidos, como se ossos não criassem ferrugens. Os cabelos que penteia e os pelos que apara desbotam gradativamente. A pele que massageia apresenta-se frágil, momento oportuno para que as manchas senis insistam em tatuá-la. Não há retorno, porque os milagres cosméticos são apenas maquiagens temporárias. 

Em todas as suas ações, há uma reserva de sonhos que lhe ofereça equilíbrio. Dentre esses sonhos, alguém especial é creditado. Na plenitude deste vocábulo, aquele ser humano que lhe possa oferecer o que ainda não teve, mesmo tendo tantos outros nesse trajeto terreno. Nesse vácuo entre o desejo e a realidade, sente imensa falta de um abraço que o envolva por completo; de um beijo que lhe explore a alma; de palavras temperadas com desejo e carinho, e ditas com mansidão. Uma tremenda falta de um "bom dia" a dois. Expressões questionativas singelas, como: "vamos almoçar?", "tudo bem com você?", "quer um café?" E toques, cafunés, olhares profundos...uma infinitude que não me cansa e tanto a quero!

E o narrador, um eterno contador de histórias, agradece imensamente a quem já fez parte da vida dele, pessoas amadas a quem deseja toda felicidade, porque a ele ofereceram felicidade. Ele não se apresenta tão samaritano, porém reconhece os prazeres a ele ofertados: os abraços, os beijos...os gozos. Em outra esfera, o material e o capital que lhe foram  (e lhe são) necessários e proveitosos. Afirma cotidianamente: "O que puder retribuir será retribuído ainda nesta vida". A certeza é de que houve procura, tanto que agradece as passagens. Na própria fala: "Elas existiram e me complementaram". E isto é fato!

No correspondente aos prazeres da carne, comenta que sexo não é tudo. O que busca está além do físico, porque físico tem data de validade. Assim, não lhe interessa mais o passageiro, quanto mais o passageiro comprometido. O dominador está fora de cogitação, jamais deseja os "senhores feudais". Não quer enganar para não ser enganado. Deseja eliminar erros, acertar-se e acertar alvos duradouros. Sonha com alguém que conduza com ele o veículo vida em abundância. Aos amores passageiros, afirma: "Boa viagem!"

Neste momento, observa-se por completo. Lança questões a ele próprio, todavia solicita auxílio aos céus. As respostas se fazem simples. Não desistirá da busca, porque ainda lhe resta alguns créditos. O que muda, talvez, seja mesmo a condução, que não deseja solitária. Ele precisa de alegrias, de paz no coração. Por esta razão (e coração), não se promete nada, apenas tenta não furtar a si e a outros. Uma certeza: não quer mais amar o distante, o difícil, o proibido...aquele que não divide, apenas o suga. É preciso acertar o alvo. Afinal, "gonzagueando", "chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar e se perder [...] não dá mais pra segurar, explode coração!".

                                                                                                                                      João D'Olyveira

HELEU e o desejo

                                                         
                                                                              João D'Olyveira

Heleu e o desejo

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SOMBRAS

Nas inconstâncias dos bares,
em outros lugares,
com outros pilares,
desejei você...

Nas encostas do sonho,
de modo enfadonho,
com outros pudores,
desejei você...

No desconforto das horas,
rompendo auroras,
 nosso aborto aconteceu,
quando pude sentir seu corpo no meu...

No tempo que nos restou,
você emudeceu a voz,
e como em um deserto,
tão perto e distante do eu do nós!

Mas foi na aurora,
que eu te beijei,
que senti o teu cheiro,
que gostei...

João D'Olyveira

DESTAQUES DO MÊS