HELEU e esse tal sentimento chamado amor

http://www.google.com.br/

Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.
(Santo Agostinho)

Não é a primeira vez que isto acontece, sendo assim sei que não deveria, todavia ainda me sinto um aprendiz. E dessa maratona, que somam décadas, ficam algumas certezas. Não nos bastam as lições e as fugas, esse tal amor sempre será o novo a nos perturbar. E não é retorno à adolescência, não. O amor é assim mesmo, nessa linguagem que lhe é única, independentemente da idade. Algo que nos é tão simples e, ao mesmo tempo, tão perturbador. Do tudo que lhe é inerente, o que nos resta é a eterna expressão: “Como é complicado o mecanismo do amor!”.

Interessante é como nos portamos, como agimos e a extensão das nossas ações. Hipérboles transitam no corpo e na alma. Nossa masturbação não é somente física, é mental também. Nossas ações confundem nosso cotidiano, que confunde nossas ações. E assim nos posicionamos por horas, por dias, por longo tempo. Curtimos o vago e o preenchemos de esperanças e desejos. E desejamos todos os desejos. Somam-se o puro e o sórdido, porque os dois são necessários aos amantes. Para os amantes não há limites, e se limitado não é amor, é ofício, é sacrifício. Mas o que é o amor senão um sacerdócio?

E nesse cotidiano dos fatos, olhamos para o telefone e desejamos que ele toque, que nos chame, que anuncie a pessoa amada a nos dizer algo, mesmo que seja um “Olá!”. E tudo porque um “olá” nessa altura é um texto sagrado. Depois, sentamo-nos frente a um micro e criamos alternativas para localizar a amada. Usamos todas as possibilidades eletrônicas. E tentamos, e recuamos, e nos declaramos, e nos escondemos em nossas próprias declarações. Criamos a possibilidade de que a pessoa amada nos seja íntima, como um filho, como um irmão. Para diferenciá-la damos-lhe outros nomes, apelidos. Coisa de doido, coisa de quem está a mando “de si próprio em dó”.

Um perigo é não ver a própria cara. Se nós pudéssemos nos ver no momento em que olhamos para os olhos da pessoa amada endoideceríamos perante a verdade revelada. Os olhos são reveladores sinceros. Já perceberam como os olhos ficam dilatados quando nos posicionamos frente à pessoa amada? E como eles brilham... E os poros? Eles se abrem, rasgam-se. Outra situação é o toque. Como desejamos tocar o ser amado. Passamos-lhe as mãos, roçamos-lhe o corpo, beijamos em pedaços. A vontade é “sapecar-lhe” um beijo safado, molhado, malcriado... Mas nos controlamos. Então, resta-nos uma música romântica, um filme romântico, um momento romântico. Resta-nos acreditar que tudo será possível, porque verdadeiro. E acreditamos nessa verdade, enquanto a verdade do tempo passa.

De repente tudo passa, não só o tempo. O que sentimos fica na medida, e o momento de êxtase se esvai, até surgir um próximo amor, porque o mais interessante não é a resposta, não é o ter, é poder sentir esse danado sentimento chamado amor, que nos faz vivos e prontos para outros amores ou para os amores antigos, que sempre nos serão novos, porque presentes. E se presentes, temos mais é que agradecer. Muito obrigado! Adorarei recebê-los em qualquer época do ano, e terei muito prazer em servi-los, porque não se ama sem serventia. E, quando falo sobre esse tal sentimento chamado amor, faço minhas as palavras de Jacques Philippe, que nos diz: “Apesar de raramente termos consciência disso, não há dúvida de que a necessidade mais profunda do ser humano é dar-se”.
João D'Olyveira

HELEU e o quase dezembro




CENA 12: Natal!

Num quase dezembro,
de cabeça cheia,
de olhos minguados e cheios de areia,
um corpo cansado, de barriga vazia,
com ombros caídos e rugas na cara,
resolveu aparecer.

Era mais um sobrevivente,
um operário quase indigente,
mais um otário do sistema sem ecos,
mais um protótipo da vítima social.

Vivia escondido nos cantos,
sem encantos,
apenas pó.
Sempre desmazelado,
de corpo presente,
desdentado,
ouvinte e só.

Sujeito que no final de ano visitava as luzes da praça,
admirava os presépios vivos,
observava atento as vitrinas das lojas sem liquidação.
Um qualquer vivente que somava sonhos a pesadelos,
independentemente do prazo e da ação.
E que ainda se torturava,
assistindo às cenas
que somente nesses sonhos protagonizou.

De longe,
via um homem que vendia,
uma mulher que embrulhava,
um filho que pedia,
outro que reclamava.
E um pai que atendia
sem nunca pestanejar.

E aquela mãe exagerada,
ele via.
E ela ria,
e ria,
tanto quase a gargalhar.

Via o outro que pagava
à vista o olho da cara;
e também se via no próprio,
que com cara de importante
apelava pro cartão.

E aquela imagem franzina,
que nada tinha de natalina,
abraçava calado ao filho,
que junto com ele calava na mesma dor .
Daí olhava pra barriga da esposa,
alisava-a,
e a ela pedia perdão.

E tudo cheirava a um crime não cometido,
por ser ele criminoso e vítima,
um bandido.
E tudo porque trabalhador.
E lá continuava ele...

Sempre espremido num canto,
sem encantos,
apenas pó,
era mais um pária desorientado,
mais que ausente,
desmotivado,
mais uma vez ouvinte e só.

E foi esse mesmo homem,
que no mesmo quase dezembro,
no mesmo quase final de ano,
que pelos seus desenganos,
quase se desiludiu,
quase se finalizou.

E que abençoado pela Providência Divina,
antes que o quase se completasse num canto;
encantado,
à beira do desencanto,
em cantos,
da praça a luz desejou.

Depois sorriu mesmo sem os dentes,
quando viu que o caminho se iluminou,
porque quase no findar das horas,
próximo da eternidade,
sentido pra vida encontrou.
Que não estava na loja,
muito menos era posse do revendedor.
Era uma Verdade inteira,
plena e até rasteira,
interna na sua própria vitrina humana,
aquela que todos têm,
e que nem sempre vêem,
e que pr’o próprio crescimento,
às vezes vem decorada de dor.

E o homem saiu do canto,
e até um hino cantou.
E de joelhos c’a família,
abençoado pela Virgem Maria,
dois dobrados de tempo orou.

Ele descobrira ali,
no momento em que ia se findar,
que dentre os seres viventes
todos têm o seu valor;
e que dentre os presentes,
só existe um presente:
que é o ser trabalhador.
E que independentemente das cifras,
que em todos os seus “natais”,
nunca lhe faltassem a paz
e o essencial AMOR!

João D'Olyveira

HELEU e o beijo







O BEIJO

Segundo o jornalista Miguel Valdivídia, no artigo “O que há em um beijo”, publicado no Site http://www.saudenainternet.com.br, " em suas diferentes manifestações, o beijo é a demonstração de afeto mais amplamente difundida pela sociedade. O tipo de relação que existe entre as pessoas que trocam o beijo é apenas definida pela sua intensidade e intenção, podendo caracterizar uma relação formal, familiar ou amorosa”. Valdivídia ainda afirma que "o beijo é um momento de alta comunicação e erotismo". Segundo o autor, " alguns casais têm observado que apenas beijos podem levá-los ao orgasmo”. Já para a ginecologista Elena Sepúlveda (no mesmo artigo), "um beijo, por mais erótico que seja, não envolve compromisso, mas leva à sensação de prazer e satisfaz a necessidade de contato entre as pessoas”.



TIPOS DE BEIJO

Tradicionalmente, conhece-se pelo nome de "beijo francês" aquele que é dado com a língua. Mas existem outros formatos, segundo a ocasião e o jeito praticado.




Beijo inclinado
Quando os parceiros inclinam suas cabeças para se beijar.


Beijo dirigido
Quando uma das pessoas segura a cabeça e o queixo da outra pessoa e depois a beija.


Beijo reto
Aquele no qual as cabeças aproximam-se em linha reta ou só um pouco inclinadas.


Beijo do lábio superior
O homem beija o lábio superior da boca da mulher, e ela beija o seu lábio inferior.


Beijo de grampo
Quando um dos namorados aperta os lábios do outro com os seus.


Beijo que acende o amor
Aquele dado ao outro quando dorme ou acorda, o qual irá levá-lo à paixão.

Beijo que distrai
Segundo informações retiradas do Kama Sutra, o beijo que é dado quando o outro está ocupado, e serve para distrair a mente e para dirigir o (a) amado (a) a pensamentos eróticos.


Beijo olfatório
Coloca-se o nariz sobre a superfície do órgão genital do parceiro e inala, supõe-se que seja freqüente no Egito, onde o termo “beijar” é utilizado para as ações de beijar e cheirar.


Fonte: http://www.saudenainternet.com.br/portal_saude/o-que-ha-em-um-beijo.php





Não sei se me inclinei,
se ele foi dirigido,
se agi com retidão.
Sei apenas que fiz acender o amor que adormecia há décadas.
Num dado momento,
num breve pedido de licença:
um beijo.
Lábios oportunos que se tocaram na cumplicidade noturna.
Depois o silêncio,
os olhares fixos,
o toque dos dedos nos lábios que foram beijados.

Com carinho,
um tímido pedido de perdão.
O que ouvi foi uma doce voz dizendo:
“não tem porquê”.
A expressão abriu uma imensa cratera de liberdade nos meus desejos.
Senti vontade de pedir um outro,
e meus olhos pediram por mim

No ainda leve novo toque dos lábios,
somei dois beijos,
este segundo junto à sacana vontade de “afrancesá-lo”.
De repente o desvio: um súbito beijo na testa,
sinal de respeito oferecido e resguardado.
No embaraço da ocasião e das ações,
restaram mãos que se tocaram e se acariciaram,
como a buscar alternativas coletivas.

E essas mesmas mãos foram beijadas seguidamente,
quase a dizer que somente nas mãos o beijo era permitido.
Mas foi um beijo no rosto que cessou aquela noite,
como já era normal noutras ocasiões,
sempre nas chegadas e nas saídas.

Restou-me apenas uma afirmação:
"depois que os lábios se tocam,nem tudo volta ao normal".
Porque ficou incompleto,
porque faltou o real do beijo,
porque faltou o outro.

João D’Olyveira



Beijo eterno

Quero um beijo sem fim,
Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!
Ferve-me o sangue. Acalma-o com teu beijo,
Beija-me assim!
O ouvido fecha ao rumor
Do mundo, e beija-me, querida!
Vive só para mim, só para a minha vida,
Só para o meu amor!
Fora, repouse em paz
]Dormindo em calmo sono a calma natureza,
Ou se debata, das tormentas presa,
Beija inda mais!
E, enquanto o brando calor
Sinto em meu peito de teu seio,
Nossas bocas febris se unam com o mesmo anseio,
Com o mesmo ardente amor!
...
Diz tua boca: "Vem!"
Inda mais! diz a minha, a soluçar... Exclama
Todo o meu corpo que o teu corpo chama:
"Morde também!
Ai! morde! que doce é a dor
Que me entra as carnes, e as tortura!
Beija mais! morde mais! que eu morra de ventura,
Morto por teu amor!


Quero um beijo sem fim,
Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!
Ferve-me o sangue: a alma-o com teu beijo!
Beija-me assim!
O ouvido fecha ao rumor
Do mundo, e beija-me, querida!
Vive só para mim, só para a minha vida,
Só para o meu amor!


(Castro Alves)

E Shakespeare já havia anunciado:


“Beijos não são contratos.”
Quer saber mais sobre beijo? Beije sem medo de se apaixonar. Se...deixa rolar! 

HELEU e a verdade shakespeareana

Perguntei a um sábio
a diferença que havia
entre amor e amizade, e
ele me disse essa verdade shakespeareana:



"O Amor é mais sensível;
a Amizade, mais segura.
O Amor nos dá asas;
a Amizade, o chão.

No Amor há mais carinho;
na Amizade, compreensão.
O Amor é plantado
e, com carinho, cultivado;
a Amizade vem faceira, e, 
com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.

Quando o Amor, porém,  é sincero,
ele vem como um grande amigo;
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.

Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração."


Refleti muito sobre as palavras de William Shakespeare, todavia,
como é difícil travar um diálogo entre amor e amizade, entre amigos e amores,
entre...e por favor...não saia jamais!

João D'Olyveira



HELEU e a saudade

http://www.fotosearch.com.br/

S A U D A D E


Hoje o dia se apresentou morno, quase triste, quase noite, quase. O Sol não apareceu, as flores não perfumaram o ar, os pássaros não cantaram e nem rodopiaram nas árvores. As próprias árvores emudeceram os galhos e as folhas. Eu emudeci minha existência, sem vento, sem medo, sem tempo. A vontade era de permanecer na cama, como paciente, como vítima, como apenas corpo. E tudo porque o dia se apresentou morno, quase triste, quase noite, quase morto. Não desejei o aroma do café, nem o sabor da fruta. Até a pureza da água fora por mim esquecida. Não apareci, não perfumei, não cantei, não rodopiei. Apenas me emudeci, quase triste, quase noite, quase. Depois registrei o fato, quase triste, quase noite, quase morto. Que saudade de minha mãe!


João D'Olyveira

HELEU e a imaginação

http://www.google.com.br


Q U E M S E R Á ?


Quem será que vem de Marte para me visitar?
Quem será que vem da Lua para me levar
Quem será que me espera para o jantar?
Juro que não sei...não sei!


Quem será que me dará prazer,
Nessa viagem para o além?
Quem será que me receberá?
Será você...meu bem?


Quem será que pintará o nosso infinito?
Quem agora ouvirá meu grito de paixão?
Será a aurora azulada?
Será você...meu bem?

Então venha...não se arrependa, não!

João D'Olyveira 


Inspiração - 11/jul/2008-22h10min -Santo Antônio do Pinhal/SP

DESTAQUES DO MÊS