HELEU e o platônico do amor


www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php...




P L A T U S

Hoje não foi diferente.,
porque o olhar refletira a mesma vontade, o mesmo desejo.
Não há como negar,
foi muito bom poder olhar pra você,
estar a seu lado.
E, mesmo que suavemente,
poder tocar de leve as suas mãos,
sentir seu cheiro.
Aliás, como é bom poder dizer que seu cheiro me mata,
e que é prazeroso cometer um suicídio perfumado!

No todo do fato que não se encerra,
apenas entendo que,
mesmo sendo uma vontade louca e avassaladora,
o prazer em estar com você é o que mais pesa 
na balança dos meus sentimentos.
Porque trato o nosso trato e não me maltrato.
E essa vontade é a de fazer amor por amor,
não apenas por prazer.

Tudo porque meu sentimento é puro,
não se sustentando apenas no pensar.
É sentimento que busca,
quase por completa,
a ação do amor e do fazê-lo!

Enquanto conversávamos,
mais uma outra vez,
e não diferente de todas as outras vezes
e vezes. 
Não resisti, mais uma vez,
e desenhei seus vermelhos e apetitosos lábios no ar.
E ao desenhá-los, beijei-os, acariciei-os.
No toque dos dedos, dupliquei-os.

Que vontade louca de poder beijar você, tocar você,
possuir em doação esse corpo que me atrai,
assim como em alma já o faço.
Mas, também, quanta dúvida nesta minha certeza...
É porque me sinto achado, mesmo estando perdido.
Por quê?

A resposta solicita mais tempo, mais vento, outro momento.
Não é assim tão simples como parece ser.
Confirmo, então, que
no momento estou tri-confuso!
Bi-duvidoso!
Uni-você! 
E ninguém mais!

A única certeza que quase carrego
é a de que já não sei quase mais nada
do quase nada que já sabia um dia.

Não sei se o tempo passou rapidamente.
Se rapidamente passou o tempo.
Não sei se passou o tempo.
Se estive a seu lado...

Não sei se passou o tempo que estive a seu lado.
Se estive a seu lado nesse passar do tempo...
Sei apenas que me senti o mais feliz dos mortais,
mesmo que por curto espaço de tempo,
a seu lado,
a sua frente,
observando você,
ouvindo você,
tendo você junto a mim.

E tudo isso enquanto um pequeno mundo me desprezava,
semelhantemente à ação que praticava com o próprio...

E na minha íntima indisciplina,
naqueles momento e mundo,
no mesmo mundo que nem meu mundo era,
porque não era mundo,
eu apenas sentia o amor.

Enquanto não reconhecia o meu próprio mundo,
enquanto me fazia único,
meu único mundo era você.

E nesse curtir das horas, entre papos e entreatos,
apenas um sorriso franco.
Sorriso de quem somente verdades me transmitia,
que no toque das mãos,
apenas verdades me oferecia.
Momento e ações que me faziam acreditar que este meu amor não é único,
não é unilateral.

E tudo porque existe um outro lado a ser desvendado...

Todavia,
nas conjunções da vida,
porém, contudo e,
adverbialmente, de repente,
a expressão que normalmente finda sonhos:

"Vamos?"

Aquela que, mesmo com cara de fim,
se apresenta como um duo convite:
embora ou em "boa hora"?

E na hora da partida,
um desejado abraço,
dois abraços,
três abraços e um beijo.

Um beijo,
mesmo que selado,
sem tipo,
esquisito.
Mas, um beijo.
O beijo que não poderia faltar...

Porque despedida sem beijo,
na versão poética mais popular,
é goibada sem queijo,
Julieta sem Romeu...

E esse beijo foi leve e profundo,
ação que serviu de alimento para esta nova história,
o qual me fez,
por momento,
sentir o mais feliz dos homens.
Que me fez repensar que dizer "te amo" era pouco.

Teria mesmo era que conjugar o verbo amar,
em todos os tempos desse amor.

Beijo que me fez acreditar que um dia serei mais atrevido,
antes que apenas o vele,
no aproximar de um possível adeus...

E tudo porque a vida,
sempre em demasia,
é e sempre será o resultado desse amor.

Amor que me é preciso e conciso,
porque necessariamente objetivo,
porque subjetivamente onipresente!

João D'Olyveira


O amor platônico é um amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve. Reveste-se de fantasias e de idealização. O objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem máculas [...] O medo de não atender aos anseios do objeto amado, o sentimento de desvalorização, incapacidade e desintegração podem contribuir para o não aproximar-se, amar a distância, impedindo que o indivíduo vivencie uma experiência de não só amar, mas sentir-se amado, não só cuidar e se preocupar, mas sentir-se acolhido, contido e amparado. Essa troca de experiências emocionais é que permite o sentimento de que amar e viver vale a pena, e nos ajuda a suportar as dificuldades e os conflitos do cotidiano.(Dra Marisilda Barros - Psicoterapeuta, in http://www.infonet.com.br/saude/).

2 comentários:

  1. Amigo...como são lindas suas palavras...a cada palavra em "Amor platônico" sinto como se vocÊ lesse meus sentimentos (apesar de não nos falarmos há muito tempo).És um poeta que parece estar sempre com seus amigos e sentindo o que sentimos e pensamos.
    Fátima Brandão

    ResponderExcluir
  2. Acordei procurando algo...um
    “não sei o quê que” que não tem nome em nenhuma língua...
    encontrei esse algo e muito mais aqui.
    Agora que já sei onde buscar, sinto a vida mais leve.
    Obrigada!!!
    Vânia

    ResponderExcluir

Agradecimentos Heleunísticos
João D'Olyveira

DESTAQUES DO MÊS