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HELEU e o agora

Pensador do Agora

Arquivo Pessoal

Hoje li Fernando Pessoa.

"É bonito ser amigo, mas confesso: é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias."

Hoje pensei muito em você.

Senti saudade dos nossos encontros, 
das nossas saídas,
das nossas madrugadas, 
das nossas manhãs,
dos nossos cafés, 
dos nossos pés se tocando,
como a dizer algo secreto.

Hoje me lembrei das nossas "comidinhas"  e "bebidinhas" madrugadas afora.

Lembrei-me das "japonezinhas",
das pizzas, 
dos beirutes, 
das esfihas;
da geleia de morango no pão de forma,
salpicado com castanha de caju;
do patê de truta no pão sem glúten;
das cervejinhas especiais,
do vinho,
da cachaça envelhecida;
do chocolate amargo.

Hoje vivi intensamente nosso passado tão recente.

Ouvi Caetano por inteiro e chorei quando ele cantou Sozinho.
É...fiquei juntando o antes e o depois, 
desejando intimamente o nosso agora.

Hoje me questionei.

Por que não me colei em você?

Hoje refleti sobre nossas possibilidades.

Vieram à tona nossas atitudes, 
sob a irreal maturidade das nossas idades, 
dos nossos planos secretos,
que não os abrimos e nem nos abrimos para eles.

Hoje pensei e repensei.

E de tanto pensar e repensar, 
decidi mais uma vez esperar um pouco mais,
para além do apenas pensamento,
acreditando, como sempre, na sinceridade do tempo,
que tarda, arde,
mas não falha.

Hoje me senti sozinho.

E sozinho, ouvindo Sozinho,
fui amando você gota a gota,
paulatinamente,
cuidando a distância de quem eu tanto gosto,
em pensamento terno e eterno.

Hoje fiz planos quase secretos.

E nesses meus planos,
até indiscretos,
apenas um desejo a brotar:
que  você me ganhe desmedidamente,
porque não consigo me interessar por outro alguém.

Agora...me diga: 

Onde está você agora?

Hoje pensei e repensei muito em você...


João D'Olyveira



HELEU e a sensibilidade à flor da pele


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"Se você não entende não vê,
se não me vê não entende.
Não procure saber onde estou,
se o meu jeito te surpreende [...]"

(Kiko Zambianchi)

Lembrei-me de uma personagem de um humorístico da TV Brasileira, que fazia uso do seguinte bordão: "Tô porraqui!". A lembrança tem um motivo rs É que hoje estou extremista para muitas coisas: "Tô porraaquiaodobro!". Sabe o que é? Não sabe? Eu digo... As coisas estão chatas e confusas. Muito chatas com "ch" e confusas demais com "s", ou seja, sem pôr nem tirar. Chatas e confusas mesmo! Tô naqueles dias que você abre a geladeira, procura algo para beber ou comer, mas nada encontra. Abre o guarda-roupa, procura uma peça de roupa, mas não a encontra. Nada serve. Não bebe e nem come nada, e acaba se revestindo com uma peça de roupa que acabou de tirar. A peça não importa.  É isto que está acontecendo comigo.

No fundo do fundo do fundo, quando estamos assim é porque nós é quem estamos vazios, ocos, loucos e os cambaus. Fazendo uso de uma expressão dos anos 70, "podes crer"! Tudo está vinculado aos nossos primeiros erros praticados a cada etapa de um desses inúmeros erros que a vida nos proporciona. No misto de "pode" e "não pode", acabamos aceitando, porque quem não está servindo para o mundo é o próprio que lança seu reclame de graça. Então...hoje estou assim: uma vontade de comer "algo gostoso". Só que este "algo gostoso" não está na geladeira e muito menos no guarda-roupa. O "algo gostoso" que desejo está na minha mente ou no meu coração. Na alma, quem sabe, sei lá!  Oh Santa Fragilidade Humana!

Uma gelada? Uma purinha? Oração? Sei lá de novo...não está sendo fácil! Não bastasse, tem essa das ausências demarcadas. É fato. Nesses momentos, lembramo-nos muito daqueles que simplesmente não aparecem mais. Sabe aquela rotina boa que rolava entre você e alguém que te completava? Então... só lembranças! Havia até frases feitas, tipo "Ei, você está em casa?" "Estou indo pr'ai!" "Quer que leve alguma coisa?" "Beleza, daqui a pouco to chegando!" Era bom, mas hoje nada conforta mais nada. Caiu tudo no esquecimento do "outro", é claro! Isso incomoda tanto que até a gente acaba se ausentando da gente mesmo. Fique tranquilo, prometo que não vou chorar. Pra chorar, a coisa tem que rasgar fundo, mesmo! Ainda não rasgou rs

Não é uma questão de gosto ou de aceitação, não. É pura sacanagem íntima da fragilidade humana, dos nossos primeiros e constantes erros de sustentação. Estou até pensando em fazer uma campanha para que não caiamos com tanta emoção na tentação do "outro". Vamos decretar: se o "outro" partir fora do tempo normal, vai ter que pagar multa. Agora...o difícil vai ser determinar o que é o "normal" frente à atitude desse "outro". Quem determina o "normal" e o "anormal" nesta esfera terrestre?.

No entanto, é real o fato na anormalidade do tempo. Até porque é uma maldade não planejada, apenas ocorrida e não socorrida por falta de expressão adequada ao adequado rs O sujeito está confuso e confunde o próprio sentimento que já se apresentava confuso, é isto! E na confusão, tem-se o jogo do vice-versa, da esquerda  e da direita, do par e do ímpar... E por aí vai! Os opostos se atraem na maior confusão. Tudo muito confuso mesmo rs Pode rir, pois eu já ri muito dessa pegajosa lamúria dos dias nublados. Dessa  antítese das criaturas...iguais!

Agora estou cá a pensar com os meus botões, mas eles disfarçam, os danadinhos. Fingem não ser com eles o papo reto que estou tentando ter. Deve ser porque estou sem camisa...rs Se estou seminu , sempre perco a autoridade sobre eles. Veja, até os botões estão me dando um tempo hoje! Quase que olhei pra camisa ao lado e disse para os safadinhos dos botões: "nasçam, seus fdp...cresçam, seus fdp..." Tadinhos, mesmo! rs O trabalho deles é somente abrir ou fechar...e prender. Estão longe do abrir ou do fechar das flores... Estou de olho, agora, é no meu fecho-ecler. Ele vai ouvir poucas e boas daqui a pouco. E que não emperre e nem se torne homicida sexual!

É...dizer que está sendo fácil seria mentir descaradamente. Seria omitir a verdade mais sensível do homem: a carência humana. Assim, apenas comento que vou tocando em frente, na espreita de quem virá. Quem sabe, talvez, de quem está e poderá permanecer ao meu lado. Há gente curiosa no pedaço...interessante isso! Na verdade, quase uma afirmação verdadeira, porque estou só, mas não estou sozinho. Entende? Se não entender, "de boa", passe a régua e vamos pra outro boteco!

Sou assim, um ser ambulante naturalmente apaixonado por momentos e pessoas, por pessoas que transitam em meus momentos humanos. Eu me apaixono com uma facilidade alheia e sempre me ferro. Óbvio que também me "desapaixono" com a mesma facilidade. Quando desisto do querer, não tem volta. Basta-me posicionar em regras e normas que o "bem-bom" acaba rapidinho. Não curto discutir relacionamento e muito menos dar satisfação do meu coração para outro coração. Ciúmes, então...não desejo para o meu maior inimigo. Quer destruir um relacionamento do qual sou cúmplice? Se quer, diga-me o que devo e o que não devo fazer, e me impeça de caminhar com as próprias pernas...pronto! Perdeu ao cubo tudo o que havia conquistado. Ô doença esse tal de ciúmes. Estraga tudo...

Uma coisa é religiosa rs Não discuto "pecado" nas relações, apenas valores sentimentais. Lembrei-me agora do grande Machado de Assis, que teceu o seguinte comentário, o qual aqui o lanço parafraseado:  Deus criou a fé e o amor. O homem, por sua vez, transformou a fé em religião e o amor em casamento. Já o grifo que se segue é deste autor: Assim, esse "homem" tira proveitos financeiros das duas bases divinas. Coisa de doido sacana, sô!

Por essa razão, deixo rolar somente quando rola. Se não rola,  atribuo o "não-rolou" a duas razões: ao "não querer" e ao "melhor não querer que vai f...". O primeiro diz respeito à negativa individual, aquela da não-simpatia; o segundo, ao superar os desejos. Ainda que esteja a fim de...melhor não! Sabe-se lá o calo dos próximos capítulos. Contudo, se valer a pena...que vá! Às vezes é difícil resistir à tentação. Já caí algumas vezes nessa de prazer momentâneo e dancei sem música. Foi muito ph...oda!

Já pensei em muitas loucuras, mas me acalmei com uma dose de vinho ou de cachaça amarela. Gosto das amarelinhas rs Envelhecidas, só as cachaças, mesmo rs Na verdade, doses não me excitam, elas me recompõem. Não tomo umas e outras para agir. Tomo-as para pensar se devo ou não agir naquele momento. Essa coisa de razão x coração,  entende? Tem outra também, algumas vezes travo ações enquanto as tomo rs...as doses...rs Agora,  impedir excitações não dá, por mais que as disfarce. Não é fácil desejar e não arriscar cometer o desejo. Haja força nas cabeças! Homem tem que pensar dobrado ou arreado, sei lá! O bom é que somente Eu, Deus e a Humanidade sabemos daquilo que um dia desejei e não fiz rs

Não é que me veio à memória o tanto de "loucurinhas de amor" que já fiz por esse mundo afora? Também, aquelas que não desejei que fossem "loucurinhas"... Que pena que nem todas rolaram! E se não rolaram deve ter sido em razão daquele"não querer" ou daquele "melhor não querer". Já foi o tempo desses amores, passaram qual camelo no buraco da agulha. Agora é tempo passado a ser conjugado na aprendizagem verbal, somente para este fim. De resto, para mais nada servem. Porém, que venham novos presentes! Gente nova me excita em dobro. E  "de novo" dobro os erros. Ô cabecinha infeliz daquele que sabe que é um erro e o deseja porque é prazeroso. Ô minhas cabecinhas danadas!

Então...hoje estou "porraqui". Amanhã poderei estar "porraí"..."porrlá". Tá a fim? Por momento...enquanto você não chega...ou volta...ou revolta...sei lá... rs... vou adotando as palavras de Freddie Mercury e praticando essa "crazy little thing called love." Erros...o que são mesmo erros? Devem ser algo que provocam revoltas por terem provocado prazer em alguém...um dia...por algum motivo injusto. E que sejam eternos esses meus primeiros erros, como deveriam ser os amores! Afinal, erros estão tão vinculados a amores. Tá...mas todo este registro tem como base o amor? Quem sabe... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Até a vista, Baby!


João D'Olyveira






HELEU e as "verdades secretas"



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"Lá vai uma vela aberta 
Se afastando pelo mar 
Branca visão que desperta 
Anseios de navegar [...]"

 (Walter Franco)

Como afirmado e reafirmado no universo popular, "a vida nos surpreende a cada dia". No vai e vem do trânsito humano, tantos encontros e desencontros, e tantas trombadas. Não me refiro aqui ao estado físico dos corpos, mas exclusivamente aos "cretos verbais" do homo erectus. A "fala" do homem, presa às suas atitudes e solicitudes, explica muitos decretos secretos e indiscretos. É sobre isto que desejo refletir em coletiva, neste texto, com vocês leitores. Aquela velha questão do "dito pelo não dito". Um jogo verbal do dizer algo em um determinado momento e, em outro, contrariar nossas próprias propostas e as daqueles que nos serviram de "salva-vidas". Então, é nesse "chove não molha" que nascem as mentiras ou as "verdades secretas", as quais precisam ser devidamente acareadas pelos interessados no processo relacionamento humano.

Visando à clareza das expressões, se buscarmos as diferenças entre a mentira e a "verdade secreta", uma possibilidade empírica vem à tona: mentir é a capacidade humana de inverter uma verdade; já a "verdade secreta" é a capacidade desumana de não revelar a verdade e ainda sustentar uma mentira como se fosse uma verdade findada. Neste específico, é a omissão dupla de uma "possível" verdade. Um jogo de prazer mesquinho do qual só quem mente tira proveito, enganando inocentes ou aprendizes de "farsário".

Está confuso? Também tenho a mesma certeza que você: está. Aliás, sempre que toco nesses termos, sinto um quê de "se não entendi, como posso explicar". No entanto, vamos às possibilidades. A expressão "verdade", neste caso, não deve ser levada à Filosofia Clássica, mesmo que os naipes filosóficos nos conceda bases para um diálogo pertinente.  Caso assim seja, a "verdade" deixará de existir no coletivo, tomada unicamente pela individualidade que lhe cabe, porque lhe é própria e não concedida, apenas interpretada em vastas leituras. E o que é uma leitura? A soma de tantas outras leituras.

Refiro-me, no momento, à "verdade" daquilo que posso ou não expressar daquilo que tenho como convicção de ser um fato, mesmo que esse fato esteja tão somente no plano do abstrato. Um exemplo desse jogo do concreto e do abstrato pode ser a omissão verbal do "gostar de alguém", que mesmo não se apresentando na fala cotidiana está presente nos olhares, nos toques, nas escolhas artísticas e em tantas outras expressões substitutivas ao elemento "fala". Talvez, então, parta deste princípio a expressão "mas fulano não falou nada pra mim, como eu iria adivinhar". O argumento é um álibi ou outro álibi, pois, nesse caso, não há outra alternativa.

Um dimensionamento das "verdades secretas" também pode estar em juras diversas. Uma delas é a afirmativa dita com o encerramento de um relacionamento amoroso, principalmente quando esse término tenha apresentado doses segmentadamente traumáticas. Quanto às juras, temos: "jamais confiarei em alguém como confiei em fulano" ou "não acredito mais no amor". Quanto ao valor à família e aos amigos, mais pérolas: "família é tudo", "eu perdi tempo confiando somente em fulano" ou "como é que eu fui me distanciar dos amigos", "eu nem percebia o que estava acontecendo comigo", "sem  'amores' a gente vive, mas sem amigos, jamais". Para concluir essas expressões, um clássico das "des-clássicas": "nunca mais caio nessa, agora estou vacinado".

O curioso dessas "pseudoverdades" está na força dada ao arrependimento, assim como na hipérbole do "nunca mais", como se a aprendizagem estivesse em uma única passagem vital ou apenas na soma de outras tantas incompletudes da mesma vida, todas significativas ao que ainda não se findou, portanto, sujeitas a inversões de valores ou da descoberta desses. É...mas e essa tal  figurativa "vacina" milagrosa? 

O fato é que, nesse misto de "mentiras" e "verdades secretas", quem sai perdendo será sempre a retaguarda. Sim, "perdendo", sem por nem tirar nada deste gerúndio subtraído.  E esse perder é vasto, ele vai desde o "tempo", que nos é tão precioso, à própria conduta de vida, que anormalmente é desviada em favor do outro. Muitas vezes até em sacrifício dos nossos próprios sentimentos. As "vítimas" sempre serão os receptores, não nego, ainda que, às vezes, os negue. Os emissores serão as "vítimas secretas" dessas "verdades secretas" que, no fundo pasmado do nosso consciente, são mentirosos munidos de mentiras embalsamadas.

Ou seja e vamos lá: somos salva-vidas daqueles que se afogaram e foram salvos pelo nosso beijo milagroso, tal qual a tal "vacina". Tudo bem, mas para que serve mesmo esse "beijo" pós-afogamento? Numa sequência lógicas das ações, pós-afogamento, temos que retirar as roupas molhadas da vítima, elevar sua temperatura corporal se ela apresentar hipotermia, proteger sua coluna cervical e iniciar o tal beijo...a respiração boca a boca.

O perigo dessa sequência, em referência aos amores e desamores presentes no cotidiano da vida, porém, é que todo beijo, e talvez até esse "boca a boca", de forma instintiva, permitirá-nos colher informações imediatas a respeito da condição física do "outro".  É um detalhe que acasala ou afasta. A frequência nos afogamentos de amigos é o afastamento, visto que o veraneio para eles sempre continua de boa numa canoa que não se apresenta furada.

Assim, no reflexo rápido do "por que ele veio" e "porque o socorri", diríamos: "tudo bem, valeu". O problema é que não somos apenas profissionais das águas nessas aventuras. Nossas ações são sentimentos puros ou nem tão puros, mas sentimentos humanos. E neste caso o perigo pode fazer morada. E nesse "chove não molha" de falas propositalmente matreiras,  uma verdade "não secreta" pode aqui ser dita: nada como poder ser parceiro, auxiliar o outro nos seus momentos difíceis ou até "lunáticos". Afinal, uma das nossas funções terrenas deve ser essa mesma, "dar e receber", um "troca-troca" nada obsceno, porque abençoado pelo divino. Contudo, estou me referindo ao "ser usado" nessa narrativa toda, nessa lamúria sentimental de "outro" ser, como se não soubéssemos que, em breve, seremos ignorados pelo "ressuscitado".

Lembremo-nos de que  esse "outro" da história sempre toma novos relacionamentos  ou retorna aos antigos, sempre embalados com cara de novo. Também, em crescente, que ele vai simplesmente se distanciar dos seus "salvadores". Isto é fato. Deve ser porque o novo crie um esquecimento do equilíbrio entre o tempo que lhe ofereceram e o espaço que lhe permitiram fazer uso. A ação quase fílmica corresponde a uma osmose enganosa que lhe oferta uma certeza de que está tudo bem, de que ele não corre nenhum perigo sentimental e de que não existe mais "verdades secretas" em sua vida. Sem the end, apenas narrativa com a presença marcante de um narrador mais do que apenas somente observador.

Preocupa-me, apenas, as possíveis recusas futuras, porque há limitações humanas. No geral, só se pode "dar" se "receber". Do contrário, a esfera de gosto e necessidade se esvairá. O elo não completará sua ação. As águas não mais moverão moinhos. O vento soprará noutra direção. E nesse emaranhado de possibilidades concretas, a pergunta que não quer calar é a seguinte: Será que o "outro" sabe dessa ocorrência na outra extremidade ou faz valer mesmo o dito da sabedoria popular de que "o amor é cego"?

Estou sem resposta no agora. Minha única certeza é de que estou de frente para o mar, literalmente aportado. Aqui do porto, parece-me que o mar está calmo. Na minha, ainda, função humana de salva-vidas, restam alguns conselhos, tais como: "não vá tão fundo se não sabe nadar", "em águas escuras, melhor não mergulhar", "respeite o habitat do outro", "arrisque, mas assuma o risco". 

Quiça tudo corresse bem para o "outro"; porém, que o divino também conserve os familiares e os amigos desses "outros", para que esses parceiros estejam dispostos a abraçá-lo noutros possíveis naufrágios, mesmo ciente e consciente de que desse "outro" não tenham recebido a devida consideração. Uma dessas considerações diz respeito ao tempo em extensão. Esses "outros" sempre se dizem "sem tempo" para quem tanto tempo lhe ofertou. Ofertantes que buscaram um tempo que não existia no tempo e que, quando achado, também lhes era precioso, mas o entregaram a quem lhes parecia mais necessitar: o "outro". 

Nesse emaranhado de "verdades secretas", o único "senão" diz respeito à aprendizagem direcionada à ciência humana: nosso corpo é composto de cerca de 70% de água, cabendo, depois de uma certa idade, somente a nós não poluí-la. Assim sendo, não se deseja que o "outro" deixe de procurar a felicidade, isto não. Sempre será desejada a felicidade do "outro". O que se deseja, também, é que esse "outro" ofereça tempo àqueles que tempo tiveram e terão para lhe oferecer caso necessite. Agora...envenenar nossos rios internos com "verdades secretas", isso jamais! 


João D'Olyveira



HELEU e o quase começo do fim


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QUASE




Quase fim

de tarde.

Quase começo 
de noite.

Quase começo 
do fim
de um caso
de amor
sem fim...

João D'Olyveira





HELEU e o abstrato sentimento humano




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DECLARAÇÃO DO ABSTRATO: 
A NARRATIVA DE UMA HIPÉRBOLE PLEONÁSTICA NECESSÁRIA AOS SERES HUMANOS



Talvez você não saiba até hoje o quanto eu gostava de você. No entanto, nunca duvidei que soubesse sobre esse sentimento do pretérito. Hoje, estou apenas estou me referindo ao "quanto". Somente a ele, essa mecânica quântica que, cotidianamente, nos conduz de volta ao paraíso ou nos faz permanecer no inferno. É porque a extensão do que sentia por você parecia-me imensurável. Ledo engano comum a todos os apaixonados. 

Quando medimos, na esfera sentimental, nem sempre encontramos um valor preciso. É sim a propriedade intrínseca da "coisa quântica". Nem sempre haverá interação entre a "coisa" e o "aparelho da medida". Um nem sempre será dois e vice-versa. Como na medida exata, nem tudo se prevê, provocando um rompimento clássico. Então, medidas... Para quê mesmo elas servem, quando se referem a sentimento? Para nada, porque tudo vai mais longe do que imaginamos e muito mais perto do que precisamos que seja. Confuso? Sim, pois neste específico as medidas serão sempre enganosas.

Nesse emaranhado quântico, o mais curioso é quando e como comecei a "gostar" de você. Na memória levo alguns "flashes". Estava lá eu no meu canto, que sempre é e será circular. Ou seja, sem cantos. Apenas encantos de uma eterna mesa redonda. Do quase nada você chegou, a fim de tudo o que lhe interessava naquele vão momento. 

Profissionalmente, o que eu poderia lhe oferecer naquele momento da sua vida? O que não estava previsto era o tal imprevisto que acontece nas melhores famílias inglesas e brasileiras também. Eu e minhas dúvidas, frente a você e às suas incertezas. Era tão óbvio. O fato de você estar lá não era eu ou o meu profissionalismo. Era simplesmente você e o seu. Isto tem sido cada vez mais claro com o passar do tempo. Você é sim do jeito que "achei" ser. Alguém que deseja o melhor para si e para os outros que esse "si" possa também estar presente. Típico daqueles da sua espécie profissional.

Bem, no decorrer de todo o processo, muitos papos "rolaram" n'outros "agora" e "depois", de uma forma que não se esperava, ainda que assim se quisesse ou até desejasse. Os papos temperaram todas as ações futuras, ecoando até os dia de hoje, neste futuro do presente que insiste em não se tornar pretérito, mesmo sendo nosso desejo que assim se torne. Sim, nosso desejo, porque já nos desgastamos o suficiente por nos iludirmos em neutras possibilidades

Não me lembro das minúcias, apenas dos detalhes que mais me questionaram naqueles momentos. É isto mesmo. Nós nos questionamos muito e respondemos tão pouco às nossas ações cotidianas. Essencialmente às sentimentais. Profissionalismo à parte e ação laboratorial também, somemos aqui as defesas e acusações. As "águas de março fecharam alguns verões". Os "julhos" se arrastaram melancolicamente. Aqueles "agostos" gostaram daquilo que viram, enquanto os "dezembros" insistiam em cantar "Jingle Bells". Pronto. Foi assim. Um curso em curso seminatural. 

Querendo ou não, "rolou" alguma coisa, e quando "rola" faz rir ou chorar. Diverte ou dói pra caramba. Minha carência, que já estava pra lá de Marrakesh, deu luz vermelha e sinalizou perigo. Nessa hora, a gente faz que não percebe. Olha para a esquerda para enxergar a direita e por aí vai. 

Ainda que fôssemos adultos (eu bem mais que você...ou não), nossas mentes e nossos corações entraram em confronto. Uma batalha real. A sua carência, possivelmente, era passageira. Aliás, sempre fico no "acho" quanto a você. Suas certezas até hoje não convenceram as minhas. Sendo assim, são puras ou impuras incertezas: as minhas e as suas. Já a minha carência, naquele momento, não era passageira como a sua. Era condutora ética e cobradora de mim mesmo. Afinal, eu estava conduzindo aquela narrativa. Era, pois, o que pensava.

O foco narrativo era uma ação de perigo para "gentes" carentes, da qual gosto de participar "avivamente". É que tenho em mente que as boas ações humanas sempre serão divinas. É divino, portanto, gostar de alguém. E isto deve ser considerado como uma boa ação. Pronto, é isso: uma narrativa tradicional com todos os seus ingredientes. Linha horizontal. E como em todas as narrativas tradicionais, o tempo passou cronologicamente em cada espaço físico. 

A carência não desistia de nós, ela era uma constante. Insistia em ficar rodopiando nossos encontros e nossos desencontros, e se fez muito presente na sua desastrosa ausência, que durou o tempo que você precisou fazê-la durar. Não participei dessa decisão, apenas me posicionei para recepcioná-lo. Tenho dúvidas se a tal ausência foi um acaso ou uma ação proposital. Até hoje opto pela segunda hipótese, que insisto em chamar de conclusão. 

À parte, sobre os meus "falecidos" sentimentos, cada qual já havia "par-tido". Não havia mais cordão umbilical entre mim e minha suposta família. E assim tem sido até agora. Em suma, estava só, mas não queria "ficar sozinho". Sempre acreditei que "pra ficar" tem que ser com alguém. Difícil de entender esse aparte? Sei que não é, porque nós não estaremos sozinhos nunca. 

A coisa funciona assim: nossa mente nos condena e nos ajunta; depois, descaradamente, nos separa. Contudo, entrega-nos "coisas" que nos acompanham por longa temporada, tais como mágoa, tristeza, melancolia, revolta e tantos outros sentimentos desumanos. Todos eles cruéis, brutais, hediondos. Sinônimos que se fazem hipérboles explicativas. 

A surpresa foi que, neste específico, tudo " do antes" se concretizou como passado. Então, tudo resolvido. Esta certeza me estimulou a oportunizar a saga bendita. E lá fui eu. E lá fomos nós e os outros que nos circundavam naquele momento de nossas vidas. O sentimento vinculado a você é que não passava com o passar do tempo. Ele não era tão tradicional como a narrativa que se desenhava entre nós; portanto, um sentimento não apenas cronológico, mas psicológico também. 

Ele ocupava o espaço físico e o mental ao mesmo tempo cronológico e psicológico. Nós, personagens planas e esféricas, no arrolar dos fatos, amarrotávamos o que achávamos que passava. E todo o sentimento, com medidas imagináveis apenas, estava subentendido nos meus gestos, no meu olhar, no meu toque, na minha toda tola crendice da possibilidade zero. 

Às vezes, até acho que estava no seu toque também, assim como no seu olhar, nos seus gestos. Pode ser loucura pensar dessa forma, mas como uma "loucurinha" não faz mal a ninguém...penso. O curioso é como consegui sobreviver a tudo isso de novo. Seria tão mais fácil se tivesse me lançado ao infinito do olhar e mergulhado no oceano da paixão; porém, não. Decidi nadar no raso das possibilidades e... não é que acabei me dando bem? 

As águas profundas mesclavam-se às pedras. Havia lama também. As águas eram turvas, plenamente enganosas. Eu que as havia visto cristalinas. Doce ilusão dos olhares sentimentais dos apaixonados e dos carentes. Do outro lado você, essa água enganosa e oportunista. Queria me afogar? Se queria, quase conseguiu. 

O que não estava previsto, porém, era a marcante presença de um Salva-vidas. E  muitas salvas e vidas para esse Salva-vidas. Ele me colocou na balança e me reequilibrou. Livre das tentações, "vou tocando em frente [...] tocando a boiada"...hoje, salvando vidas com Ele.

É fato que não lancei somente esse sentimento na balança, e nem queria dessa forma. A balança respondeu também pelo orgulho, pela ética, pelo profissionalismo, pelo homem que me fiz e por aí vai. Neste caso, nem tento "me responder" o que foi perda e o que foi lucro. No meu esconderijo, desejo apenas que eu seja apenas o único a saber de mim mesmo; depois os outros. O "outro", por ser uma incógnita, que saiba apenas dele próprio sem a presença de outros. 

Agora, não nego, já balancei nas estruturas quando você, numa fatídica madrugada, rompeu meu silêncio com uma pergunta propositalmente abstrata. O fato é que nos fizemos parceiros e "amigos", e que as águas do mar das nossas vida nos levaram a compromissos morais e sociais...e confidenciais, graças ao bom Salva-vidas, limitados. 

Naquela madrugada, porém, entre papos e doses, a danada da "perguntinha" veio à tona. O bom é que foi uma única vez, mas o mau é que foi. Ela se verbalizou como língua satânica. E se se fez verbo, logicamente, habitou entre nós. Contudo, como era abstrata a pergunta e abstrato também o sentimento que a provocou, nada se respondeu e nada mais se questionou. Noutras madrugadas, a "tal" pergunta até pairou no ar, mas se eclodiu. E tudo graças às graças, que não se desgraçaram.

Quer saber? Foi melhor assim, pelo menos para você, que nunca se comprometeu comigo, quanto mais com esse sentimento que parecia confuso sem o ser. E tem sido melhor para mim também, ainda que paulatinamente. Sofrível, mas tremendamente bom.  Já não sinto mais vontades. A saudade eu a deixo para outros merecimentos. 

Não nego que ter gostado de você daquela forma foi uma loucura gostosa de sentir. Agora, porém, tudo no pretérito: foi, foi e foi. Não nego, também, que desejei fosse diferente, mas se assim o fosse não o seria como o é. Eu estaria preso à falsa ideia da possibilidade infinita. Um desgaste que já havia sentido noutras narrativas terrestres e, por Deus, não mais desejada por acreditar não ser mais merecedor.

Quer saber da verdade mais plena? Antes preciso revelar que estou rindo neste mesmo momento que lhe pergunto se quer sabê-la. E com razão. Sim, eu gostei muito de você. Gostei. E esse gosto já me bastou. Talvez tenha até exagerado nesse gosto, o que pode lhe ter perturbado também. Seu afastamento, certamente, tem tudo a ver com esse meu exagero, o qual assumo fora das quatro paredes que muitas vezes nos foram "fortes" frente ao cotidiano. Retornando, eu gostei muito de você. Gostei.

Contudo..."Um, dois, três. Chega. Chega por hoje. Chega de histórias." De resto, que eu possa não perder o meu gosto por outros que o mereçam e me mereçam. E que eu também faça por merecê-los. Saiba que, apesar do desconforto que a situação causou," você me ensinou milhões de coisas lindas [...] certamente eu vou ser mais feliz". 

A você, desejo sucesso em sua caminhada. Eu já estou seguindo a minha...faz um tempinho. E o bom de "tudo isso" é que "tudo" não passou de uma narrativa ficcional até que mediana para os padrões temáticos. Certas histórias precisamos vivê-las para melhor escrevê-las e descrevê-las...em minúcias!


 João D'Olyveira




HELEU e o advérbio de intensidade






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INTENSA IN-TENÇÃO




"MUITO"

NÃO

ME

INTERESSAVA

POR

ALGUÉM.

TODAVIA,


ALGUÉM

POR

QUEM

ESTOU

ME

INTERESSANDO

"MUITO" !


                                                João D'Olyveira




HELEU e os elementos da narrativa amorosa



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Naquele exato tempo não perdido, 
vi a última janela do prédio à frente se apagar.
Entendi o sinal, sorri e...fui! 

Já elevado,
no tapete da sala de estar,
conjugamos os verbos ir e vir nos três modos:
indicativo, subjuntivo e imperativo, 
repetindo sucessivas vezes cada posição do prazer carnal.
Vez ou outra,
uma propriedade verbal.


Depois das duas,
cada qual se ajeitou a seu próprio modo.
Um selinho,
dois selinhos e uma dócil lambida.
Dois olhares integrais e sem-vergonhas.

Uma dose de vodka, 
um cigarro incomum. 
Um trago,
dois tragos,
três tragos e alguns pigarros.
Um retirar do fumo entre os dentes,
um cuspir lateral.

Na sequência,
um sorriso duplo,
um ajeitar desajeitado de roupas amarrotadas.
 Algumas palavras ditas por olhares,
em silêncio.

Novamente,
toques de não recolher.
E sob novas velhas carícias,
a liberação de nossas malícias,
todas elas soltas nas pontas dos dedos.

Em ação excitada e muita excitação,
um gozar a vida pela terceira vez.
Alguns jatos de felicidade dupla e individual,
interna e externamente canalizando-se em um tempo indeterminado.


Novamente o ajeitar das roupas que não tiveram tempo de sair dos corpos,
tão amarrotadas quanto os corpos.
Dois sorrisos marotos e dois acenares de dedo,
os mesmos dedos que "preliminaram" o prazer.

Outra vez a porta,
a tranca que não foi trancada,
a sacada espelhada,
o elevador.
A portaria,
a rua,
a rua,
a rua...

Sem essa de pedir desculpas,
dizer que não deveria ter feito,
que foi mal,
porque o que "já foi" sempre estará feito.
E que sempre seja bem feito sempre,
para sempre ser bem lembrado!

Assim tem sido:
tempo, espaço, personagens, enredo, narrador;
sexo, droga e Rock'n Roll


Os meus casos?

Bem, eles jamais serão somente meus,
porque sempre somarei atitudes e ações de outras personagens, 
cada qual atrás das cortinas das janelas dos prédios vizinhos das noites anteriores dos espaços físicos e mentais que ocupo nesta minha narrativa terrena plana ou esférica.

Ah! 
Mantenho vínculos por capítulos:
 uma narrativa de cada vez. 
No mínimo em dupla e em cumplicidade...como sempre fiz rs


João D'Olyveira

HELEU e a liberdade amorosa



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A minha tristeza pelo término do nosso relacionamento será sempre menor que a felicidade a mim proporcionada durante o tempo em que estivemos juntos. Durante nossa convivência amorosa, aprendi uma das mais significativas lições de amor: deixar o outro livre. Também, que amar jamais será sinônimo de possuir. Hoje amo você muito mais que ontem e muito menos que amanhã. Contudo,  seja feliz sempre, como e com quem desejar a felicidade!


João D'Olyveira



HELEU e o reencontro

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Uma vez, o escritor estadunidense Richard Bach comentou que não devemos chorar nas despedidas que a vida nos oportuniza, visto que elas constituem formalidades obrigatórias, para que se possa viver uma das mais singulares emoções da vida: o reencontro. Hoje "rolou" comigo essa singularidade emocional, um reencontro com sabor de fruta madura e olhar de cacimba barrenta. Todavia, ainda como um espinho de mandacaru, que gosta de me arranhar. Do reencontro, alguns versos livres deste aprendiz de poeta e eterno prisioneiro do amor. 


Novamente aquele encontro, 
aquele olhar, 
aquele sorriso,
aquele inofensivo pedido de bem-querer,
 que me silenciou. 

Novamente aquele instante, 
aquele desejo, 
aquele toque, 
aquele prazeroso momento de sedução,
que me silenciou.

Novamente o encontro,
você,
nós dois,
dois em um,
um de nós dois e o meu sincero silêncio...novamente.



João D'Olyveira

HELEU e a metamorfose amorosa




Metamorfose significa mudança. É a transformação de um ser em outro. De uma forma em outra. O foco da vez é a possível metamorfose no relacionamento amoroso. Na balança, o "relacionamento positivo" e o "negativo". Para simplificar as coisas, tenhamos como exemplo os nossos próprios acertos e as nossas próprias frustrações. Dizem que amores e paixões são coisas de "gente grande", não é? Por ser assim e para refletirmos juntos, que cada um de nós tenha em mente os amores conquistados ou os amores perdidos, independentemente do tempo cronológico ou psicológico por nós sustentado para esse "rala e rola". Neste consenso, chegamos aos gostos e aos desgostos, sentimentos que, respectivamente, podem nos elevar ou nos destruir, cada qual com sua sina. Sejam risos ou lágrimas. Brindes ou porres.

E é sobre o "desgosto sentimental" que desejo discorrer agora, o qual ocorre em razão da não correspondência por parte de um "outro" que invadiu nossa vida ou foi atraído por nós para dividi-la, com prejuízos. Não nos cabe aqui, todavia, discutirmos se esse "outro" nos enganou ou não. Como também não importa, neste momento, se nos deixamos ser enganados. O que nos importa, agora, é saber que podemos tirar muito proveito dessas "partidas", porque elas podem nos levar a reflexões significativas para o nosso crescimento como ser humano. Afinal, os rompimentos (ou as não correspondências) nos oferecem a oportunidade de também rompermos com uma nossa versão desgastada e repetitiva de amante. Aquela insistente versão presente em todas as nossas "apaixonites agudas", as quais nos dominam e nos fazem mal. Algo que não tem imunidade nem vacina. 

Quantas não foram as vezes que repetimos a mesma história amorosa? Quanto não oferecemos (e nos oferecemos) àquele que chegou? Quanto tempo levamos para perceber a "não correspondência"? E tudo devido à nossa excessiva dedicação ao "outro" e ao consequente esquecimento de nós mesmos. Somos sim, nesses casos, "babacas" sentimentais, porque é sabido que dar sem receber sempre levará à falência individual. Isto é fato em qualquer circunstância. É dito, provado e registrado em cartório.

Nesse contexto, que possamos tirar proveito desses momentos negativos. Somar pontos positivos e ter em mente que lágrimas devem lavar a alma, jamais a inundar. Também, que para as depressões pontes devem ser construídas. Na soma das ações, que consigamos localizar chegadas nas partidas e parar de competir em vão. No bojo, é preciso vencer os nossos inimigos interiores. Sentindo-nos bem, faremos bem a outros que se aproximam. E dentre esses "outros", um daqueles que ainda virão ou um daqueles que sempre estiveram perto de nós, sem nunca o termos notado, visto que perdíamos tempo com a versão negativa do nosso sentimento. Agora...quanto ao "outro" que se foi, "boa sorte" pra ele. E que venha a nós a nossa nova versão!

                                                                                                                                      João D'Olyveira


HELEU e o olhar




Estava à mesa da sala de espera,
olhar fixo no corredor,
literalmente à espera de alguém.
Todavia, nada exigia do tempo,
nada exigia de mim,
nada exigia de ninguém.

De repente um passante,
com uma olhadela curiosa,
seguida de um breve e gratificante sorriso.
Aquilo foi um toque n'alma,
um sacode e acalma sem juízo,
porque uma doce candura fez brotar em mim.

Não hesitei,
e no seco nó da saliva moleca,
correspondi à altura da minha loucura momentânea.
Lancei uma piscadela mansa,
um sorriso de lábios inteiros,
como um menino matreiro,
e fui aos poucos resgatando minha brisa jovial.
Naquele taciturno momento,
tudo se tornou um encanto n'outro canto,
uma elipse terna e eterna,
uma janela indiscreta e sentimental.

E assim foi por longos minutos,
ação repetida a cada nova passadela daquele transeunte naquele corredor.
Determinava-se o tempo que aquele algo desejou e desejava,
frente ao tempo que este algo desejava e desejou.
Até que a espera findou,
o corredor se apagou,
minha memória reacendeu .

E frente àquele olhar fascinante,
diferentemente de todos que até então havia recebido,
dei um passo sobre o pretérito  tão imperfeito e sofrido,
e agarrei-me às crinas daquele presente vivo e sensualmente atrevido.
Afinal, sabia que era um mérito por tantos sentimentos jogados ao vento,
que ao relento me foram meros e amargos erros d'alvo.

Era o que precisava para completar minha noite...oportuno!


                                                                João D'Olyveira

HELEU e a família








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F A M Í L I A 

No atual contexto social, o conceito de família ganhou novos contornos, a partir dos acontecimentos e dos interesses coletivos. Todavia, complexidades à parte, continua sendo um grupo que influencia e é influenciado durante gerações.   

Independentemente da sociedade, cada membro ocupa determinada posição ou possui determinado estatuto. Tolstoi, por exemplo, comenta que a verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família. 

Nesse contexto, é possível argumentar que não há nada como ter um lar e saber que os melhores amigos estão em sua casa, esperando por você. Um aparte, porém, é compreender o sentido dado à palavra "família" e o sentido dado a palavra "parente". 

Compreendidos esses sentidos, nossas ações ganharão novos rumos...e bons rumos. E...no específico à família, que possamos preservá-la, constituí-la ou adotá-la na fé, na paz, na caridade do amor!

João D'Olyveira


HELEU e o novo tempo






Saudade de você...neste tempo!

Tempo é duração de fatos,
determinador de momentos,
períodos,
épocas,
anos,
meses,
semanas,
dias,
horas.

Pelos séculos e séculos...amém!

Tempo,
Tempo,
Tempo,
Tempo...

Tempo para pensar,
tempo para decidir,
tempo para agir.

Tempo para re-pensar,
tempo para re-decidir,
tempo para re-agir.

Tempo, 
tempo, 
tempo,
 tempo...

Não vejo você faz tanto tempo...tô com saudade!

                                                João D'Olyveira


HELEU e o saber humano-cotidiano




Arquivo Pessoal


O saber humano-cotidiano obtido através da fé, do amor, da caridade...esse sim me servirá para o plano evolutivo que se aproxima. O resto? Que reste por aqui e não mais me acompanhe! 

Nesse contexto, sigo meu caminho, que é cada manhã. Todavia, não queira saber onde estou. Afinal, o meu (e o seu) destino não é de ninguém, e não deixemos nossos passos no chão.

Se você não entende, não vê. Se não me vê, não entende. Então...não procure saber onde estou, se o interessante mesmo é este meu jeito que te surpreende. E se quiser me deixar feliz, também me surpreenda com as coisas d'alma. Vou curtir p'ra caramba! 


 João D'Olyveira


Adaptação livre da Letra de Música "Primeiros Erros", de  Kiko Zambianchi.







DESTAQUES DO MÊS