HELEU e o paraiso do gargalho



Arquivo Pessoal 
Foto: Vicentini Gomez

Lembro-me apenas de que era um domingo à tarde e de que gargalhava muito, independentemente das incertezas que me habitavam. Parecia estar tudo bem, mas para que mesmo servem as certezas? 

Sabia que desejava registrar aquele momento, o qual me parecia certo, ainda que carregue comigo a observação de que o incerto ronda constantemente as nossas vidas. Agora, se era mesmo uma certeza, então a possuía naquele momento. 

Em sendo assim, registrei o tal momento e nada mais me interessou além daquele registro. Tenho comigo, também, que registros são necessários para abrir e fechar o tempo que ocupamos nos espaços que, às vezes, somente ocupamos. 

Não acredito em divisão de espaços. Sou mais para a ocupação de pequenos espaços que se aglomeram, enganando-nos como um espaço diametralmente maior. Então, não o dividimos, apenas ocupamos aquele que nos pertence ou passa a nos pertencer, por "n" razões. 

Ah! Você quer saber o que rolou depois daquele gargalho? Nem me lembro mais (nem menos). E nem faço força para me lembrar. Fazer força para se lembrar de fatos passados é como defecar com o intestino preso. Dói pra caramba! 

O importante mesmo foi aquele "agora" da gargalhada registrada, assim como este "agora" também o é, o do registro escrito daquele gargalho. Afinal, a vida terrena não é tão chata assim, como alguns pensam e dizem. Se desejarmos, o terreno pode ser infinitivamente um paraíso sem maçãs podres e bichadas, serpentes enroladas, "evas" daninhas e traidoras, e "adões" machistas, covardes e idiotas.  

E aqui "faço valer" os versos de Ivan Lins: "Quero sua risada mais gostosa. Esse seu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa [...] sem vergonha de aprender como se goza". 

E pode! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK                                                  


                                                                  João D'Olyveira                                                                 





HELEU e Ana Carolina

Arquivo Pessoal

OUTUBRO DE 2007. O DESTINO ERA MARINA LIMA. O SHOW. A GRAVAÇÃO DO NOVO DVD. ISTO ERA REGRA. ATÉ ENTÃO SEM EXCEÇÃO. MAS, TODAVIA, PORÉM, CONTUDO, AQUELE SORRISO BREVE E LARGO INTERROMPEU QUALQUER REGRA. QUALQUER DÚVIDA. ERA ELA. ANA. CAROLINA. ANA CAROLINA. PRIMEIRAMENTE OS FLASHES, DEPOIS AS POSES. MUITOS "POSSO FOTOGRAFAR?" ELA APENAS SORRIA E APENAS SORRIA. E EU LÁ. NO PONTO MÁXIMO DA OBSERVAÇÃO. EU. ANA E A HUMANIDADE HUMANOIDE DAS TELINHAS. HAVIA ATÉ PRODUTO DA MALHAÇÃO. TUDO ERA ANA. TUDO ERA CAROLINA. E MARINA? MARINA DEPOIS. AGORA ANA. AGORA CAROLINA. E EU APENAS SORRIA A DISTÂNCIA. APENAS. SORRIA. APENAS . DISTÂNCIA. DE REPENTE. UM GESTO NO OLHAR PEDIU LICENÇA. MUITAS FOTOS. MUITOS FLASHES. "POSSO?" INDAGUEI-A. DA PARTE DELA APENAS UM SORRISO. UM ABRAÇO. UM QUASE BEIJO. EU. ANA E A HUMANIDADE HUMANOIDE. ABRAÇOS. SORRISOS. OLHARES. "EU NÃO VOU PARAR DE TE OLHAR". EU NÃO CONSEGUIA PARAR DE TE OLHAR. VOCÊ FOI ÓTIMA. SEU TOQUE. SEU GESTO. TUDO SEU. O SEU TODO EM MEU MOMENTO QUE FOI NOSSO. UM SER E UM ESTAR AO SEU LADO. APENAS UM SER. O SEU SER. O SER. O SER DE ANA. O SER DE CAROLINA. NAQUELE MOMENTO EU A AMEI. EU AMEI CAROLINA. EU AMEI ANA CAROLINA. E GOZEI A ETERNIDADE DO MOMENTO. MARINA LIMA? FOI ÓTIMA.  O SHOW FOI ÓTIMO. TODAVIA, TUDO DEPOIS DE ANA. TUDO DEPOIS DE CAROLINA. TUDO DEPOIS DE ANA CAROLINA. E MEU GOZO FOI ETERNO. NO TERNO QUE NÃO USAVA. NO TERNO QUE SENTIA. NO TERNO MOMENTO DO SER E DO ESTAR...ETERNAMENTE. POR ESTA E OUTRAS RAZÕES QUE SÃO TÃO NOSSAS. EU NÃO ME CANSAREI. "EU NÃO VOU PARAR DE TE OLHAR" E DE TE OUVIR, ANA CAROLINA!



                                                                                                                       João D'Olyveira





HELEU e a peça "Deu maromba na maroma"

Foto: Arquivo Pessoal - Karina Sbruzzy


 "Deu Maromba na Maroma" 


Interpretação
Karina Sbruzzy


Texto
João D'Olyveira


Direção
Marcelo Lazzarato


DOIS QUADROS




Foto: Arquivo Pessoal - João D'Olyveira



Entrevista à Revista Eletrônica da UNITAU Universidade de Taubaté


HELEU e os elementos da narrativa amorosa



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Naquele exato tempo não perdido, 
vi a última janela do prédio à frente se apagar.
Entendi o sinal, sorri e...fui! 

Já elevado,
no tapete da sala de estar,
conjugamos os verbos ir e vir nos três modos:
indicativo, subjuntivo e imperativo, 
repetindo sucessivas vezes cada posição do prazer carnal.
Vez ou outra,
uma propriedade verbal.


Depois das duas,
cada qual se ajeitou a seu próprio modo.
Um selinho,
dois selinhos e uma dócil lambida.
Dois olhares integrais e sem-vergonhas.

Uma dose de vodka, 
um cigarro incomum. 
Um trago,
dois tragos,
três tragos e alguns pigarros.
Um retirar do fumo entre os dentes,
um cuspir lateral.

Na sequência,
um sorriso duplo,
um ajeitar desajeitado de roupas amarrotadas.
 Algumas palavras ditas por olhares,
em silêncio.

Novamente,
toques de não recolher.
E sob novas velhas carícias,
a liberação de nossas malícias,
todas elas soltas nas pontas dos dedos.

Em ação excitada e muita excitação,
um gozar a vida pela terceira vez.
Alguns jatos de felicidade dupla e individual,
interna e externamente canalizando-se em um tempo indeterminado.


Novamente o ajeitar das roupas que não tiveram tempo de sair dos corpos,
tão amarrotadas quanto os corpos.
Dois sorrisos marotos e dois acenares de dedo,
os mesmos dedos que "preliminaram" o prazer.

Outra vez a porta,
a tranca que não foi trancada,
a sacada espelhada,
o elevador.
A portaria,
a rua,
a rua,
a rua...

Sem essa de pedir desculpas,
dizer que não deveria ter feito,
que foi mal,
porque o que "já foi" sempre estará feito.
E que sempre seja bem feito sempre,
para sempre ser bem lembrado!

Assim tem sido:
tempo, espaço, personagens, enredo, narrador;
sexo, droga e Rock'n Roll


Os meus casos?

Bem, eles jamais serão somente meus,
porque sempre somarei atitudes e ações de outras personagens, 
cada qual atrás das cortinas das janelas dos prédios vizinhos das noites anteriores dos espaços físicos e mentais que ocupo nesta minha narrativa terrena plana ou esférica.

Ah! 
Mantenho vínculos por capítulos:
 uma narrativa de cada vez. 
No mínimo em dupla e em cumplicidade...como sempre fiz rs


João D'Olyveira

HELEU e a liberdade amorosa



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A minha tristeza pelo término do nosso relacionamento será sempre menor que a felicidade a mim proporcionada durante o tempo em que estivemos juntos. Durante nossa convivência amorosa, aprendi uma das mais significativas lições de amor: deixar o outro livre. Também, que amar jamais será sinônimo de possuir. Hoje amo você muito mais que ontem e muito menos que amanhã. Contudo,  seja feliz sempre, como e com quem desejar a felicidade!


João D'Olyveira



HELEU e a equação de primeiro grau




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A vida pode ser uma equação "tunífera" de primeiro grau


Tudo na vida tem um porquê, para justificar que as leituras das nossas ações e reações, e das ações e reações a nós direcionadas devem ser feitas sempre em equilíbrio: razão x coração, a ordem nos é livre. Por conseguinte, cotidianamente, devemos direcionar nosso olhar [al] místico a tudo e a todos, sem exceção, degustando cada um dos nossos precisos movimentos internos. É importante salientar, porém, que cada um de nós tem seu próprio trajeto, com a possibilidade de trajetos sobre e sob trajetos de outros. Sobre águas e terras, e sob o céu, em muitos túneis.


O tal túnel, no qual a luz, em seu final, é aquela desejada por tantos, ele sim deve ser a nossa real prática humana neste plano. Consequentemente, a passagem pelos diversos túneis da nossa caminhada terrena será o resultado real das nossas aprendizagens e, consequentemente, dos nossos ensinamentos. Logo, não deveríamos, neste entendimento, desejar apenas a luz no final desses túneis, mas obtê-la integralmente durante todas as passagens. Obtê-la, neste específico, significa sê-la.

A essência da nossa caminhada pelos túneis da vida, portanto, está em ser a luz na escuridão desses túneis e apurar-se na tão desejada luz de cada uma das saídas desses túneis. E tudo paulatinamente, como em um jogo de xadrez. Aliás, tudo na vida deve ser feito vez a vez, por etapas. A cada etapa, um túnel e uma luz: no começo, no meio e no final. Até o túnel final da luz final da passagem terrena, que não deve ser entendida como final, mas apenas como um túnel. Noutras esferas, possivelmente, outros túneis e outras luzes nos aguardam. Todavia, com as experiências obtidas, o que se prevê são túneis mais iluminados, porque a cada etapa podemos ser mais iluminado, mais luz.

Na consciência desses fatos, o que pode ser compreendido é que o coletivo de informações aqui depositado corresponde a uma equação de primeiro grau. Se fato, no campo humano-matemático, é possível estabelecermos comparativos, porque entendemos que tudo nos leva a uma equação, e que equacionar é expressar algebricamente com igualdade.

Quanto ao seu grau, basta-nos reduzir os seus termos semelhantes e observar os expoentes das partes literais dos monômios. Se o maior expoente for um, significa que a equação é do primeiro grau. Um, apenas um: eu, você, nós em nossa individualidade terrena, sempre sob túneis e luzes.
Em suma, nossas realizações correspondem ao que fazemos no agora. O antes será sempre o registro daquilo que já passou, por consequência, história. O depois corresponderá a outras novas ações, a outros novos "agora". Isto posto, que sejamos luzes sempre e, fundamentalmente, agora, neste túnel, sobre e sob o qual hoje nos posicionamos!

                                                                                                     João D'Olyveira

HELEU e o reencontro

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Uma vez, o escritor estadunidense Richard Bach comentou que não devemos chorar nas despedidas que a vida nos oportuniza, visto que elas constituem formalidades obrigatórias, para que se possa viver uma das mais singulares emoções da vida: o reencontro. Hoje "rolou" comigo essa singularidade emocional, um reencontro com sabor de fruta madura e olhar de cacimba barrenta. Todavia, ainda como um espinho de mandacaru, que gosta de me arranhar. Do reencontro, alguns versos livres deste aprendiz de poeta e eterno prisioneiro do amor. 


Novamente aquele encontro, 
aquele olhar, 
aquele sorriso,
aquele inofensivo pedido de bem-querer,
 que me silenciou. 

Novamente aquele instante, 
aquele desejo, 
aquele toque, 
aquele prazeroso momento de sedução,
que me silenciou.

Novamente o encontro,
você,
nós dois,
dois em um,
um de nós dois e o meu sincero silêncio...novamente.



João D'Olyveira

HELEU e a metamorfose amorosa




Metamorfose significa mudança. É a transformação de um ser em outro. De uma forma em outra. O foco da vez é a possível metamorfose no relacionamento amoroso. Na balança, o "relacionamento positivo" e o "negativo". Para simplificar as coisas, tenhamos como exemplo os nossos próprios acertos e as nossas próprias frustrações. Dizem que amores e paixões são coisas de "gente grande", não é? Por ser assim e para refletirmos juntos, que cada um de nós tenha em mente os amores conquistados ou os amores perdidos, independentemente do tempo cronológico ou psicológico por nós sustentado para esse "rala e rola". Neste consenso, chegamos aos gostos e aos desgostos, sentimentos que, respectivamente, podem nos elevar ou nos destruir, cada qual com sua sina. Sejam risos ou lágrimas. Brindes ou porres.

E é sobre o "desgosto sentimental" que desejo discorrer agora, o qual ocorre em razão da não correspondência por parte de um "outro" que invadiu nossa vida ou foi atraído por nós para dividi-la, com prejuízos. Não nos cabe aqui, todavia, discutirmos se esse "outro" nos enganou ou não. Como também não importa, neste momento, se nos deixamos ser enganados. O que nos importa, agora, é saber que podemos tirar muito proveito dessas "partidas", porque elas podem nos levar a reflexões significativas para o nosso crescimento como ser humano. Afinal, os rompimentos (ou as não correspondências) nos oferecem a oportunidade de também rompermos com uma nossa versão desgastada e repetitiva de amante. Aquela insistente versão presente em todas as nossas "apaixonites agudas", as quais nos dominam e nos fazem mal. Algo que não tem imunidade nem vacina. 

Quantas não foram as vezes que repetimos a mesma história amorosa? Quanto não oferecemos (e nos oferecemos) àquele que chegou? Quanto tempo levamos para perceber a "não correspondência"? E tudo devido à nossa excessiva dedicação ao "outro" e ao consequente esquecimento de nós mesmos. Somos sim, nesses casos, "babacas" sentimentais, porque é sabido que dar sem receber sempre levará à falência individual. Isto é fato em qualquer circunstância. É dito, provado e registrado em cartório.

Nesse contexto, que possamos tirar proveito desses momentos negativos. Somar pontos positivos e ter em mente que lágrimas devem lavar a alma, jamais a inundar. Também, que para as depressões pontes devem ser construídas. Na soma das ações, que consigamos localizar chegadas nas partidas e parar de competir em vão. No bojo, é preciso vencer os nossos inimigos interiores. Sentindo-nos bem, faremos bem a outros que se aproximam. E dentre esses "outros", um daqueles que ainda virão ou um daqueles que sempre estiveram perto de nós, sem nunca o termos notado, visto que perdíamos tempo com a versão negativa do nosso sentimento. Agora...quanto ao "outro" que se foi, "boa sorte" pra ele. E que venha a nós a nossa nova versão!

                                                                                                                                      João D'Olyveira


HELEU e o olhar




Estava à mesa da sala de espera,
olhar fixo no corredor,
literalmente à espera de alguém.
Todavia, nada exigia do tempo,
nada exigia de mim,
nada exigia de ninguém.

De repente um passante,
com uma olhadela curiosa,
seguida de um breve e gratificante sorriso.
Aquilo foi um toque n'alma,
um sacode e acalma sem juízo,
porque uma doce candura fez brotar em mim.

Não hesitei,
e no seco nó da saliva moleca,
correspondi à altura da minha loucura momentânea.
Lancei uma piscadela mansa,
um sorriso de lábios inteiros,
como um menino matreiro,
e fui aos poucos resgatando minha brisa jovial.
Naquele taciturno momento,
tudo se tornou um encanto n'outro canto,
uma elipse terna e eterna,
uma janela indiscreta e sentimental.

E assim foi por longos minutos,
ação repetida a cada nova passadela daquele transeunte naquele corredor.
Determinava-se o tempo que aquele algo desejou e desejava,
frente ao tempo que este algo desejava e desejou.
Até que a espera findou,
o corredor se apagou,
minha memória reacendeu .

E frente àquele olhar fascinante,
diferentemente de todos que até então havia recebido,
dei um passo sobre o pretérito  tão imperfeito e sofrido,
e agarrei-me às crinas daquele presente vivo e sensualmente atrevido.
Afinal, sabia que era um mérito por tantos sentimentos jogados ao vento,
que ao relento me foram meros e amargos erros d'alvo.

Era o que precisava para completar minha noite...oportuno!


                                                                João D'Olyveira

HELEU e a lágrima comum





Um mestre do verso,
de olhar destemido,
disse-me uma vez,
com certa ironia:
"Se lágrima fosse de pedra, eu choraria".

Eu,
como sempre perdido,
choro a lágrima comum
que todos choram.

Embora não tenha,
nessas horas,
saudade do passado,
nem remorso ou mágoas menores,
há um rio de murmúrios da memória de meus olhos.

Quando aflora,
serve,
antes de tudo,
para aliviar o peso das palavras,
porque ninguém é de pedra...


Adaptação livre, por João D'Olyveira,
da introdução original de "Bebadosamba", de Paulinho da Viola




HELEU e a família








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F A M Í L I A 

No atual contexto social, o conceito de família ganhou novos contornos, a partir dos acontecimentos e dos interesses coletivos. Todavia, complexidades à parte, continua sendo um grupo que influencia e é influenciado durante gerações.   

Independentemente da sociedade, cada membro ocupa determinada posição ou possui determinado estatuto. Tolstoi, por exemplo, comenta que a verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família. 

Nesse contexto, é possível argumentar que não há nada como ter um lar e saber que os melhores amigos estão em sua casa, esperando por você. Um aparte, porém, é compreender o sentido dado à palavra "família" e o sentido dado a palavra "parente". 

Compreendidos esses sentidos, nossas ações ganharão novos rumos...e bons rumos. E...no específico à família, que possamos preservá-la, constituí-la ou adotá-la na fé, na paz, na caridade do amor!

João D'Olyveira


HELEU e o novo tempo






Saudade de você...neste tempo!

Tempo é duração de fatos,
determinador de momentos,
períodos,
épocas,
anos,
meses,
semanas,
dias,
horas.

Pelos séculos e séculos...amém!

Tempo,
Tempo,
Tempo,
Tempo...

Tempo para pensar,
tempo para decidir,
tempo para agir.

Tempo para re-pensar,
tempo para re-decidir,
tempo para re-agir.

Tempo, 
tempo, 
tempo,
 tempo...

Não vejo você faz tanto tempo...tô com saudade!

                                                João D'Olyveira


HELEU e o saber humano-cotidiano




Arquivo Pessoal


O saber humano-cotidiano obtido através da fé, do amor, da caridade...esse sim me servirá para o plano evolutivo que se aproxima. O resto? Que reste por aqui e não mais me acompanhe! 

Nesse contexto, sigo meu caminho, que é cada manhã. Todavia, não queira saber onde estou. Afinal, o meu (e o seu) destino não é de ninguém, e não deixemos nossos passos no chão.

Se você não entende, não vê. Se não me vê, não entende. Então...não procure saber onde estou, se o interessante mesmo é este meu jeito que te surpreende. E se quiser me deixar feliz, também me surpreenda com as coisas d'alma. Vou curtir p'ra caramba! 


 João D'Olyveira


Adaptação livre da Letra de Música "Primeiros Erros", de  Kiko Zambianchi.







HELEU e a próxima parada



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"Ame o seu próximo como a si mesmo."


(Mateus 22:37-39)


Quando se ama de verdade, o acreditar no outro é consequência humana. Além das conhecidas hipérboles românticas que permeiam nossos relacionamentos amorosos, temos o carinho transvestido fraternal, que estabelece parceria com esses relacionamentos. Quando a confiança, como hipérbole necessária àqueles que se relacionam, tempera papos e ações com um tom familiar, sem rever extensões e intensões, tudo se estende e, consequentemente, se esvai quase na mesma proporção. O ato de amar, então, torna-se é um ato de entrega, quase que às cegas, porque produz confiabilidade extrema (outra hipérbole). Se é um erro, pode também ser um acerto que vivenciamos para esse tal amor ganhar terreno e se tornar concreto, ainda que seja, em sua plenitude lúdica, um sentimento abstrato. 

O cruel de um relacionamento amoroso, porém, jamais será a negativa do sentimento, com frases do tipo "não te amo mais", "é melhor a gente dar um tempo", não. O cruel é a mentira praticada em ações cotidianas, muitas vezes descaradas, porque teatrais sem ensaios e direção. Apenas falsas e nada mais. Uma farsa se assim desejar. A cada novo encontro uma mentira. e dentre essas mentiras o sentir e não assumir a "vergonha" de estar com o outro. Fotos e lugares públicos, por exemplo, são registro a serem descartados. Outra é ouvir negativas sobre um parceiro, advindas de "n" direções" (geralmente de 'amigos' em comum) e não defendê-lo, e ainda promover "risinhos" marotos, em descomprometimento pleno. Um afirmar social de que "não é", "não age" e "nem pensa" como esse parceiro. Idiota. "Estava comigo ontem". "Pediu minha opinião". "Conversamos por horas a fio, regados a líquido e a sólido saborosos e de muito seriedade". "Chegamos até a nos abraçar, como se aquele abraço selasse, mais uma vez, nosso relacionamento de fidelidade". Noutras vezes, "tim-tim" com taças de vinho ou jarras de cerveja. "Quanta tirana ironia!"

E para magoar ainda mais, ser preconceituoso sob o próprio preconceito. E isto é pior do que não querer aceitar estar presente no outro. É fingir que tudo está bem. Temperam-se fatos e nunca os correspondem ao que diz acreditar e até defender. São frases do tipo "não tenho nada contra" ou "por mim, tudo bem". Uma ridícula atitude frasal que, quando tomada, posiciona-se totalmente contra, porque quem realmente não é contra a algo está junto a esse algo e não nas suas esquivas e explicações sobre os fatos. Amigos e amores não são sorrateiros para as ações e não mudam curso nem percurso. Amigo rema na mesma direção. E quando faltam remos, usam os braços.

E para arrasar de vez, esses artistas que invadem nossas cenas tendem a estar conosco apenas para manifestar piedade. E nesse tipo de oração piedosa, solicitam proteção, conhecimento e até  doação. O tom de voz muda. Os toques em nossos corpos mudam. Há uma "quase entrega", que se apresenta como sedução dos absurdos  e "abmudos". Quase nada se fala e tudo se diz. E quando pegam em nossas carências, estamos danados. Que pena! O real em tudo isso é que, quando se ama de verdade, perdoa-se até tudo isso, ignora-se cada ação da ignorância que se foi vítima e toca-se o barco à frente. Todavia, quando retomamos o comando, a direção é outra. Por favor e em tempo, em algum momento temos que nos apresentar como comandante, não é?  Afinal, há tempo para apreender e tempo para administrar as aprendizagens adquiridas.

A bússola própria, lembra-se dela? Mente, coração e porta aberta. Só que desta vez em dupla ação: voltar ou partir para nunca mais voltar, ou  enganar o outro, para não se enganar, principalmente por aquele que ama saber que você o ama, o que não é tarefa fácil. A cada discurso, uma revelação. A cada novo convite, um distanciamento aplumado, com direito a justificativas ("não gosto disso", "não gosto daquilo", "isso eu não faço mais"). A cada ausência ou distanciamento paulatino, uma presença assinada de que há prioridades, e de que "você" não está dentre elas. Uma maneira carinhosa de dizer: "Descanse em paz!". No entanto, um reforço entre sorrisos e toques sedutores, como a declarar: "Lembre-se de mim no inventário!"

Na expressão popular, diriam que essas reservas de fala seriam apenas jogos de interesse. E como bons "jogadores, eles não se afastam de vez, porque ainda acreditam nas possibilidades de lucro: móvel, imóvel, capital, social, intelectual. De resto, o sentimento é tão minguado que não alimentará mais o feto que estava por vir, Vale a reflexão de que relacionamentos (até entre os amigáveis) geram fetos, que geram afetos. Afetos que para se desenvolverem precisam de alimentos brotados da alma e não do corpo ou do bolso que cobre o corpo. Em sendo assim, que sejamos felizes sempre, para amar o próximo como amamos esse ex-próximo, que a cada dia se distancia com uma "historinha pra boi dormir" (somos os bois nesses casos).

Estamos cada vez mais maduros, mas o "galho" da árvore da vida ainda insiste em produzir flores a cada primavera. Assim,  vamos caminhando. E alguém nos azucrinando e nos entortando a cabeça. Vai nos botando na boca um gosto amargo de fel. Depois vem chorando desculpas. Pedindo, quando está querendo ganhar de nós um bocado de mel. Contudo, a aprendizagem vai também  se concretizando em nós. E nos vem a lembrança de que todo professor será sempre um eterno aluno. E que um fato não são dois fatos, quando  nosso lado carente diz que sim, e a vida da gente grita que não.

                                                       Ah, essa porta entreaberta...

                                                          Que venha o próximo!


                                                                                                     João D'Olyveira

HELEU e o equilíbrio (ou desequilíbrio) sentimental





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Sinto muito; logo, penso demais!



Enquanto os dias passam devagar ou depressa, nossos incômodos insistem em sobreviver sob luzes diferentes, fazendo com que nos tornemos impotentes para uma série de decisões, incluindo nesse emaranhado de tudo e mais um pouco as "coisas do coração". O que nos parecia resolvido volta à tona sem pedir licença. O denominado simples torna-se agora um ser deveras complicado. As respostas ofertadas, então vistas por nós como eloquentes, apresentam-se como itens quase indecifráveis, exigindo de nós outras respostas, que se tornarão novas questões, e assim sucessivamente. É uma "bola de neve" lançada na lama do pântano dos monstros que nós mesmos criamos. É como se tudo ressuscitasse das cinzas. Um "draculizar-se" em meio a zumbis que nos apavoram, criaturas que vão nos devorando pouco a pouco.


Nesses momentos, se buscarmos a fundo o porquê desse ressuscitar, é possível que possamos encontrar uma "brasinha encapetada", aquela que não se apagou, insistindo em sobreviver do nosso constante sopro humano, o qual ofertamos a "outro", sem querer e até sem perceber. Isto a cada lembrança, a cada imagem desenhada, a cada trago dos nossos estragos orgânicos. Uma espécie de remorso corrosivo que criamos em nossa alma. Um cancro que vai destruindo nossa tão prazerosa "colcha de retalhos". 

Em comparativo livre, podemos dizer que, como normalmente as dores físicas indicam transtornos físicos, os incômodos indicam "dores sentimentais". E todo tipo de dor, seja ela física ou sentimental, carece de merecidos cuidados. No específico, a aprendizagem é que as nossas "dores sentimentais" (ou nossos "incômodos") devem ser tratadas com percepções elevadas, exigindo de nós fórmulas para além da química terrestre. E como há casos e casos, cada qual deverá ser analisado diferentemente. Querer resolver essas questões a partir de uma única fórmula é  mergulhar em águas profundas, sem saber nadar.

Assim, durante esses "incômodos", que possamos iluminar a nossa própria consciência e ampliar nossa visão de mundo. Ouvir o outro e ouvir-se pode (e deve) ser percepção superior necessária. Talvez uma das mais significativas. Um cuidado, porém, é não querer se apresentar sempre como o "filho pródigo" das narrativas, porque essa personagem indica duplo sentido: experiência adquirida ou falta de objetividade. Ela pode ser interpretada, por quem assim desejar, como ausência de determinação e foco. Temos, então, que o "ir" e o "vir" são direitos adquiridos. Já o "saber ir" e o "saber vir" são aprendizagens.

Por essa razão, que os nossos movimentos de "ir e vir" e as nossas pertinentes decisões de "voltar ou não voltar" não sejam ações e reações incômodas, somente busca de solução. O importante mesmo é movimentar o coletivo do nosso ser, porque viver é e sempre será um eterno movimento, seja este progressivo (velocidade positiva), retrógrado (velocidade negativa), acelerado (aumento da velocidade) ou retardado ( diminuição da velocidade).

No dizer do Macaco Simão: "Quem fica parado é poste.". Sendo assim, o importante disso tudo é que os nossos movimentos estejam sempre em equilíbrio com a nossa bússola interna: mente, coração e porta aberta...caso queiramos voltar!


                                                                              João D'Olyveira 



HELEU e a mágoa





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SOBRE MÁGOAS E VAGAS


Aos que me magoaram, muito obrigado. Abriram vagas em minha mente e em meu coração, para que outros muito mais seletos as ocupem. Se um dia eu magoar você, faça o mesmo. As atitudes humanas carecem de equilíbrio. 

                                                                                                                 João D'Olyveira

                                                                                                                                               
                                                                                    http://pensador.uol.com.br/colecao/joaodolyveira/

Heleu e o poder da saudade




Heleu, Marcelo D2, a Saudade e o Poder...


D2 me disse de primeira, ao tratar da saudade, que "a procura da batida perfeita continua". Ninguém havia me apresentado Marcelo nem seus textos poéticos. Descobri esse artista e suas composições em uma das minhas navegações noturnas, assim, sem compromisso. Todavia, como nunca acreditei em "acaso", porque sempre acreditei na existência divina dos casos, tenho que o tal encontro foi para me dizer, em poucas palavras e por necessidade momentânea, que o "Criador Mor", na sua perfeição, ao produzir o homem, propositalmente fez a cabeça acima do coração. Neste específico, foi somar minhas loucas deduções a de D2, ou seja, "que o sentimento não ultrapasse a razão" e confirmar o que já me era quase fato: primeiramente, ame-se; depois, ame. Simples assim, porque o simples resolve tudo! rs

É...a saudade hoje se praticou diferentemente. Não me devorou, não me intimidou. Tudo bem que ela grudou como chiclete. Não nego que foi "broca", castigo mesmo; porém, não me venceu como d'outras vezes. Posso até dizer que senti dor de verdade, porque foi profundo para somente depois voltar pro raso. Ah...como a saudade é má. É "cruela"! 

Contudo, depois das gotas escorridas pelo rosto, consegui sorrir novamente. E mais uma vez mostrei meus dentes, sorridente. Isto porque a serpente tentadora e venenosa não me orquestrou com sua varinha de condão. Hoje foi meu terceiro teste. Passei por ele. Estou firme. Estou rocha...pra outras apostas. E que venham! 

Desta vez doeu, mas não me venceu. É que estou cada dia mais me descobrindo mais forte. "Eu tenho poder. Posso mudar porque eu tenho poder [...] Se eu quero, eu posso porque eu tenho o poder." Tanto, que já estou noutra. "Às vezes, até acho que sou dono do mundo. Talvez  eu seja, talvez eu seja..." do meu! Simbora...


                                                          João D'Olyveira



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