Heleu e a solidão

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SOLIDÃO

A distância sempre lhe serviu como forte argumento para não estar presente junto aos seus. E foi assim que fez por horas, dias e meses, que somaram anos. Com essa justificativa, cada vez mais se distanciava daqueles que um dia lhe foram tão próximos, até que esse mesmo tempo se incumbiu de lhe fazer esquecido por aqueles e por outros. E no girar do tempo, dizem que as lágrimas do sujeito eram constantes, porém ninguém se fazia presente, nem passado, nem futuro. E foi desse modo que ele somou as parcelas do tempo, até que seus olhinhos amiudados, em uma manhã chuvosa, vasculharam de canto a canto aquela enfermaria. Ele procurava uma tal essência humana, a mesma que recusara há tanto tempo. No leito, todavia, apenas fiapos de uma inexistência coletiva.

João D'Olyveira

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Agradecimentos Heleunísticos
João D'Olyveira

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