HELEU e o amor possessivo


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A tristeza pelo término será sempre menor que a felicidade proporcionada durante o tempo em que estivemos juntos. Todavia, preciso lhe dizer que ainda a amo muito mais que ontem e muito menos que amanhã. Por essa razão, meu desejo é que você seja sempre feliz. E isto prova que aprendi a primeira lição do amor: deixar o outro livre. Afinal, AMAR NÃO É SINÔNIMO DE POSSUIR!

João D’Olyveira 

Heleu e a despedida



Não trago e nem levarei mágoas e ressentimentos, apenas partirei. Se o perdão é mesmo uma dádiva, creio tê-lo ofertado em parcelas àqueles a quem deveria oferecê-lo, dentre os quais também me incluo. Afinal, devo ter me ferido tanto nesta minha caminhada. 

Por essa razão, hoje me sinto possível à saudade da vida que não mais me pertence, porque a vida que era minha se coletivizou em demasia, sem reposição de células. Sinto saudade da razão humana que deixei escorrer por entre os dedos. Saudade do fazer tão pouco por mim, para que pudesse fazer mais a outros que me foram tão úteis. 

Sinto saudade até dos inúteis que pousaram sobre meus ombros, invadiram meu coração, tornaram-se membros dos meus arranjos funcionais e profissionais, participaram do meu viver, sufocando-me com seus próprios desejos e sonhos. Inúteis que se planejaram sobre mim e sobre tantos. 

Ainda que os reconheça assim, não nego que me ofereceram alguma felicidade e até alguns prazeres nivelados à inutilidade que os compunha. E por assim ser, não ousarei mais afirmar a existência de inúteis em plenitude. Eles também serão incluídos em minhas orações, nas contas do meu rosário cinza. 

Nesse retrospecto, deformado em minhas emoções, sinto-me só, ainda que sempre acompanhado. Impotente, ainda que ativo profissional. Fugitivo, ainda que não condenado. Neutro, ainda que alguém significativo a alguém. 

Sinto-me, todavia não me toco e nem me foco, apenas troco-me, pois não me desejo mais na atual e desgastada forma de ser. Não desejo mais os prazeres apenas mundanos, a fecundação em ventres ocos. Desejo mesmo o menino da janela, que já me notificou a partida faz um bom tempo. 

E tudo isso me faz reconhecer a máxima de que há tempo para chegar e tempo para partir, porque somente o tempo é plenamente sincero. A sinceridade dele é tanta, que em razão das nossas escolhas, ele nos deixa marcas ou fundas cicatrizes. 

Assim, sinto-me na compreensão e no entendimento de que sou humano chegado por aqui há muito tempo. E como não posso ter de volta aquele desejado menino, para concretamente sê-lo, o conveniente é sacrificar este homem, visando ao renascimento. Logo, existo e me transcendo em decorrência do próprio pensar! 


João D’Olyveira

HELEU e o processo terapêutico

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Uma atividade terapêutica...

Fazer a barba é limpar literalmente a cara e a"as caras" que precisam sair da nossa cara. 
Para momentos de tensão ou de melancolia masculina, 
uma solução prática à base de água e espuma. 
O processo pode ser chamado de  "Carapia Pelicular".

Experimente!

João D'Olyveira




HELEU e a paz


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NA PAZ...

A busca de paz nos leva a atos, que nos levam a fatos. E fatos nem sempre são natos.
Fatos precisam de atores natos, que somos nós, contracenando em atos, buscando, às vezes inatos, essa paz.
Mas...se ainda a buscamos é porque não a temos por completo.
O que se pode perceber é que tudo o que buscamos não está completo. E se completo o entendemos, buscamos outras coisas,
que não apenas a paz.
E isto é a vida, movimento cotidiano, um eterno querer...bem mais que bem-querer!
Por isso é importante renovar tudo a cada dia, para nos sentirmos sempre no início de tudo...nato a cada ato...sempre em paz!

João D'Olyveira

HELEU e o samba do amor




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SAMBAMOR

Se é assim que tem que ser,
assim será.
Se é assim que tem que ser,
assim vai ser.
Se não tem mesmo jeito de mudar,
assim será e então assim vai ser...

Se você quiser que eu fique,
 eu vou ficar.

Se você quiser o meu amor,
você o terá.

Mas,
 se você de novo me ignorar,
não mais querer me ver.
Passar por mim,
como quem nada quer.
Eu juro...
Ah, eu juro!
Eu me mando daqui e arrumo outra mulher!


João D'Olyveira

HELEU e o universo

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Eram três filhas:
MARcela, CEUcela e TERRAcela.
E um filho MUNDANO...


João D'Olyveira

Heleu e a solidão

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SOLIDÃO

A distância sempre lhe serviu como forte argumento para não estar presente junto aos seus. E foi assim que fez por horas, dias e meses, que somaram anos. Com essa justificativa, cada vez mais se distanciava daqueles que um dia lhe foram tão próximos, até que esse mesmo tempo se incumbiu de lhe fazer esquecido por aqueles e por outros. E no girar do tempo, dizem que as lágrimas do sujeito eram constantes, porém ninguém se fazia presente, nem passado, nem futuro. E foi desse modo que ele somou as parcelas do tempo, até que seus olhinhos amiudados, em uma manhã chuvosa, vasculharam de canto a canto aquela enfermaria. Ele procurava uma tal essência humana, a mesma que recusara há tanto tempo. No leito, todavia, apenas fiapos de uma inexistência coletiva.

João D'Olyveira

HELEU e o momento


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O MACACO TÁ CERTO!


O momento pode ser tanto de alento como de tormento. E se assim, que seja registrado com a devida atenção. Afinal, uma palavra pode se tornar um texto, e dizer tudo. Assim como um longo texto pode nada dizer. Neste momento, por exemplo, penso em alguém especial, desejo esse alguém. Todavia, esse alguém permanece em meu pensamento, que permeia este meu momento que se faz coletivo. Em razão do fato, escrevo mais de uma palavra, não tendo a certeza de estar dizendo o que deveria dizer sobre esse alguém. Na dúvida, a possibilidade da certeza de que apenas o nome desse alguém (uma palavra) poderia ser mais revelador. E que talvez bastasse para o momento. Sem respostas, decido por não oferecer continuidade a esta escrita, visto haver risco de nada dizer ou de dizer aquilo que jamais deveria ser dito. O que se registra é unicamente que o dizer sobre este momento pode ser a melhor solução para momentos vindouros. Se entendido assim, neste momento, recapitulo volteios e nada digo.
                                                                                                    
Como é difícil querer dizer algo em algum momento, o que se acha não poder ser dito em momento algum!

João D'Olyveira 

Heleu e o pecado solitário


Arquivo Master


MASTER

Momento que se permite dividir o nada em quase tudo, para que se possa obter parte desse quase tudo em nada. Um apenas quase no revirar de um nada que se faz tudo. Tudo em nada, unicamente um desejo a distância. Precoce ou não, tudo  e nada nas mãos de um condutor. E nesse tudo e nada idealizado, um solitário pulsar. Os olhos fechados, o contorcer dos membros em puro exercício muscular. Tudo e nada gradativamente calculado pelo desejo de um anjo caído.  De repente, uma erupção de tudo que se faz nada. E tudo escorre entre os dedos, para desaguar prazerosamente em nada ou...em tudo...outra vez!


João D'Olyveira

HELEU e o tempo do homem


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QUERO

Não quero mais correr o risco de perder o tempo,
não quero mais correr o tempo sem a precisão do risco,
não quero mais correr e nem me arriscar. 
Quero apenas reencontrá-lo e retê-lo em meus braços, ainda que por instantes...

De resto, já me arrisquei demais! 

João D'Olyveira

HELEU e o pensamento II


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Hoje levei um tempo enorme pensando em tantas coisas: pessoas, lugares, situações. Depois de tanto pensar, percebi que nada daquilo que  havia pensado, hoje me serviria para o tempo presente; afinal, eram apenas fatos ocorridos e sepultados, embora desejados. Primeiramente, a perplexidade ante os pensares; depois,  um sorriso maroto, porque acabara de descobrir que somente o pensamento me era presente, o qual agora não me é mais. Por fim, levantei-me da velha cadeira e reiniciei a vida presente, nela presente.

                                                                                        
                                                                       João D'Olyveira

O pensamento parece uma coisa a toa,  mas como é que a gente voa, quando começa a pensar [...]

(Felicidade, de Lupicínio Rodrigues)


Heleu e o silêncio


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Ilusão achar que "quem cala consente". Não é bem assim... 

Quem cala, apenas não expõe a fala, ainda que fale e até possa gritar. Perante fatos, o calar pode representar vários sentimentos (e reações) e não apenas consentimento. O calar pode estar vinculado ao medo, à indignação e a tantos outros impedimentos emocionais. Ainda, pode significar respeito e consideração. É isto mesmo! Possível que o outro, frente a algumas atitudes (em muitos casos atiradas medíocres mesmo) permaneça calado porque respeita aquele que no momento "fala". Sendo assim, não quer ofendê-lo, magoá-lo. Noutras vezes, soma-se a esse respeito o respeito a outros que possam estar junto ao falante ou fazer parte dos seus. Não bastasse, muitas vezes o silêncio do outro significa um diálogo que não deve continuar a ser estabelecido. E caberá unicamente ao falante lhe dar ouvidos naquele momento. Portanto, que esse "apenas falante" tire de vez essa mórbida teoria de que o outro está consentindo seus toques, seus beijos, suas carícias...suas "falas".  O outro pode nem mais estar ali. 

Em suma: antes de achar que o outro consentiu, procure ouvi-lo nas atitudes que tomará após o silêncio. É possível que até ocorra aprendizagem frente ao fato e se compreenda melhor o próprio silêncio.

Abraços... 


Em silêncio... João D'Olyveira

HELEU e as palavras

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PALAVRAS

Palavras
que lavras
com larvas
não são palavras.

São P A L A R V A S !!!

João D'Olyveira

HELEU e a saudade II




O QUE ME IMPORTA?

Não me importa a distância,
o que me importa é você.
Não me importa a saudade,
o que me importa é você.
Não me importa essa porta,
se essa porta me levar a quem me importa...VOCÊ!!!

João D'Olyveira

HELEU e o Bosque da Princesa

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A CURVA E O RIO

NA CURVA DO RIO,
A VIDA.

NA CURVA DO RIO,
A HISTÓRIA.

NA CURVA DO RIO,
O BOSQUE.

NA CURVA DO RIO,
O MEDO DE QUE A HISTÓRIA VIVA DE UM BOSQUE SEJA INTERROMPIDA.

NA CURVA DO RIO,
O PEDIDO PARA QUE O MEDO SEJA BANIDO,
O BOSQUE SEJA PRESERVADO,
A HISTÓRIA SEJA RECONTADA.

NA CURVA DO RIO DO BOSQUE DA PRINCESA,
O PEDIDO PARA QUE A VIDA
DO RIO,
DO BOSQUE
E DOS HOMENS DESTA TERRA
SEJAM ETERNAMENTE ETERNA.


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João D’Olyveira

Junho/2008 - Uma homenagem ecológica a Pindamonhangaba-SP, Terra que me acolheu, como profissional, por aproximadamente doze anos.

HELEU e o pensamento

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"Hoje preciso de você
Com qualquer humor
Com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje [...]"


(Jota Quest)


Só Hoje II

Hoje pensei em você,
que em você não deveria pensar;
não deveria confiar;
apostar;
acreditar.

Hoje pensei em você,
que por você não deveria penar;
não deveria chorar;
agonizar;
nada creditar.

Todavia,
pareceu-me que algo eu devia;
e que, portanto,
deveria saber o que devia ser.
Não consegui,
comecei a pensar...e pensei!

Como pensei em você!

E tudo porque não consigo separar o concreto do abstrato;
o corpo da alma;
a água do fogo;
o prazer do tesão;
a pressa da calma;
o amor da paixão...

É difícil!

Sei que apenas sinto e desejo você,
assim como também sei que isto me maltrata;
que isto me machuca;
me amordaça...me lasca!

Contudo,
eu sempre acho que tudo isso passa;
que tudo é apenas meu achar.
Que nada me modifica,
nem solidifica,
nem passa,
nem fica...

E isso tudo me basta!

Hoje desejei mais uma vez não pensar em você;
desejei esquecê-la de vez;
e de vez enterrar esse sentimento caduco...

Entretanto,
malucamente,
em minha mente,
como serpente em seu ninho,
você insistiu em ficar.
E do meu lado,
aninhado,
você quis ressuscitar...e ressuscitou!

Naquele momento.
em tormento,
juro!
No escuro da mente,
convivi com a sorte e com a morte,
e desejei o duplo da rima.

Não nego,
de vez em quando e quase sempre me pego pensando,
pensando,
pensando...

E se penso é porque devo; 
e se devo,
pago...

Então,
 penso!

Hoje mais uma vez pensei em você...

Alguns me olharam,
outros me alertaram,
muitos me condenaram...

E que se dane aqueles que condenam meu pensar;
parem eles de pensar em mim,
e que pensem mais em si.

Porque... hoje,
mais uma vez...pensei em você!

                                                                                                                          João D'Olyveira








HELEU e a amizade


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AMIGOS SÃO PIPAS


Quando se faz um amigo, felicidade. Quando um amigo se torna seu inimigo, falsidade. Neste caso, a felicidade oferecida a você não era verdadeira. Tudo bem, mas como evitar essa falsidade? Alicerçando a amizade, antes de lhe oferecer pouso.   Também, medindo os abraços recebidos e ofertados, antes de carregá-la em seus próprios braços. E dialogando na medida, antes de falar-lhe ao pé do ouvido as suas intimidades. Em suma, equilibrando-se em todos os sentidos.

A construção da amizade  pode ser comparada ao "empinar pipa". Devo observar o tempo, o vento. Oferecer gradativamente a linha, para percebê-la vinculada à minha vontade, aos meus desejos, ainda que distante de mim. E aceitar que lá em cima ela possa pensar de forma semelhante: "Aquele que me oferece a linha não é meu dono, não me controla. Sabe me deixar livre, sem necessariamente me deixar solta". Por fim,  recolhê-la a cada enrolar da linha, aos poucos, sem pressa. Pura atração. A "pipa" que retornar sempre esteve com você; aquela que partir ao vento nunca lhe foi plena. Assim, melhor partir antes da falsidade ofertada em papel de seda.


NÃO COLECIONE PIPAS, OFEREÇA A ELAS A POSSIBILIDADE DE VOAR! 


                                                                 João D'Olyveira

HELEU e as circunstâncias das horas

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Vitória-régia

O horário, o local, as reais personagens, nada agora importa. Nada nos importa que entre por esta porta. Importa-nos o furor da narrativa, apenas isto! 

As circunstâncias das horas provocam reações, é o novo que surge e ressurge de novo, e novamente. E esse novo aparece como marca d'água, portanto gera sobressalências. E não há como omiti-las. Se masculinizadas, bem mais!  Pena que em processo rápido. Pena que em ocasião não libriana. Pena que sem diálogo no depois...

Nessas ocasiões, a mágoa é algo normal, ainda que anormal. Afinal, o prazer é reação dupla: um dá a largada, o outro autoriza a jogada. Na reação, mãos se tornam bússolas, e buscam direções. O alvo não é tão alvo, porque subjetivo. Dessa forma, vale-nos a sensação do prazer. O límpido gozo paulatino. Não se corre, não se escorre. Ele se faz!

Tudo parece "trans-correr" normal nessa anormalidade. Poucas são as reações "quase contrárias", ou nenhuma reação. O silêncio fala. As mãos falam. O corpo fala. Cada movimento se traduz em um enunciado linguístico mental. É o tal não-verbal que entra em cena. Se filmada, que cena! E tudo gera um gosto de "quero mais", de "quando estaremos juntos novamente", de...deixa pra lá!

Não exijo fidelidade para essas ocasiões (nem para as próximas). Fidelidade, enquanto relacionamento, não. Fidelidade participativa, sim! Não há como negar a importância do outro em nossa vida. Estar sozinho é completamente diferente de estar solitário. E nos encontros, quanto mais nos íntimos, fidelidade significa governo. E não compare a Fidel, por favor! Digo fidelidade no sentido de parceria. Quero estar com você, ou não? Quero "jogar" com você, ou não? Quero ou não quero, e ponto-final. Fidelidade é  a intimidade de um em outro, em única ação.

É cruel dividir momentos de prazer a dois e se responsabilizar pela culpa do outro. Se desta maneira, afirmo ser maldade. Pura sacanagem. Se não queria, por que não criou impedimentos? A mesma mão que se calou poderia ter falado à beça (ou à bessa, como queira). Os suspiros de prazer poderiam ter sido substituídos por expressões do tipo "que saco", ou qualquer outra ação (verbal ou não-verbal) significativa ao desagrado do momento. 

Se calado e prazeroso, isto é puro aceite. Não há nada mais "puto" que discursar que se sentiu indefeso, que não disse nada porque não queria magoar. "Orra!" Se realmente não queria e se sabia que esse exercício duplo iria te magoar, por que não impediu sua mágoa? Por que não quis magoar o outro e preferiu se magoar? Martírio? Chega de mártires, queremos homens de bem. Mártires são aberrações que colocam em nossas cabeças. Com licença, mas é difícil entender e aceitar esse discurso. Não estou negando possíveis "verdades", apenas desacredito que essa seja "uma verdade". Apenas isto. E isto é tudo!

Se nada disso poderia ter sido impedido (ou não se desejou que assim o fosse), o que se requer para a pós-ação é compreensão. Um momento para, pelo menos, justificar a ousadia melódica da bússola humana. A mão que "balança o berço" é a mão que possuia um berço para poder balançar. O diálogo (mesmo na ação não-verbal) é ação a dois. É um dar e receber ao mesmo tempo, e no mesmo espaço. O prazer é que  nos transporta para outro tempo e para outro espaço...ainda em diálogo!

E esta postura em palavras, sobre os nossos atos e a sua omissão, não é arrependimento, não. Aliás, não devemos nos arrepender daquilo que nos faz bem, porque nos foi bom.O que não se pode é comprometer o outro com o silêncio, a fuga. Criar meandros inoportunos é mentir ao outro e ao próprio. No mote, o outro lhe ofereceu prazer, ainda que a recusa e o arrependimento tenham lhe "batido à porta". No fundo (ainda que raso) o tempo nos ofereceu lá seus bons prazeres. Discorda desta afirmativa?

Assim...se quiser aparecer, apareça. E quando aparecido, pode ficar. Até já sinto saudade, porque foi muito bom durante. Não ousaria dizer depois, porque realmente não está sendo. Prazer cortado é "oda"!  Este depois está sendo sofrido. Silêncio doi pra cacete! E em nome dessa felicidade que deveria ser contínua, por favor, reveja posturas. Apareça!

O ser humano deve aprender a lidar com o tempo presente, que possui este nome porque assim o é. O que oferecemos ao outro é presente. Ninguém deveria sair por aí ofertando pretéritos, a não ser aqueles que insistem em acentuar o negativo nos presentes dados e recebidos. Esses são crueis, lúciferes enjaulados em corpos humanos. Acreditam que caridade se oferece em quilos, nas sórdidas campanhas em prol de estômagos famintos de matéria. Não. Caridade é ato de saber oferecer e não pedir de volta. Arrepender-se de um ato que se tornou fato é claramente um pedido de volta à ação ofertada. E isto é "oda"!

De resto, foi bom pra caramba!!! Porém, um treino...

A partida foi cancelada, e precisa ser "re-agendada"!

João D'Olyveira

Heleu e o desejo

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SOMBRAS

Nas inconstâncias dos bares,
em outros lugares,
com outros pilares,
desejei você...

Nas encostas do sonho,
de modo enfadonho,
com outros pudores,
desejei você...

No desconforto das horas,
rompendo auroras,
 nosso aborto aconteceu,
quando pude sentir seu corpo no meu...

No tempo que nos restou,
você emudeceu a voz,
e como em um deserto,
tão perto e distante do eu do nós!

Mas foi na aurora,
que eu te beijei,
que senti o teu cheiro,
que gostei...

João D'Olyveira

Heleu e o Natal



MAIS UMA VEZ NATAL!!!


Mais uma vez Natal,
renascer do Salvador,
eterna busca do ser,
da paz e do amor.

Mais uma vez Natal,
presentes e consciências,
desejos revelados,
famílias e ausências.

Mais uma vez Natal,
momento de agradecer,
equilíbrio cotidiano,
dar e receber.

Mais uma vez Natal,
espera de um encontro,
sonhos e esperanças,
tantos desencontros.

Mais uma vez Natal,
Mais uma vez Você,
Mais uma vez Natal...sem Você.

FELIZ NATAL!!!

João D'Olyveira


HELEU e o momento certo


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Uma constante é constantemente querer acertar, 
ainda que o alvo esteja distante,
que o alvo não esteja alvo,
o alvo não seja algo,
não seja alvo,
não seja...

É assim o tempo todo,
o tempo todo
todo tempo...

E nesse tempo todo,
nesse todo tempo, 
percebemos que o tempo é incerto,
que o tempo é momento,
que o momento é certo,
 porque parte dessa incerteza...

Apreendemos que,
 para acertar o alvo,
 é necessário estar no momento certo,
ainda que em duvidoso tempo!

Sem tempo, sem tempo, sem tempo...

João D'Olyveira

Heleu e o futuro do subjuntivo



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SE

Se um dia não mais chorar de saudade
Se a minha vida ganhar outra direção
Se não mais pronunciar seu nome
Acredite
Tudo foi em vão!

Se um dia não mais contar suas histórias
Se a minha vida ganhar outra narração
Se não mais pedir sua presença
Acredite
Tudo foi em vão!

Se um dia não mais expuser suas fotografias
Se a minha vida ganhar outra revelação
Se não mais querer te ver
Acredite
Tudo foi em vão!

Afinal...

Você é a direção que aprendi seguir
A narração que decidi participar
A revelação que preferi permanecer

Então...

Choro de saudade
Conto nossas histórias
Exponho suas fotografias...

E acredite
Tudo é verdade!
Tudo é glória!
Tudo é alegria!

Acredite
Nada foi em vão!

João D’Olyveira

HELEU e a paixão


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Hoje estou aqui para pedir perdão, essencialmente àqueles por quem me apaixonei. E vinculado a esse perdão, o meu “muito obrigado”. Afinal, ainda que me sinta culpado, não posso negar que foram ótimas essas paixões. Como faz bem ao homem se apaixonar!

Quando nos apaixonamos, eliminamos uma série de fatos: a classe social, os saberes, a faixa etária. Eliminamos até nossos gostos, porque o gosto maior é o outro por quem estamos apaixonados. E tudo isso não só parece "coisa de doido", como é doideira mesmo. Apaixonar-se não é coisa "normal". É anormalidade necessária para outros sentimentos humanos!

E nesse momento denominado "apaixonite aguda", que é totalmente avassalador, cometemos nossas sagradas hipérboles, quando tudo se torna  "demais". Presenteamos demais, contatamos demais, oferecemos demais, entregamo-nos demais. E "demais", como todos sabemos, significa estar fora da medida. Assim, tudo o que é "demais" não é bom! O "demais" oferecido hoje, com certeza, faltará amanhã. É sacro! Não bastasse, o que fica fora da medida tende a se tornar trágico. Os dramaturgos que o digam. E salve Dionísio!

Na fase da paixão, nossos olhos se arregalam em demasia, e a necessidade do toque se torna essencial. As mãos ganham vida própria, querem alcançar de qualquer maneira o outro. Os olhos devoram, e as mãos temperam a "vítima". Tudo tagarela no ser apaixonado. Os poros..."esporam"!

E na vassalagem das cenas, criamos situações, propomos encontros.Usamos de todos os recursos, dos manuais aos eletrônicos. Muitas vezes oferecemos (e nos oferecemos) ao outro até o que não temos (ou o que nunca nos ofertamos). E vamos por aí, nos arranjos e desarranjos da vida. 


Há casos de apaixonados que se esquecem d'outros que lhe são pessoas extremamente significativas. E sabe por quê? Porque não mais os vê. É a comprovação de que a paixão pode cegar o ser apaixonado. Ele, então, se tornará unilateral. Ou será "unifrontal"? O que sabemos é que, dentre tantos "outros", apenas um deve ser visto naquele momento desmedido: o "meu outro"! E tudo porque a agenda se faz além das vinte e quatro horas diárias...

Quando nos apaixonamos (ainda que não me proponha a "aurelializar" vocábulos),  é interessante observar nossos sentimentos e as suas consequentes diferenças, desde a formação da palavra até os sentidos por elas expressos. Leitura plena. Neste caso, o significativo “amor” e a danada “paixão”. Percebam! O primeiro é substantivo masculino (que, certamente, deve agir como a espécie masculina). O segundo, feminino. Estamos entendidos? Por favor, nada de preconceito, apenas conceitos! 

Dio Mio!  Oh My God! Mon Dieu! Quer dizer que...paixão é um caso feminino? Sinto desapontá-los, mas a resposta pode ser sim. Vejam. No comparativo, é possível afirmar que o ser apaixonado age como mulher e não como homem. E ainda salientar diferenças abstratas e concretas que possam somar a essa possibilidade. Por exemplo. Paixão é poesia. Amor é poema. Expressão do sentimento e estrutura, respectivamente. 


Além do "fogo que arde sem se ver", da "ferida que dói e não se sente" e do "contentamento descontente", o ser apaixonado usa muito mais da sensibilidade e cada vez menos da fidelidade própria. É isto mesmo! Quando nos apaixonamos, conseguimos somente ver "o outro". Tudo o que fazemos por nós é pelo "outro". É só "vosso reino". "Venha a nós", quase nada. Ou nada mesmo!

Não nego, demorei demais para perceber o feminino da paixão e o masculino do amor. Antes, tudo me parecia tão igual. No cotidiano das prosas, dizia "estou apaixonado", como se dissesse "estou amando alguém". Noutros momentos, especificamente junto à pessoa amada (ou será apaixonada?), dizia "eu te amo" com o mesmo valor de "estou cada vez mais apaixonado por você". Era uma "roupa verbal". Usava-as, apenas isto! 


O que devemos perceber é que esses sentimentos são parceiros no jogo da vida. O não-racional e o racional confundem-nos e confundem-se. Isto é "vero"! Se comparado ao extremo, paixão é sentimento humano, que chega a ser desumano, em razão da não razão que lhe é inerente. É misto de ações humanas e animalescas, porque homens (criação) são animais racionais e irracionais. Lembrem-se de que estamos "em evolução"! No "andar da carruagem", são almas que se entregam, e corpos que se desejam. Pura masturbação física e mental. E basta!

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Sendo assim, perdoe-me por me apaixonar por vocês, e muito obrigado a oportunidade oferecida. Como já afirmei, foi bom demais! Um dia os desejei por inteiro, hoje desejo a completude da nossa felicidade. Eu na minha, é claro! E isto não é egoísmo, é pura racionalidade. Já entendi que "amar não é sinônimo de possuir", até porque aquele que faz uso da posse no sentimento não ama, apenas está apaixonado. O sujeito quer ter razão, sem "razão". E isto não pode ser! Ou não deveria...

Em suma, a minha paixão se "masculinizou". E quando a paixão se "masculiniza", o equilíbrio é recuperado. A hipérbole se transforma n'outras figuras, porque  reconhecemos a tênue linha existente entre essa tal paixão e esse tal amor. Portanto, agora, "eu só quero é ser feliz", amar tranquilamente  nas vielas do porvir!


João D'Olyveira

HELEU e o eterno menino


ETERNO MENINO

Sei das marcas da vida
Das idas e vindas
Das ingratidões
Das verdades ocultas
Das noites
Dos motes
Das multas
  Da solidão...

Sei do dito maldito
Das juras e curras
Das maldições
Das falácias amargas
Das tarjas
Das farsas
Das farpas
      Da ingratidão...

Por isso lhe peço
Eterno menino
Se vê o perigo
Sê meu amigo
Não deixe repetir o que me aconteceu...

E por um instante
Como antes
Sê também meu abrigo
E de forma semelhante
Como amantes
Por Deus, continue comigo!

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João D'Olyveira
            

HELEU e o papo de anjo




PAPO DE ANJO

- Quem é você?
- Ninguém.
- Mas todo mundo é alguém...
- Eu não sou ninguém.
- Você ficou incomodado com a pergunta?
- Nada me incomoda, a não ser o acômodo de algumas pessoas...
- Como assim?
- Muitos ainda questionam sobre o outro e tão pouco sabem sobre eles próprios.
- Você pegou pesado. Foi a pergunta que fiz?
- Foi a maneira como me perguntou, o tom...
- Não quis chateá-lo.
- Não me chateei, é que esse costume...
- Qual costume?
- O de questionar o outro a partir do "quem é você".
- Foi mal...
- Foi.
- Posso mandar outra?
- Manda aí!
- O que você faz?
- Ninguém faz nada.
- Todo mundo faz alguma coisa.
- Eu não sou ninguém, portanto nada faço.
- Você é alguém e certamente fez, faz e fará coisas.
- Posso mandar uma agora?
- Pode...
- Por que conversa comigo?
- Porque precisava de alguém.
- Mas... Eu já lhe disse que eu não sou ninguém!
- Tanto é alguém, que parei pra conversar.
- Então...deixei de ser ninguém?
- Você sempre foi alguém e sempre o será!
- Muito obrigado! E quem é você?
- Mandou a segunda, não é?
- Se achar que não deve responder...
- Antes de conhecer você, eu me sentia alguém que se sentia ninguém.
- Você...também...?
- Sim. Eu pensava que era o único ninguém, porém, quando lhe fiz a primeira pergunta...
- Eu lhe respondi que era ninguém.
- Foi aí que percebi que não estava sozinho, que ninguém somado a ninguém poderia resultar em alguma coisa, em alguém...
- Eu lhe respondi "ninguém", porque outros fizeram com que assim me sentisse...
- E agora?
- Agora sou alguém falando com outro alguém?
- E ninguém?
- Ninguém é um ser que não existe! rs
- Precisamos encontrar outros. Há tantos "ninguém" perdidos por aí!
- Vamos buscar esses outros, para que eles se sintam alguém, antes que seja tarde...?
- Booooooooora!!!

João D'Olyveira

"Todos são importantes na grande orquestra de Deus. Não há pequenos, todos são grandes"(I Coríntios 3:9).

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