HELEU e os tempos modernos
Modernidade, sentimento ou travessura?
Uma, duas angolinhas
Uma, duas menininhas
Uma, duas andorinhas
Uma, duas...menininhas?
Cabeleira e chaleira
Bonequinha e carrinho
Azulzinho e rosinha
Coelhinho...coelhinha?
Uma, duas menininhas...ou menininhos?
Chupetinha ou biquinho?
Não sei...não sei!
Chupetinha ou biquinho?
Não sei...não sei!
O tempo responderá...
João D'Olyveira
HELEU e o túnel do amor
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Não precisa me dizer ,
já sei que
não tem volta,
que é a última vez,
que vai ser melhor assim,
que é caso encerrado...
Todavia, na madrugada,
sempre existirá o túnel, o clima... e a vontade de continuar.
E nesse túnel, eu e você formando nós...e nós!
L'aube, le climat… Très bon
être avec toi !
João D'Olyveira
HELEU e a verdade shakespeareana sobre amor e amizade
Sobre a diferença entre amor e amizade, um sábio disse a Shakespeare a seguinte verdade:
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.
Mas quando o Amor é sincero
Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração."
Refleti muito sobre as palavras de William Shakespeare e percebi como é difícil travar um diálogo entre amor e amizade, entre amigos e amores. Nesse impasse, já não sei se lhe digo: "Entre ou saia!", "Entre e saia, por favor!", "Não, fique!" ou "Não fique!". Não nego que teria sido mais fácil se continuássemos apenas amigos; contudo, que não sejamos inimigos depois do que aconteceu e ainda quer acontecer entre nós.
Então...
Então...
"O que eu vou dizer
você nunca ouviu de mim,
pois minha timidez
não me deixou falar por muito tempo..."
Todavia, a canção de Fernando e Milton dirá por mim...ou por nós!
João D'Olyveira
Amor amigo
Composição: Fernando Brant / Milton Nascimento
HELEU e o silêncio
http://www.google.com/imghp?hl=pt-BR
João D’Olyveira
HELEU e o professor
Ilustração: Renato Alarcão
"A escola era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de 1840. Naquele dia - uma segunda-feira, do mês de maio - deixei-me estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria brincar amanhã. Hesitava entre o morro de S. Diogo e o Campo de SantAna, que não era então esse parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de lavadeiras, capim e burros soltos. Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o melhor era a escola. E guiei para a escola [...]"(CONTO DE ESCOLA, de Machado de Assis).
O
mundo se apresenta tão moderno, no entanto muitas das nossas escolas ainda continuam
sem educação. Nesses espaços (que deveriam ser sagrados), criam-se profissões para "vigiar e
punir", para tolherem aqueles que realmente constituem uma escola: os professores
e os alunos.
O
que deve ser apreendido, é que somente professores professam...ensinam. Quando um administrador escolar
ou qualquer outro profissional que não exerça o cargo de professor (dentro ou fora da escola) começa a ensinar,
antes de ele ser apenas mais um profissional da escola, tornar-se-á um professor.
Aqueles que ocupam a função de professor, todavia não professam, merecem apenas a aposentadoria. Afinal, somente os profissionais da educação se aposentam. Professores se eternizam!
Acredite,
Professor...
Um dia você se aposentará das escolas, todavia continuará sendo professor, mesmo sem cadernetas, sem planos de aula...porque terá apenas planos de vida.
Conteúdo de hoje? Vida! Tarefa para amanhã? Mais vida! Na aula de Matemática? Calcular palavras, antes de fazê-las armas perigosas. Na aula Português, conjugar corpo e alma, para, na aula de Biologia, saber como alimentá-los.
Há tantas almas passando fome em tantos corpos bem alimentados...
E na aula de Música? Cantar, tocar...e tocar no coração humano. E por aí vai...nesse real jogo interdisciplinar!
Um dia você se aposentará das escolas, todavia continuará sendo professor, mesmo sem cadernetas, sem planos de aula...porque terá apenas planos de vida.
Conteúdo de hoje? Vida! Tarefa para amanhã? Mais vida! Na aula de Matemática? Calcular palavras, antes de fazê-las armas perigosas. Na aula Português, conjugar corpo e alma, para, na aula de Biologia, saber como alimentá-los.
Há tantas almas passando fome em tantos corpos bem alimentados...
E na aula de Música? Cantar, tocar...e tocar no coração humano. E por aí vai...nesse real jogo interdisciplinar!
O
professor não está nessa por acaso, porque eles (os alunos) o escolheram para
essa caminhada, assim como o professor também os escolheu. Por essa razão, trate
bem a eles (ambiguidade proposital), e eles certamente o tratarão bem...também.
No final de cada etapa, meta cumprida, e Vida trabalhada para vidas... uma, duas, três...muitas vidas!
No final de cada etapa, meta cumprida, e Vida trabalhada para vidas... uma, duas, três...muitas vidas!
Professor, não reclame do trabalho, agradeça recompensas e salários. Todavia, com o direito humano de “brigar” por interesses coletivos, desde que continuem sendo humanos...e que a "briga" seja coletiva.
Que essas "brigas" não se apresentem apenas como trampolins partidários ou a-partidários. Que apenas sejam!
Afinal, o árduo tem compensações, e as dores são aprendizagens para curar outras dores. É o veneno da cobra, curando do veneno da cobra.
Dessa maneira, perceba apenas se você está na escola certa, porque professor não pode errar a escola. O sofrimento de muitos professores está na escolha errada da profissão...ou da escola.
Dessa maneira, perceba apenas se você está na escola certa, porque professor não pode errar a escola. O sofrimento de muitos professores está na escolha errada da profissão...ou da escola.
E
lembre-se de que, no jogo egoísta das profissões, muitas vezes não são
os professores que perdem empregos. São empresas que perdem professores, para apenas montarem quadros com profissionais da educação...sem a presença de professores.
E a resposta está na avaliação, porque a avaliação nos leva também ao reflexo da escola, e não apenas ao do aluno ou à própria.
E a resposta está na avaliação, porque a avaliação nos leva também ao reflexo da escola, e não apenas ao do aluno ou à própria.
Ou
seja, muito melhor um aluno que evolui na aprendizagem, principalmente de vida,
que aquele que perde o interesse, ainda que tenha sido o melhor.
Da mesma forma, muito melhor o professor que se percebeu na escola errada e organizou possibilidades de acerto, que aquele outro...que perdido nas escolas da vida, só faz reclamar.Tão pouco faz para os outros...e nada por ele.
Da mesma forma, muito melhor o professor que se percebeu na escola errada e organizou possibilidades de acerto, que aquele outro...que perdido nas escolas da vida, só faz reclamar.Tão pouco faz para os outros...e nada por ele.
Portanto, ser
professor é oportunidade divina, porque a missão do professor é a de preparar
almas.
Corpos? ... espermas e óvulos já o fizeram!
Corpos? ... espermas e óvulos já o fizeram!
Salve,
Professor! Ou se salve...
João D’Olyveira
Para ler o conto de Machado de Assis:
HELEU e a guerreira
Embora William Shakespeare tenha dito “Fragilidade,
o
teu nome é mulher!”,
mulheres
são GUERREIRAS !
Aquelas
que transitam sem oportunismos,
ainda
que produzam para oferecer;
que
demonstram fatos e acontecimentos,
ainda
que digam não terem feito quase nada.
Aquelas
que não desistem dos objetivos,
ainda
que reconheçam aqueles sem validade;
que
oferecem segurança e lealdade,
ainda
que digam apenas fazer a parte que lhes cabe.
Aquelas
que amam intensamente,
ainda
que se sufoquem no querer;
que
perdoam casos e descasos,
ainda
que sofram no calar das noites.
Essas
são guerreiras, porque...
GUERREIRAS
não atiram,
deixam
ser baleadas,
para
ressuscitarem a cada amanhecer!
Porém,
quanto
às guerreiras,
homens
alertam homens:
Sócrates
avisou: “Deve-se temer mais o amor de uma mulher,
do
que o ódio de um homem”.
Friedrich
Nietzsch confirmou: “Na vingança e no amor,
a
mulher é mais bárbara do que o homem”.
Assim
sendo...
Essa
tal fragilidade é enganosa.
Todavia,
importa-nos estar atentos
à
nossa vida sentimental,
que
é um eterno campo de batalha.
“Uma
mulher perdoará um homem por tentar seduzi-la,
mas
não o homem que perde essa oportunidade
quando
ela lhe é oferecida”, d
isse
Charles Talleyrand-Périgord.
E
a fidelidade à guerreira é tudo,
não
porque nos é exigido,
mas
porque nos é necessária à vida,
quando
se decide que se deseja viver uma vida a dois:
“Aquele
que conheceu apenas a sua mulher,
e
a amou,
sabe
mais de mulheres do que aquele que conheceu mil”,
disse
Leon Tolstoi.
João D’Olyveira
HELEU e o novo amor
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PORTAS E PORTOS
Não mais me importa
aquela porta,
que por se tornar torta,
não me oferecia mais sabor.
Não mais me importo
com aquele porto,
que por se tornar torto,
não me oferecia mais frescor.
O que hoje me importa
é outra porta ainda não torta,
em um porto ainda não torto,
e a quase ausência da dor.
Porque não me sinto morto e nem torto,
para em novas portas e em novos portos,
munido de meus íntimos esforços,
sentir o sabor de um novo amor!
João D'Olyveira
HELEU e o Senhor do Tempo
disse ao tempo,
que me deu o tempo pedido.
Passado um tempo,
agradeci ao Senhor do Tempo
o tempo que me foi dado.
Dê-me mais tempo,
disse ao tempo,
que me deu outro tempo de tempo.
Passado mais um tempo,
agradeci ao Senhor do Tempo
o tempo que me foi dobrado.
o tempo que me foi dobrado.
Dê-me mais daquele tempo,
disse ao tempo,
disse ao tempo,
que me deu mais tempo daquele tempo.
Passado todo esse tempo,
agradeci ao Senhor do Tempo
o tempo que me foi triplicado.
E continuei a pedir mais tempo,
porque sempre estava sem tempo,
para colocar em tempo
o que já deveria há muito tempo.
o que já deveria há muito tempo.
O Senhor do Tempo sempre me atendia,
todavia eu não atendia ao meu próprio tempo,
a não ser para pedir mais tempo.
E tudo isso me fez refletir...
Peça muito a quem pouco tempo tem,
e ele lhe oferecerá muito em pouco tempo.
Peça pouco a quem muito tempo tem,
e ele lhe pedirá mais tempo...para pouco ou nada lhe oferecer!
João D'Olyveira
HELEU e o tempo presente
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Tempo...presente!
Hoje pode ser que tudo possa,
amanhã não sei...
Hoje pode ser que tudo aceite,
amanhã talvez...
Hoje pode ser que tudo aconteça,
amanhã não mais...
Hoje pode ser que tudo possa, eu aceite e aconteça;
amanhã não sei, talvez, não mais...
Então venha hoje, porque amanhã será jamais!
João D'Olyveira
HELEU e o amor possessivo
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A tristeza pelo término será sempre menor que a felicidade proporcionada durante o tempo em que estivemos juntos. Todavia, preciso lhe dizer que ainda a amo muito mais que ontem e muito menos que amanhã. Por essa razão, meu desejo é que você seja sempre feliz. E isto prova que aprendi a primeira lição do amor: deixar o outro livre. Afinal, AMAR NÃO É SINÔNIMO DE POSSUIR!
João D’Olyveira
Heleu e a despedida
Não trago e nem levarei mágoas e ressentimentos, apenas partirei. Se o perdão é mesmo uma dádiva, creio tê-lo ofertado em parcelas àqueles a quem deveria oferecê-lo, dentre os quais também me incluo. Afinal, devo ter me ferido tanto nesta minha caminhada.
Por essa razão, hoje me sinto possível à saudade da vida que não mais me pertence, porque a vida que era minha se coletivizou em demasia, sem reposição de células. Sinto saudade da razão humana que deixei escorrer por entre os dedos. Saudade do fazer tão pouco por mim, para que pudesse fazer mais a outros que me foram tão úteis.
Sinto saudade até dos inúteis que pousaram sobre meus ombros, invadiram meu coração, tornaram-se membros dos meus arranjos funcionais e profissionais, participaram do meu viver, sufocando-me com seus próprios desejos e sonhos. Inúteis que se planejaram sobre mim e sobre tantos.
Ainda que os reconheça assim, não nego que me ofereceram alguma felicidade e até alguns prazeres nivelados à inutilidade que os compunha. E por assim ser, não ousarei mais afirmar a existência de inúteis em plenitude. Eles também serão incluídos em minhas orações, nas contas do meu rosário cinza.
Nesse retrospecto, deformado em minhas emoções, sinto-me só, ainda que sempre acompanhado. Impotente, ainda que ativo profissional. Fugitivo, ainda que não condenado. Neutro, ainda que alguém significativo a alguém.
Sinto-me, todavia não me toco e nem me foco, apenas troco-me, pois não me desejo mais na atual e desgastada forma de ser. Não desejo mais os prazeres apenas mundanos, a fecundação em ventres ocos. Desejo mesmo o menino da janela, que já me notificou a partida faz um bom tempo.
E tudo isso me faz reconhecer a máxima de que há tempo para chegar e tempo para partir, porque somente o tempo é plenamente sincero. A sinceridade dele é tanta, que em razão das nossas escolhas, ele nos deixa marcas ou fundas cicatrizes.
Assim, sinto-me na compreensão e no entendimento de que sou humano chegado por aqui há muito tempo. E como não posso ter de volta aquele desejado menino, para concretamente sê-lo, o conveniente é sacrificar este homem, visando ao renascimento. Logo, existo e me transcendo em decorrência do próprio pensar!
Por essa razão, hoje me sinto possível à saudade da vida que não mais me pertence, porque a vida que era minha se coletivizou em demasia, sem reposição de células. Sinto saudade da razão humana que deixei escorrer por entre os dedos. Saudade do fazer tão pouco por mim, para que pudesse fazer mais a outros que me foram tão úteis.
Sinto saudade até dos inúteis que pousaram sobre meus ombros, invadiram meu coração, tornaram-se membros dos meus arranjos funcionais e profissionais, participaram do meu viver, sufocando-me com seus próprios desejos e sonhos. Inúteis que se planejaram sobre mim e sobre tantos.
Ainda que os reconheça assim, não nego que me ofereceram alguma felicidade e até alguns prazeres nivelados à inutilidade que os compunha. E por assim ser, não ousarei mais afirmar a existência de inúteis em plenitude. Eles também serão incluídos em minhas orações, nas contas do meu rosário cinza.
Nesse retrospecto, deformado em minhas emoções, sinto-me só, ainda que sempre acompanhado. Impotente, ainda que ativo profissional. Fugitivo, ainda que não condenado. Neutro, ainda que alguém significativo a alguém.
Sinto-me, todavia não me toco e nem me foco, apenas troco-me, pois não me desejo mais na atual e desgastada forma de ser. Não desejo mais os prazeres apenas mundanos, a fecundação em ventres ocos. Desejo mesmo o menino da janela, que já me notificou a partida faz um bom tempo.
E tudo isso me faz reconhecer a máxima de que há tempo para chegar e tempo para partir, porque somente o tempo é plenamente sincero. A sinceridade dele é tanta, que em razão das nossas escolhas, ele nos deixa marcas ou fundas cicatrizes.
Assim, sinto-me na compreensão e no entendimento de que sou humano chegado por aqui há muito tempo. E como não posso ter de volta aquele desejado menino, para concretamente sê-lo, o conveniente é sacrificar este homem, visando ao renascimento. Logo, existo e me transcendo em decorrência do próprio pensar!
João D’Olyveira
HELEU e o processo terapêutico
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Uma atividade terapêutica...
Fazer a barba é limpar literalmente a cara e a"as caras" que precisam sair da nossa cara.
Para momentos de tensão ou de melancolia masculina,
uma solução prática à base de água e espuma.
O processo pode ser chamado de "Carapia Pelicular".
Experimente!
João D'Olyveira
HELEU e a paz
A busca de paz nos leva a atos, que nos levam a fatos. E fatos nem sempre são natos.
Fatos precisam de atores natos, que somos nós, contracenando em atos, buscando, às vezes inatos, essa paz.
Mas...se ainda a buscamos é porque não a temos por completo.
O que se pode perceber é que tudo o que buscamos não está completo. E se completo o entendemos, buscamos outras coisas,
que não apenas a paz.
E isto é a vida, movimento cotidiano, um eterno querer...bem mais que bem-querer!
Por isso é importante renovar tudo a cada dia, para nos sentirmos sempre no início de tudo...nato a cada ato...sempre em paz!
João D'Olyveira
HELEU e o samba do amor
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SAMBAMOR
Se é assim que tem que ser,
assim será.
Se é assim que tem que ser,
assim vai ser.
Se não tem mesmo jeito de mudar,
assim será e então assim vai ser...
Se você quiser que eu fique,
eu vou ficar.
Se você quiser o meu amor,
você o terá.
Mas,
se você de novo me ignorar,
não mais querer me ver.
Passar por mim,
como quem nada quer.
Eu juro...
Ah, eu juro!
Eu me mando daqui e arrumo outra mulher!
não mais querer me ver.
Passar por mim,
como quem nada quer.
Eu juro...
Ah, eu juro!
Eu me mando daqui e arrumo outra mulher!
João D'Olyveira
Heleu e a solidão
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SOLIDÃO
A distância sempre lhe serviu como forte argumento para não estar presente junto aos seus. E foi assim que fez por horas, dias e meses, que somaram anos. Com essa justificativa, cada vez mais se distanciava daqueles que um dia lhe foram tão próximos, até que esse mesmo tempo se incumbiu de lhe fazer esquecido por aqueles e por outros. E no girar do tempo, dizem que as lágrimas do sujeito eram constantes, porém ninguém se fazia presente, nem passado, nem futuro. E foi desse modo que ele somou as parcelas do tempo, até que seus olhinhos amiudados, em uma manhã chuvosa, vasculharam de canto a canto aquela enfermaria. Ele procurava uma tal essência humana, a mesma que recusara há tanto tempo. No leito, todavia, apenas fiapos de uma inexistência coletiva.
João D'Olyveira
HELEU e o momento
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O MACACO TÁ CERTO!
O momento pode ser tanto de alento como de tormento. E se assim, que seja registrado com a devida atenção. Afinal, uma palavra pode se tornar um texto, e dizer tudo. Assim como um longo texto pode nada dizer. Neste momento, por exemplo, penso em alguém especial, desejo esse alguém. Todavia, esse alguém permanece em meu pensamento, que permeia este meu momento que se faz coletivo. Em razão do fato, escrevo mais de uma palavra, não tendo a certeza de estar dizendo o que deveria dizer sobre esse alguém. Na dúvida, a possibilidade da certeza de que apenas o nome desse alguém (uma palavra) poderia ser mais revelador. E que talvez bastasse para o momento. Sem respostas, decido por não oferecer continuidade a esta escrita, visto haver risco de nada dizer ou de dizer aquilo que jamais deveria ser dito. O que se registra é unicamente que o dizer sobre este momento pode ser a melhor solução para momentos vindouros. Se entendido assim, neste momento, recapitulo volteios e nada digo.
Como é difícil querer dizer algo em algum momento, o que se acha não poder ser dito em momento algum!
João D'Olyveira
Heleu e o pecado solitário
Arquivo Master
MASTER
Momento que se permite dividir o nada em quase tudo, para que se possa obter parte desse quase tudo em nada. Um apenas quase no revirar de um nada que se faz tudo. Tudo em nada, unicamente um desejo a distância. Precoce ou não, tudo e nada nas mãos de um condutor. E nesse tudo e nada idealizado, um solitário pulsar. Os olhos fechados, o contorcer dos membros em puro exercício muscular. Tudo e nada gradativamente calculado pelo desejo de um anjo caído. De repente, uma erupção de tudo que se faz nada. E tudo escorre entre os dedos, para desaguar prazerosamente em nada ou...em tudo...outra vez!
João D'Olyveira
HELEU e o pensamento II
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Hoje levei um tempo enorme pensando em tantas coisas: pessoas, lugares, situações. Depois de tanto pensar, percebi que nada daquilo que havia pensado, hoje me serviria para o tempo presente; afinal, eram apenas fatos ocorridos e sepultados, embora desejados. Primeiramente, a perplexidade ante os pensares; depois, um sorriso maroto, porque acabara de descobrir que somente o pensamento me era presente, o qual agora não me é mais. Por fim, levantei-me da velha cadeira e reiniciei a vida presente, nela presente.
João D'Olyveira
O pensamento parece uma coisa a toa, mas como é que a gente voa, quando começa a pensar [...]
(Felicidade, de Lupicínio Rodrigues)
Heleu e o silêncio
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Ilusão achar que "quem cala consente". Não é bem assim...
Quem cala, apenas não expõe a fala, ainda que fale e até possa gritar. Perante fatos, o calar pode representar vários sentimentos (e reações) e não apenas consentimento. O calar pode estar vinculado ao medo, à indignação e a tantos outros impedimentos emocionais. Ainda, pode significar respeito e consideração. É isto mesmo! Possível que o outro, frente a algumas atitudes (em muitos casos atiradas medíocres mesmo) permaneça calado porque respeita aquele que no momento "fala". Sendo assim, não quer ofendê-lo, magoá-lo. Noutras vezes, soma-se a esse respeito o respeito a outros que possam estar junto ao falante ou fazer parte dos seus. Não bastasse, muitas vezes o silêncio do outro significa um diálogo que não deve continuar a ser estabelecido. E caberá unicamente ao falante lhe dar ouvidos naquele momento. Portanto, que esse "apenas falante" tire de vez essa mórbida teoria de que o outro está consentindo seus toques, seus beijos, suas carícias...suas "falas". O outro pode nem mais estar ali.
Em suma: antes de achar que o outro consentiu, procure ouvi-lo nas atitudes que tomará após o silêncio. É possível que até ocorra aprendizagem frente ao fato e se compreenda melhor o próprio silêncio.
Abraços...
Em silêncio... João D'Olyveira
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