HELEU e a boa amizade


Arquivo Pessoal

"Meus bons amigos, onde estão? Notícias de todos quero saber.
Cada um fez sua vida de forma diferente. Às vezes me pergunto:
malditos ou inocentes? "

(Barão Vermelho)


Regras Essenciais para uma Boa Amizade


Os homens se assemelham às crianças, que adquirem maus costumes quando mimadas. Por esta razão, não deveríamos ser excessivamente condescendentes e amáveis com ninguém. Um exemplo desse "não excessivo" pode ser o seguinte raciocínio: "Não se perderá um amigo por lhe negar um empréstimo, mas muito facilmente por lhe conceder". Ou este outro: "Não se perderá nenhum amigo por conta de um tratamento orgulhoso e um pouco negligente, mas amiúde em virtude das excessivas amabilidades e solicitudes, que fazem com que ele se torne insuportável, fato que produzirá a ruptura. Todavia, é sobretudo o pensamento de que precisamos das pessoas que lhes é absolutamente insuportável: petulância e presunção serão consequências inevitáveis.

Em algumas pessoas, tal pensamento origina-se em certo grau já pelo fato de nos relacionarmos ou conversarmos frequentemente com elas de uma maneira confidencial. De imediato, pensarão que nós também devemos ter paciência com elas e tentarão ampliar os limites da polidez. Eis porque tão poucos indivíduos se prestam a uma convivência íntima. Desse modo, temos de evitar qualquer familiaridade com naturezas de nível inferior. Contudo, se esse indivíduo imaginar que é mais necessário a nós do que nós a ele, terá como sensação imediata a impressão de que lhe roubamos algo. Tentará, então, vingar-se e reaver os seus pertences. O único modo de desenvolver a superioridade na convivência com os outros é não precisar deles de maneira alguma e fazê-los perceber isso. 

Consequentemente, é aconselhável fazer sentir de tempos em tempos a qualquer um, homem ou mulher, que podemos muito bem passar sem ele. Isto fortalece a amizade. Para a maioria das pessoas não é prejudicial se, de vez em quando, adicionarmos uma pitada de desdém na nossa atitude para com elas. Atribuirão tanto mais valor à nossa amizade: Chi non estima vien stimato [Quem não estima é estimado], diz um fino ditado italiano. Se, todavia, alguém nos é de fato muito valioso, devemos ocultar-lhe essa conduta como se fosse um crime. Ora, semelhante atitude não é agradável, mas é verdadeira. Os cães quase não suportam uma amizade excessiva; os homens, menos ainda.

Adaptado por João D'Olyveira, do original de Arthur Schopenhauer, in "Aforismos para a Sabedoria de Vida".

HELEU e o tempo do riso de Chico Anysio




CHICO ANYSIO -  O HOMEM DAS MIL E UMA FACES BRASILEIRAS

Foto -Karina Sbruzzy - Arquivo Revista TAL - 18 jul 2008

Ter conhecido "de pertinho" Chico Anysio e "tido" o prazer de ouvi-lo contar suas fantásticas histórias, e a oportunidade de poder observar a imensidão do insistente brilho de "vontades" presente em seus olhos, assim como de poder cumprimentá-lo, com muito carinho e respeito, em agradecimento ao saudável humor que ele nos ofereceu e à cultura por ele ofertada à imensa Nação Brasileira, é prazer incomensurável. Afinal, Chico foi um artista múltiplo, conhecido por criar e representar diversas personagens. Os registros dessas personagens são variados, caracterizando, sempre com precisão, o corpo e a alma do povo brasileiro. Para alguns, Chico será eternamente lembrado como o Professor Raymundo; para outros, como Bento Carneiro ou Neide Taubaté; ou como o perfeccionista ator Alberto Roberto, e por aí vai! E se não bastasse criar e representar personagens, no seu imenso currículo encontramos, ainda, o comentarista esportivo, o roteirista, o compositor, o diretor artístico e, em uma de suas últimas versões, um respeitável blogueiro da Globo.com. Muito obrigado, Chico, por nos deixar participar "um pouquinho" da sua vida. Na paz!

Se desejar, visite:

HELEU e o quase começo do fim


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QUASE




Quase fim

de tarde.

Quase começo 
de noite.

Quase começo 
do fim
de um caso
de amor
sem fim...

João D'Olyveira





HELEU e o abstrato sentimento humano




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DECLARAÇÃO DO ABSTRATO: 
A NARRATIVA DE UMA HIPÉRBOLE PLEONÁSTICA NECESSÁRIA AOS SERES HUMANOS



Talvez você não saiba até hoje o quanto eu gostava de você. No entanto, nunca duvidei que soubesse sobre esse sentimento do pretérito. Hoje, estou apenas estou me referindo ao "quanto". Somente a ele, essa mecânica quântica que, cotidianamente, nos conduz de volta ao paraíso ou nos faz permanecer no inferno. É porque a extensão do que sentia por você parecia-me imensurável. Ledo engano comum a todos os apaixonados. 

Quando medimos, na esfera sentimental, nem sempre encontramos um valor preciso. É sim a propriedade intrínseca da "coisa quântica". Nem sempre haverá interação entre a "coisa" e o "aparelho da medida". Um nem sempre será dois e vice-versa. Como na medida exata, nem tudo se prevê, provocando um rompimento clássico. Então, medidas... Para quê mesmo elas servem, quando se referem a sentimento? Para nada, porque tudo vai mais longe do que imaginamos e muito mais perto do que precisamos que seja. Confuso? Sim, pois neste específico as medidas serão sempre enganosas.

Nesse emaranhado quântico, o mais curioso é quando e como comecei a "gostar" de você. Na memória levo alguns "flashes". Estava lá eu no meu canto, que sempre é e será circular. Ou seja, sem cantos. Apenas encantos de uma eterna mesa redonda. Do quase nada você chegou, a fim de tudo o que lhe interessava naquele vão momento. 

Profissionalmente, o que eu poderia lhe oferecer naquele momento da sua vida? O que não estava previsto era o tal imprevisto que acontece nas melhores famílias inglesas e brasileiras também. Eu e minhas dúvidas, frente a você e às suas incertezas. Era tão óbvio. O fato de você estar lá não era eu ou o meu profissionalismo. Era simplesmente você e o seu. Isto tem sido cada vez mais claro com o passar do tempo. Você é sim do jeito que "achei" ser. Alguém que deseja o melhor para si e para os outros que esse "si" possa também estar presente. Típico daqueles da sua espécie profissional.

Bem, no decorrer de todo o processo, muitos papos "rolaram" n'outros "agora" e "depois", de uma forma que não se esperava, ainda que assim se quisesse ou até desejasse. Os papos temperaram todas as ações futuras, ecoando até os dia de hoje, neste futuro do presente que insiste em não se tornar pretérito, mesmo sendo nosso desejo que assim se torne. Sim, nosso desejo, porque já nos desgastamos o suficiente por nos iludirmos em neutras possibilidades

Não me lembro das minúcias, apenas dos detalhes que mais me questionaram naqueles momentos. É isto mesmo. Nós nos questionamos muito e respondemos tão pouco às nossas ações cotidianas. Essencialmente às sentimentais. Profissionalismo à parte e ação laboratorial também, somemos aqui as defesas e acusações. As "águas de março fecharam alguns verões". Os "julhos" se arrastaram melancolicamente. Aqueles "agostos" gostaram daquilo que viram, enquanto os "dezembros" insistiam em cantar "Jingle Bells". Pronto. Foi assim. Um curso em curso seminatural. 

Querendo ou não, "rolou" alguma coisa, e quando "rola" faz rir ou chorar. Diverte ou dói pra caramba. Minha carência, que já estava pra lá de Marrakesh, deu luz vermelha e sinalizou perigo. Nessa hora, a gente faz que não percebe. Olha para a esquerda para enxergar a direita e por aí vai. 

Ainda que fôssemos adultos (eu bem mais que você...ou não), nossas mentes e nossos corações entraram em confronto. Uma batalha real. A sua carência, possivelmente, era passageira. Aliás, sempre fico no "acho" quanto a você. Suas certezas até hoje não convenceram as minhas. Sendo assim, são puras ou impuras incertezas: as minhas e as suas. Já a minha carência, naquele momento, não era passageira como a sua. Era condutora ética e cobradora de mim mesmo. Afinal, eu estava conduzindo aquela narrativa. Era, pois, o que pensava.

O foco narrativo era uma ação de perigo para "gentes" carentes, da qual gosto de participar "avivamente". É que tenho em mente que as boas ações humanas sempre serão divinas. É divino, portanto, gostar de alguém. E isto deve ser considerado como uma boa ação. Pronto, é isso: uma narrativa tradicional com todos os seus ingredientes. Linha horizontal. E como em todas as narrativas tradicionais, o tempo passou cronologicamente em cada espaço físico. 

A carência não desistia de nós, ela era uma constante. Insistia em ficar rodopiando nossos encontros e nossos desencontros, e se fez muito presente na sua desastrosa ausência, que durou o tempo que você precisou fazê-la durar. Não participei dessa decisão, apenas me posicionei para recepcioná-lo. Tenho dúvidas se a tal ausência foi um acaso ou uma ação proposital. Até hoje opto pela segunda hipótese, que insisto em chamar de conclusão. 

À parte, sobre os meus "falecidos" sentimentos, cada qual já havia "par-tido". Não havia mais cordão umbilical entre mim e minha suposta família. E assim tem sido até agora. Em suma, estava só, mas não queria "ficar sozinho". Sempre acreditei que "pra ficar" tem que ser com alguém. Difícil de entender esse aparte? Sei que não é, porque nós não estaremos sozinhos nunca. 

A coisa funciona assim: nossa mente nos condena e nos ajunta; depois, descaradamente, nos separa. Contudo, entrega-nos "coisas" que nos acompanham por longa temporada, tais como mágoa, tristeza, melancolia, revolta e tantos outros sentimentos desumanos. Todos eles cruéis, brutais, hediondos. Sinônimos que se fazem hipérboles explicativas. 

A surpresa foi que, neste específico, tudo " do antes" se concretizou como passado. Então, tudo resolvido. Esta certeza me estimulou a oportunizar a saga bendita. E lá fui eu. E lá fomos nós e os outros que nos circundavam naquele momento de nossas vidas. O sentimento vinculado a você é que não passava com o passar do tempo. Ele não era tão tradicional como a narrativa que se desenhava entre nós; portanto, um sentimento não apenas cronológico, mas psicológico também. 

Ele ocupava o espaço físico e o mental ao mesmo tempo cronológico e psicológico. Nós, personagens planas e esféricas, no arrolar dos fatos, amarrotávamos o que achávamos que passava. E todo o sentimento, com medidas imagináveis apenas, estava subentendido nos meus gestos, no meu olhar, no meu toque, na minha toda tola crendice da possibilidade zero. 

Às vezes, até acho que estava no seu toque também, assim como no seu olhar, nos seus gestos. Pode ser loucura pensar dessa forma, mas como uma "loucurinha" não faz mal a ninguém...penso. O curioso é como consegui sobreviver a tudo isso de novo. Seria tão mais fácil se tivesse me lançado ao infinito do olhar e mergulhado no oceano da paixão; porém, não. Decidi nadar no raso das possibilidades e... não é que acabei me dando bem? 

As águas profundas mesclavam-se às pedras. Havia lama também. As águas eram turvas, plenamente enganosas. Eu que as havia visto cristalinas. Doce ilusão dos olhares sentimentais dos apaixonados e dos carentes. Do outro lado você, essa água enganosa e oportunista. Queria me afogar? Se queria, quase conseguiu. 

O que não estava previsto, porém, era a marcante presença de um Salva-vidas. E  muitas salvas e vidas para esse Salva-vidas. Ele me colocou na balança e me reequilibrou. Livre das tentações, "vou tocando em frente [...] tocando a boiada"...hoje, salvando vidas com Ele.

É fato que não lancei somente esse sentimento na balança, e nem queria dessa forma. A balança respondeu também pelo orgulho, pela ética, pelo profissionalismo, pelo homem que me fiz e por aí vai. Neste caso, nem tento "me responder" o que foi perda e o que foi lucro. No meu esconderijo, desejo apenas que eu seja apenas o único a saber de mim mesmo; depois os outros. O "outro", por ser uma incógnita, que saiba apenas dele próprio sem a presença de outros. 

Agora, não nego, já balancei nas estruturas quando você, numa fatídica madrugada, rompeu meu silêncio com uma pergunta propositalmente abstrata. O fato é que nos fizemos parceiros e "amigos", e que as águas do mar das nossas vida nos levaram a compromissos morais e sociais...e confidenciais, graças ao bom Salva-vidas, limitados. 

Naquela madrugada, porém, entre papos e doses, a danada da "perguntinha" veio à tona. O bom é que foi uma única vez, mas o mau é que foi. Ela se verbalizou como língua satânica. E se se fez verbo, logicamente, habitou entre nós. Contudo, como era abstrata a pergunta e abstrato também o sentimento que a provocou, nada se respondeu e nada mais se questionou. Noutras madrugadas, a "tal" pergunta até pairou no ar, mas se eclodiu. E tudo graças às graças, que não se desgraçaram.

Quer saber? Foi melhor assim, pelo menos para você, que nunca se comprometeu comigo, quanto mais com esse sentimento que parecia confuso sem o ser. E tem sido melhor para mim também, ainda que paulatinamente. Sofrível, mas tremendamente bom.  Já não sinto mais vontades. A saudade eu a deixo para outros merecimentos. 

Não nego que ter gostado de você daquela forma foi uma loucura gostosa de sentir. Agora, porém, tudo no pretérito: foi, foi e foi. Não nego, também, que desejei fosse diferente, mas se assim o fosse não o seria como o é. Eu estaria preso à falsa ideia da possibilidade infinita. Um desgaste que já havia sentido noutras narrativas terrestres e, por Deus, não mais desejada por acreditar não ser mais merecedor.

Quer saber da verdade mais plena? Antes preciso revelar que estou rindo neste mesmo momento que lhe pergunto se quer sabê-la. E com razão. Sim, eu gostei muito de você. Gostei. E esse gosto já me bastou. Talvez tenha até exagerado nesse gosto, o que pode lhe ter perturbado também. Seu afastamento, certamente, tem tudo a ver com esse meu exagero, o qual assumo fora das quatro paredes que muitas vezes nos foram "fortes" frente ao cotidiano. Retornando, eu gostei muito de você. Gostei.

Contudo..."Um, dois, três. Chega. Chega por hoje. Chega de histórias." De resto, que eu possa não perder o meu gosto por outros que o mereçam e me mereçam. E que eu também faça por merecê-los. Saiba que, apesar do desconforto que a situação causou," você me ensinou milhões de coisas lindas [...] certamente eu vou ser mais feliz". 

A você, desejo sucesso em sua caminhada. Eu já estou seguindo a minha...faz um tempinho. E o bom de "tudo isso" é que "tudo" não passou de uma narrativa ficcional até que mediana para os padrões temáticos. Certas histórias precisamos vivê-las para melhor escrevê-las e descrevê-las...em minúcias!


 João D'Olyveira




HELEU e o advérbio de intensidade






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INTENSA IN-TENÇÃO




"MUITO"

NÃO

ME

INTERESSAVA

POR

ALGUÉM.

TODAVIA,


ALGUÉM

POR

QUEM

ESTOU

ME

INTERESSANDO

"MUITO" !


                                                João D'Olyveira




HELEU e o paraiso do gargalho



Arquivo Pessoal 
Foto: Vicentini Gomez

Lembro-me apenas de que era um domingo à tarde e de que gargalhava muito, independentemente das incertezas que me habitavam. Parecia estar tudo bem, mas para que mesmo servem as certezas? 

Sabia que desejava registrar aquele momento, o qual me parecia certo, ainda que carregue comigo a observação de que o incerto ronda constantemente as nossas vidas. Agora, se era mesmo uma certeza, então a possuía naquele momento. 

Em sendo assim, registrei o tal momento e nada mais me interessou além daquele registro. Tenho comigo, também, que registros são necessários para abrir e fechar o tempo que ocupamos nos espaços que, às vezes, somente ocupamos. 

Não acredito em divisão de espaços. Sou mais para a ocupação de pequenos espaços que se aglomeram, enganando-nos como um espaço diametralmente maior. Então, não o dividimos, apenas ocupamos aquele que nos pertence ou passa a nos pertencer, por "n" razões. 

Ah! Você quer saber o que rolou depois daquele gargalho? Nem me lembro mais (nem menos). E nem faço força para me lembrar. Fazer força para se lembrar de fatos passados é como defecar com o intestino preso. Dói pra caramba! 

O importante mesmo foi aquele "agora" da gargalhada registrada, assim como este "agora" também o é, o do registro escrito daquele gargalho. Afinal, a vida terrena não é tão chata assim, como alguns pensam e dizem. Se desejarmos, o terreno pode ser infinitivamente um paraíso sem maçãs podres e bichadas, serpentes enroladas, "evas" daninhas e traidoras, e "adões" machistas, covardes e idiotas.  

E aqui "faço valer" os versos de Ivan Lins: "Quero sua risada mais gostosa. Esse seu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa [...] sem vergonha de aprender como se goza". 

E pode! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK                                                  


                                                                  João D'Olyveira                                                                 





HELEU e Ana Carolina

Arquivo Pessoal

OUTUBRO DE 2007. O DESTINO ERA MARINA LIMA. O SHOW. A GRAVAÇÃO DO NOVO DVD. ISTO ERA REGRA. ATÉ ENTÃO SEM EXCEÇÃO. MAS, TODAVIA, PORÉM, CONTUDO, AQUELE SORRISO BREVE E LARGO INTERROMPEU QUALQUER REGRA. QUALQUER DÚVIDA. ERA ELA. ANA. CAROLINA. ANA CAROLINA. PRIMEIRAMENTE OS FLASHES, DEPOIS AS POSES. MUITOS "POSSO FOTOGRAFAR?" ELA APENAS SORRIA E APENAS SORRIA. E EU LÁ. NO PONTO MÁXIMO DA OBSERVAÇÃO. EU. ANA E A HUMANIDADE HUMANOIDE DAS TELINHAS. HAVIA ATÉ PRODUTO DA MALHAÇÃO. TUDO ERA ANA. TUDO ERA CAROLINA. E MARINA? MARINA DEPOIS. AGORA ANA. AGORA CAROLINA. E EU APENAS SORRIA A DISTÂNCIA. APENAS. SORRIA. APENAS . DISTÂNCIA. DE REPENTE. UM GESTO NO OLHAR PEDIU LICENÇA. MUITAS FOTOS. MUITOS FLASHES. "POSSO?" INDAGUEI-A. DA PARTE DELA APENAS UM SORRISO. UM ABRAÇO. UM QUASE BEIJO. EU. ANA E A HUMANIDADE HUMANOIDE. ABRAÇOS. SORRISOS. OLHARES. "EU NÃO VOU PARAR DE TE OLHAR". EU NÃO CONSEGUIA PARAR DE TE OLHAR. VOCÊ FOI ÓTIMA. SEU TOQUE. SEU GESTO. TUDO SEU. O SEU TODO EM MEU MOMENTO QUE FOI NOSSO. UM SER E UM ESTAR AO SEU LADO. APENAS UM SER. O SEU SER. O SER. O SER DE ANA. O SER DE CAROLINA. NAQUELE MOMENTO EU A AMEI. EU AMEI CAROLINA. EU AMEI ANA CAROLINA. E GOZEI A ETERNIDADE DO MOMENTO. MARINA LIMA? FOI ÓTIMA.  O SHOW FOI ÓTIMO. TODAVIA, TUDO DEPOIS DE ANA. TUDO DEPOIS DE CAROLINA. TUDO DEPOIS DE ANA CAROLINA. E MEU GOZO FOI ETERNO. NO TERNO QUE NÃO USAVA. NO TERNO QUE SENTIA. NO TERNO MOMENTO DO SER E DO ESTAR...ETERNAMENTE. POR ESTA E OUTRAS RAZÕES QUE SÃO TÃO NOSSAS. EU NÃO ME CANSAREI. "EU NÃO VOU PARAR DE TE OLHAR" E DE TE OUVIR, ANA CAROLINA!



                                                                                                                       João D'Olyveira





HELEU e a peça "Deu maromba na maroma"

Foto: Arquivo Pessoal - Karina Sbruzzy


 "Deu Maromba na Maroma" 


Interpretação
Karina Sbruzzy


Texto
João D'Olyveira


Direção
Marcelo Lazzarato


DOIS QUADROS




Foto: Arquivo Pessoal - João D'Olyveira



Entrevista à Revista Eletrônica da UNITAU Universidade de Taubaté


HELEU e os elementos da narrativa amorosa



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Naquele exato tempo não perdido, 
vi a última janela do prédio à frente se apagar.
Entendi o sinal, sorri e...fui! 

Já elevado,
no tapete da sala de estar,
conjugamos os verbos ir e vir nos três modos:
indicativo, subjuntivo e imperativo, 
repetindo sucessivas vezes cada posição do prazer carnal.
Vez ou outra,
uma propriedade verbal.


Depois das duas,
cada qual se ajeitou a seu próprio modo.
Um selinho,
dois selinhos e uma dócil lambida.
Dois olhares integrais e sem-vergonhas.

Uma dose de vodka, 
um cigarro incomum. 
Um trago,
dois tragos,
três tragos e alguns pigarros.
Um retirar do fumo entre os dentes,
um cuspir lateral.

Na sequência,
um sorriso duplo,
um ajeitar desajeitado de roupas amarrotadas.
 Algumas palavras ditas por olhares,
em silêncio.

Novamente,
toques de não recolher.
E sob novas velhas carícias,
a liberação de nossas malícias,
todas elas soltas nas pontas dos dedos.

Em ação excitada e muita excitação,
um gozar a vida pela terceira vez.
Alguns jatos de felicidade dupla e individual,
interna e externamente canalizando-se em um tempo indeterminado.


Novamente o ajeitar das roupas que não tiveram tempo de sair dos corpos,
tão amarrotadas quanto os corpos.
Dois sorrisos marotos e dois acenares de dedo,
os mesmos dedos que "preliminaram" o prazer.

Outra vez a porta,
a tranca que não foi trancada,
a sacada espelhada,
o elevador.
A portaria,
a rua,
a rua,
a rua...

Sem essa de pedir desculpas,
dizer que não deveria ter feito,
que foi mal,
porque o que "já foi" sempre estará feito.
E que sempre seja bem feito sempre,
para sempre ser bem lembrado!

Assim tem sido:
tempo, espaço, personagens, enredo, narrador;
sexo, droga e Rock'n Roll


Os meus casos?

Bem, eles jamais serão somente meus,
porque sempre somarei atitudes e ações de outras personagens, 
cada qual atrás das cortinas das janelas dos prédios vizinhos das noites anteriores dos espaços físicos e mentais que ocupo nesta minha narrativa terrena plana ou esférica.

Ah! 
Mantenho vínculos por capítulos:
 uma narrativa de cada vez. 
No mínimo em dupla e em cumplicidade...como sempre fiz rs


João D'Olyveira

HELEU e a liberdade amorosa



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A minha tristeza pelo término do nosso relacionamento será sempre menor que a felicidade a mim proporcionada durante o tempo em que estivemos juntos. Durante nossa convivência amorosa, aprendi uma das mais significativas lições de amor: deixar o outro livre. Também, que amar jamais será sinônimo de possuir. Hoje amo você muito mais que ontem e muito menos que amanhã. Contudo,  seja feliz sempre, como e com quem desejar a felicidade!


João D'Olyveira



HELEU e a equação de primeiro grau




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A vida pode ser uma equação "tunífera" de primeiro grau


Tudo na vida tem um porquê, para justificar que as leituras das nossas ações e reações, e das ações e reações a nós direcionadas devem ser feitas sempre em equilíbrio: razão x coração, a ordem nos é livre. Por conseguinte, cotidianamente, devemos direcionar nosso olhar [al] místico a tudo e a todos, sem exceção, degustando cada um dos nossos precisos movimentos internos. É importante salientar, porém, que cada um de nós tem seu próprio trajeto, com a possibilidade de trajetos sobre e sob trajetos de outros. Sobre águas e terras, e sob o céu, em muitos túneis.


O tal túnel, no qual a luz, em seu final, é aquela desejada por tantos, ele sim deve ser a nossa real prática humana neste plano. Consequentemente, a passagem pelos diversos túneis da nossa caminhada terrena será o resultado real das nossas aprendizagens e, consequentemente, dos nossos ensinamentos. Logo, não deveríamos, neste entendimento, desejar apenas a luz no final desses túneis, mas obtê-la integralmente durante todas as passagens. Obtê-la, neste específico, significa sê-la.

A essência da nossa caminhada pelos túneis da vida, portanto, está em ser a luz na escuridão desses túneis e apurar-se na tão desejada luz de cada uma das saídas desses túneis. E tudo paulatinamente, como em um jogo de xadrez. Aliás, tudo na vida deve ser feito vez a vez, por etapas. A cada etapa, um túnel e uma luz: no começo, no meio e no final. Até o túnel final da luz final da passagem terrena, que não deve ser entendida como final, mas apenas como um túnel. Noutras esferas, possivelmente, outros túneis e outras luzes nos aguardam. Todavia, com as experiências obtidas, o que se prevê são túneis mais iluminados, porque a cada etapa podemos ser mais iluminado, mais luz.

Na consciência desses fatos, o que pode ser compreendido é que o coletivo de informações aqui depositado corresponde a uma equação de primeiro grau. Se fato, no campo humano-matemático, é possível estabelecermos comparativos, porque entendemos que tudo nos leva a uma equação, e que equacionar é expressar algebricamente com igualdade.

Quanto ao seu grau, basta-nos reduzir os seus termos semelhantes e observar os expoentes das partes literais dos monômios. Se o maior expoente for um, significa que a equação é do primeiro grau. Um, apenas um: eu, você, nós em nossa individualidade terrena, sempre sob túneis e luzes.
Em suma, nossas realizações correspondem ao que fazemos no agora. O antes será sempre o registro daquilo que já passou, por consequência, história. O depois corresponderá a outras novas ações, a outros novos "agora". Isto posto, que sejamos luzes sempre e, fundamentalmente, agora, neste túnel, sobre e sob o qual hoje nos posicionamos!

                                                                                                     João D'Olyveira

HELEU e o reencontro

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Uma vez, o escritor estadunidense Richard Bach comentou que não devemos chorar nas despedidas que a vida nos oportuniza, visto que elas constituem formalidades obrigatórias, para que se possa viver uma das mais singulares emoções da vida: o reencontro. Hoje "rolou" comigo essa singularidade emocional, um reencontro com sabor de fruta madura e olhar de cacimba barrenta. Todavia, ainda como um espinho de mandacaru, que gosta de me arranhar. Do reencontro, alguns versos livres deste aprendiz de poeta e eterno prisioneiro do amor. 


Novamente aquele encontro, 
aquele olhar, 
aquele sorriso,
aquele inofensivo pedido de bem-querer,
 que me silenciou. 

Novamente aquele instante, 
aquele desejo, 
aquele toque, 
aquele prazeroso momento de sedução,
que me silenciou.

Novamente o encontro,
você,
nós dois,
dois em um,
um de nós dois e o meu sincero silêncio...novamente.



João D'Olyveira

HELEU e a metamorfose amorosa




Metamorfose significa mudança. É a transformação de um ser em outro. De uma forma em outra. O foco da vez é a possível metamorfose no relacionamento amoroso. Na balança, o "relacionamento positivo" e o "negativo". Para simplificar as coisas, tenhamos como exemplo os nossos próprios acertos e as nossas próprias frustrações. Dizem que amores e paixões são coisas de "gente grande", não é? Por ser assim e para refletirmos juntos, que cada um de nós tenha em mente os amores conquistados ou os amores perdidos, independentemente do tempo cronológico ou psicológico por nós sustentado para esse "rala e rola". Neste consenso, chegamos aos gostos e aos desgostos, sentimentos que, respectivamente, podem nos elevar ou nos destruir, cada qual com sua sina. Sejam risos ou lágrimas. Brindes ou porres.

E é sobre o "desgosto sentimental" que desejo discorrer agora, o qual ocorre em razão da não correspondência por parte de um "outro" que invadiu nossa vida ou foi atraído por nós para dividi-la, com prejuízos. Não nos cabe aqui, todavia, discutirmos se esse "outro" nos enganou ou não. Como também não importa, neste momento, se nos deixamos ser enganados. O que nos importa, agora, é saber que podemos tirar muito proveito dessas "partidas", porque elas podem nos levar a reflexões significativas para o nosso crescimento como ser humano. Afinal, os rompimentos (ou as não correspondências) nos oferecem a oportunidade de também rompermos com uma nossa versão desgastada e repetitiva de amante. Aquela insistente versão presente em todas as nossas "apaixonites agudas", as quais nos dominam e nos fazem mal. Algo que não tem imunidade nem vacina. 

Quantas não foram as vezes que repetimos a mesma história amorosa? Quanto não oferecemos (e nos oferecemos) àquele que chegou? Quanto tempo levamos para perceber a "não correspondência"? E tudo devido à nossa excessiva dedicação ao "outro" e ao consequente esquecimento de nós mesmos. Somos sim, nesses casos, "babacas" sentimentais, porque é sabido que dar sem receber sempre levará à falência individual. Isto é fato em qualquer circunstância. É dito, provado e registrado em cartório.

Nesse contexto, que possamos tirar proveito desses momentos negativos. Somar pontos positivos e ter em mente que lágrimas devem lavar a alma, jamais a inundar. Também, que para as depressões pontes devem ser construídas. Na soma das ações, que consigamos localizar chegadas nas partidas e parar de competir em vão. No bojo, é preciso vencer os nossos inimigos interiores. Sentindo-nos bem, faremos bem a outros que se aproximam. E dentre esses "outros", um daqueles que ainda virão ou um daqueles que sempre estiveram perto de nós, sem nunca o termos notado, visto que perdíamos tempo com a versão negativa do nosso sentimento. Agora...quanto ao "outro" que se foi, "boa sorte" pra ele. E que venha a nós a nossa nova versão!

                                                                                                                                      João D'Olyveira


HELEU e o olhar




Estava à mesa da sala de espera,
olhar fixo no corredor,
literalmente à espera de alguém.
Todavia, nada exigia do tempo,
nada exigia de mim,
nada exigia de ninguém.

De repente um passante,
com uma olhadela curiosa,
seguida de um breve e gratificante sorriso.
Aquilo foi um toque n'alma,
um sacode e acalma sem juízo,
porque uma doce candura fez brotar em mim.

Não hesitei,
e no seco nó da saliva moleca,
correspondi à altura da minha loucura momentânea.
Lancei uma piscadela mansa,
um sorriso de lábios inteiros,
como um menino matreiro,
e fui aos poucos resgatando minha brisa jovial.
Naquele taciturno momento,
tudo se tornou um encanto n'outro canto,
uma elipse terna e eterna,
uma janela indiscreta e sentimental.

E assim foi por longos minutos,
ação repetida a cada nova passadela daquele transeunte naquele corredor.
Determinava-se o tempo que aquele algo desejou e desejava,
frente ao tempo que este algo desejava e desejou.
Até que a espera findou,
o corredor se apagou,
minha memória reacendeu .

E frente àquele olhar fascinante,
diferentemente de todos que até então havia recebido,
dei um passo sobre o pretérito  tão imperfeito e sofrido,
e agarrei-me às crinas daquele presente vivo e sensualmente atrevido.
Afinal, sabia que era um mérito por tantos sentimentos jogados ao vento,
que ao relento me foram meros e amargos erros d'alvo.

Era o que precisava para completar minha noite...oportuno!


                                                                João D'Olyveira

DESTAQUES DO MÊS