apenas não os compartilho.
HELEU e o ano novo..."dinovu"
apenas não os compartilho.
Heleu e o tempo franciscano
Portas se fecham;
janelas não se abrem.
Inimigos chegam;
amigos partem.
Senhores calam;
vassalos gritam.
Francisco pede;
ninguém ouve Francisco...
Quem é Francisco?
Quem são eles?
Quem somos nós?
Ontem, passado.
Hoje, tempos difíceis...
Alimenta-nos, Senhor do Tempo.
Dize-nos o que fazer!
E o SENHOR nos diz:
“Tudo tem seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu...”
(Eclesiastes 3.1)
“... tudo fez Deus formoso ao seu tempo...”
(3.11)
João D’Olyveira
HELEU e os botões
FELICIDADE, eu ainda acredito...
Disse para meus botões:
"Brotem!"
Eles não brotaram,
insistiram em ficar nas casinhas.
Achei aquela atitude provocativa,
insisti também.
Disse ironicamente:
"Vocês não são botões...? Brotem!"
Eles me responderam em coro:
"Somos!"
"E por que não brotam?".
Um a um, eles foram se soltando de suas linhas,
e escorregaram sobre aquele velho tecido,
que jaz cobria aquele meu corpo também velho...
A cada um que deslizava,
feito personagem de um navio fílmico,
eu gritava:
"Pra onde você vai?".
Já não sabia se gritava com eles
ou para eles.
Apenas gritava...
E eles estavam mudos,
porque eu os havia emudecido.
Eles apenas caiam...
Um a um foram se entregando ao nada,
e se espalhando sobre o piso de madeira...
Olhando aqueles frágeis corpos desalinhados,
num misto de tudo e nada,
de quase tudo em nada,
porque confuso estava,
indaguei-os melodramaticamente:
"Por que caíram, botões malditos?! Falem!!".
Um deles, apenas um,
no golfo final,
respondeu-me:
"Queriamos brotar, mas...
"Mas, o quê?!"
"Nossas linhas,
que são nossas artérias,
se arrebentaram..."
"Sim, mas... por que não brotaram?"
"Porque não somos botões que brotam..."
E continuou:
“...cada um tem função própria.
Eu sou um botão que fecha,
uma das minhas missões era omitir suas verdades físicas..."
E declarou:
"Nós não brotamos.”
E ainda fez um paralelo:
"Nós não abrimos, fechamos!".
E concluiu:
“Brotar é para as flores...”
Dizendo isto,
caiu de vez.
Olhei para os outros, todos mortos.
E foi ali, entre mortos, ferido,
que aprendi mais uma das tantas e necessárias lições:
"Quer matar alguém?”
É fácil...
“Exija que esse alguém seja o que ele não é".
Pronto, está dada a receita!
Agora preciso dormir,
o sono está me dominando,
acho que vou cair...
Mas antes,
quero lhe agradecer:
“Muito obrigdo,
por me deixar ficar em casa.”
Hoje pensei em você, apenas pensei...
João D’Olyveira
“O pensamento
parece uma coisa à toa,
mas como é que a gente voa,
quando começa a pensar...”
(Caetano Veloso)
HELEU e o "com-tato"
Carência? Sei lá, chame momentos assim como você desejar. Eu os chamarei de "momentos" e apenas desejarei preenchê-los, ocupá-los. E se for com "pessoas", melhor. Já foi a época dos retiros, do sacrário do ermitão. Hoje não. Hoje quero mais é dividir minha solidão. Não a desejo, porém, se vier, que venha na balança. Parte pra mim. Parte para quem estiver comigo. Afinal, solidão coletiva é até suportável.
E que essa solidão seja a dois (ou a três, como desejar). Se em "família", que venha! Juntos, poderá até rolar o esquecimento da tristeza. Lágrimas poderão se tornar risos. Agora, se a "deprê" insistir, por favor, mude o parceiro (ou o casal). Mude o grupo que você insiste em frequentar. Dividir é o verbo e a conta. Não dividiu, agradeça e parta pra outra (ou pra outros, sei lá).
E tenha em mente: solidão só existe por causa de alguém que partiu, ou que não veio, ou que desejei sem revelar, ou que criei em meu pensamento. Então, solidão é cria, em razão de outros. Se é assim, que outros a dividam comigo. E se você acreditar que assim não mais deveria ser chamada de solidão. Pronto. Um passo dado. Acabamos com a solidão. O que ficou? Alguém triste, magoado, todavia não solitário. Pense neste fato e mude comportamentos!
Continuemos...
Um "clik", amizade constituida. Poderia ser mais um caso eletrônico, mais um dentre a atual disputa numérica. Quantos celulares você possui? Quantos e-mails você tem? Quantos são os seus "amigos" no Orkut ou em qualquer outra página semelhante? Quantos? Quantos? Quantos "quantos" ouvimos por aí? Mas não foi apenas um contato. Foi diferente, possivelmente porque aconteceu. E as coisas, quando verdadeiramente acontecem, tendem a se solidificar, ainda que virtuais.
E falando no "ainda", ainda não a presenciei de corpo, apenas de alma, e isto me bastou. Nossos tatos "ainda" não rolaram, todavia os "com-tatos" são muitos. E proveitosos. Uma mensagem amiga, uma palavra de consolo, uma linha de entusiamo, uma saudação. Gota-a-gota, um oceano vai se formando. Divisão, querido leitor. É isto que está em cena: di-vi-dir sempre! Ela me oferece algo. Eu lhe retribuo algo. Palavras e "alma". Palavras com alma, porque é a alma que sustenta a matéria. Quando a alma parte, o corpo se desfaz. Quando digo palavras sem alma, elas se desfazem, ou nada fazem, porque nada dizem. Portanto, pensemos seriamente naquilo que emanamos ao "Uni-verso", ainda que em prosa!
Continuemos de novo...
Noutra data, que também não me recordo, decidi ofertar-lhe uma poesia. É isto mesmo: "PO-E-SI-A"! Nunca me preocupei com técnicas poéticas, para não ter que oferecer poemas, apenas "alma". Prefiro poesia a poemas. E com prazer imenso, apresento-lhes o resultado daquele dia, da "amizade constituida", da minha alma poética.
PARA MANDINHA, este é o título. É "alma" denominada.
PARA MANDINHA
Música romântica
Noite calada
Lua na estrada
Rosa debruçada
Solitário sobre a mesa
Ponteiros malucos
Minutos desordenados
Românticos e solitários
Sob a luz noturna da saudade chamada coração...
Parece-me que ela gostou, e isto me bastou!
"Quero ser sua amiga", disto eu me lembro muito bem, datas eu não me lembro. Carrego comigo que coisas boas são eternas, porque presentes. Sem datas. E presentes são eternos, porque caminham conosco, são luzes. Coisas ruins, por sua vez, devem ser esquecidas. Sem datas e sem eternidade. "Coisa ruim" não vê a luz.
Sei apenas que se faz chamar "Mandinha". Aquela que manda, que nina e que se faz oportunamente mulher. Não sei se é compromissada. Também, não me importo com este fato, até porque o que me importa é saber mais de "Mandinha" e cada vez menos de outros que já a conhecem. E se existir um outro, e ele "se enervar", que respense atitudes. Não deve haver dúvidas em nossas certezas. Se dúvidas, melhor encerrar o processo.
Somos apenas "amigos", ainda que o meu mental insista em me transferir para o século XII, exatamente para as cantigas...de "amigo". E o que mais quero? Quero o mel, ainda que receba uma "picada" da abelha! E isto...também me basta!
João D'Olyveira
"Não é digno de saborear o mel, aquele que se afasta da colméia com medo das picadelas das abelhas." (Shakespeare)
HELEU e o "dez-encontro"
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DEIXE O TEMPO RESPONDER MINHA PERGUNTA AO UNIVERSO
DEIXE EM VERSO SEU RECADO COM A SECRETÁRIA-DE-ESTAR
NÃO PERGUNTE SOBRE A MINHA VIDA AGORA E CALE
PRA NÃO MAIS ME PODER FALAR
DEIXE O VENTO TRANSFORMAR MEU PENSAMENTO EM ÁGUA
DEIXE A MÁGOA SE PERDER COM O PASSAR DAS HORAS
NÃO PERGUNTE SOBRE O MEU DESTINO AGORA E CEGUE
PRA NÃO MAIS ME PODER ENXERGAR
DEIXE O JURAMENTO CANCELAR MINHA VISÃO DE HOMEM
DEIXE O PÓLEN SE ESPALHAR COM O PASSAR DO VENTO
NÃO PERGUNTE SOBRE O MEU DESEJO AGORA E PARTA
PRA NÃO MAIS ME PODER VOLTAR
PRA NUNCA MAIS ME PODER FALAR
PRA NUNCA MAIS ME PODER ENXERGAR
PRA NUNCA MAIS ME PODER VOLTAR
PRA NUNCA MAIS EU TER QUE TE OUVIR
PRA NUNCA MAIS VOCÊ TER QUE ME VER
PRA NUNCA MAIS EU TER QUE ME RECEPCIONAR
PORQUE O QUE MAIS QUERO AGORA É TE ENTERRAR
E MEU VOCÊ JAMAIS RESSUSCITAR!
HELEU e o "ré-encontro"
Ponto de ônibus.
Clima ameno.
Fim de noite.
Quase madrugada.
Em uma cidadezinha qualquer...
Independentemente de todos os percalços, o clima era de final de brincadeira. Hora de voltar pra casa. Na mente, casos, acasos e ocasiões. Não esperava por ninguém a não ser o transporte (nem ouso dizer o motorista do ônibus, era o ônibus mesmo que eu queria). E este era apenas o elemento funcional naquele momento de minha vida. Na verdade, o que mais desejava naquela hora era relaxar o corpo e a mente. Pudera, havia passado por doze horas de trampo, e corridas. De repente, um grito ecoou noite adentro: "Joooooooooãããão!".
Fosse apenas um grito, seria somente ouvidos. Olhar? Naquele lugar e naquela hora? Jamais! Mas era meu nome que havia sido pronunciado. Por mais comum que seja o meu nome, sabia que era eu a pessoa chamada. Então, a ação era mais que apenas um grito, era um chamado. Um "need to talk to you". Até porque não havia mais ninguém por ali (pelo menos acreditava naquela possibilidade). E sendo assim, nada mais honesto que atender àquele chamado. E o atendi. Alguém gritou: "Boca de forno". Respondi: "Forno!". E assim o foi!
Primeiramente um determinado olhar ao veículo que passara e já se posicionara a uns cinco metros do local onde me encontrava. Quando fixei os olhos, tentando (pelo menos) reconhecer o veículo, ele deslizou suavemente até onde eu estava parado. Diferentemente do grito, agora de forma branda e extremamente carinhosa, fui indagado por uma voz de comando, ainda que dócil: "Faz o que eu mandar?".
Na suavidade do momento, apenas um gesto com a cabeça. Concordei. Porta destravada. Entrei. O boa-noite (ou quase madrugada) foi dito com um beijo. O natural aperto de mãos foi substituido por carícias. Nenhuma fala em um longo e silencioso texto. A partir daquele momento, a brincadeira seria outra. Muito depois, a fala natural: "O que você faz perdido por aqui?".
Não busquei resposta, disse no tapa: "Desejava que alguém me encontrasse". "E esse alguém..." , disse a personagem noturna. "...foi você", completei. Mais um longo beijo. Um abraço de corda de marinheiro. Respirações fortes e localizadas. Risos. Ainda que a estrada insistisse em ser longa, a viagem foi curta. Porém, o suficiente para um diálogo absolutamente pausado, temperado com olhares, carícias, toques...
Ainda que fragmentado, falamos de quase tudo, de quase todos e muito de nós. Contudo, em momento algum me remeti ao passado, até porque passados amorosos devem apenas receber orações de agradecimento. Presente é o que importa, por isso se chama presente. E naquele momento havia recebido um lindo presente: um reencontro. Sendo assim, embora existisse passado, não era passado. Era presente, porque a personagem estava comigo e não apenas em minha mente. Estava comigo, assim como a viagem chegara ao fim.
Ponto de chegada. Hora da despedida. Calaram-se os papos. Outro beijo. Mais um beijo. Um correr de mãos à procura de apoio. Apoio. Um longo abraço. E "tchau!", disse. Foi quando ouvi: "Posso pedir mais uma coisa?" Concordei. Ela insistiu: "Se não a fizer?". Respondi: "Tomo bolo". Ela me olhou, sorriu marotamente e cancelou o pedido. Entendeu perfeitamente a expressão que lhe foi respondida: se não cumprirmos nossas promessas, pagamos por elas. E isto é natural em qualquer situação. É fato. "Se não tem certeza, não prometa!"
E assim foi. Sem promessas de novos encontros, o que me é agradavelmente interessante em qualquer dos meus relacionamentos amorosos. Quiçá fossem em todos! Compromisso é ação de profissionais e não de amantes. Amor, paixão, sexo pertencem a outras áreas, portanto carecem de outras ações.
Sempre concordei que marcar novos encontros significa continuar. Porém, como continuar aquilo que já está completo. Penso assim: "a história deve ser completa no tempo, no espaço e na ação". Novo encontro, portanto, é nova história. E ainda não sei quem serão os novos atores. Sei apenas que depois os escalarei. Caso contrário, serei eternamente dirigido.
Agradeci. Destravei a porta do carro. Sai. Nem olhei para trás. Aliás, nunca olho para trás. Sempre acreditei que (assim fazendo) pudesse me tornar uma estátua de sal. Eu não quero ser estátua. Quero vida em abundância.
Hoje me resta o acaso, que se tornou um caso, em razão de uma ocasião. A imagem ficará em minha mente como um "bom presente". E esse "presente" será lembrado noutros dias, noutros pontos de ônibus, noutras cidade, até que apareçam outras personagens interessantes, para que eu possa compor minha real narrativa, a qual se apresenta em capítulos dários. Até porque o que realmente vale nesta vida são os encontros. Sejam eles quais forem. Seja o encontro com o outro, com os fatos, com a realidade, com as descobertas. O nosso próprio encontro. Este extremamente necessário, para que, no encontro com o outro, possamos ser e estar e não apenas estar. Estar sem ser jamais será completo. Tenho provas disto.
Na mente, apenas a voz a me dizer:
" Boca de forno."
E minha versão criança não inocente a responder:
"Forno!"
HELEU e as "más-caras"
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“Um dia a máscara cai”, disse um sujeito no cume da raiva, referindo-se a outro sujeito, motivado por um descontentamento ocorrido entre eles. Pena, no desequilíbrio linear entre razão e coração, o dito falante não ter podido refletir sobre as muitas máscaras que também faz uso. Se assim agisse, jamais diria tal frase (ou pelo menos saberia como expressá-la), até porque o saber expressar ou omitir esse dizer significa preservar-se de uma fatídica autoacusação.
O que se observa é que “ele” (o dito falante), além de não perceber a máscara que usava enquanto pronunciava tal frase, ignorou uma informação básica, a de que somos uma parte máscara e todas as outras também. Não bastasse, deixou de lado a informação de que, quando apontamos como única a máscara do outro, enganamo-nos, acreditando que somente esse “outro” fosse capaz de fingir, representar. Como se somente esse “outro” enganasse. Nem passou pela cabeça do sujeito falante, que “máscara” é condição social e (por que não) necessidade política.
Importante salientar que, longe de tudo o que é ficção, representação artística, e distante completamente de qualquer ritual, refiro-me, neste momento, às nossas máscaras cotidianas, à personalidade de cada indivíduo (máscara, do grego persona). Para Jung[1], por exemplo, são oito os tipos de personalidade. Os estudos do Eneagrama[2], por sua vez, apontam-nos nove tipos, todos funcionando como uma máscara invisível, uma casca que criamos para nos adaptarmos ao meio social.
Segundo Mário Margutti[3], estudioso em Eneagrama, uma das funções desse estudo “é exatamente a de nos dizer qual é o número da caixa onde nos empacotamos, para que possamos sair da prisão da mecanicidade e despertar o nosso verdadeiro ser, que é consciente e não mecânico”. E completa: “Para despir a máscara, é preciso contrariar os hábitos, vícios e paixões que cada tipo de personalidade adquire desde a primeira infância. Algo que não é nada fácil”.
Sendo assim, como estamos cotidianamente presentes nos mais diversos “bailes de máscaras”, nos quais muitas vezes não somos apenas “convidados”, mas “anfitriões”, que possamos refletir sobre nossos posicionamentos críticos, porque, antes de qualquer análise (quanto mais da alheia), é preciso descortinar nossas próprias prisões. E perceber que somos sócios de inúmeros cárceres (“de carteirinha”), e muitos deles “mascarados” de liberdade absoluta.
João D’Olyveira
[2] Sua origem não é conhecida. O que se tem são informações sobre sua aplicação, há mais de 4.000 anos, pelos sumérios, pela fraternidade Sarmaun, por Zoroastro, Pitágoras, e outros. Informação obtida em: http://www.eneagrama.com.br. Acessado em 6 set. 2009.
[3] Mário Margutti é jornalista, ministra Workshops de Simbolismo e por muitos anos atuou como um dos diretores do IDHI ® ®. Citação obtida em O ENIGMA DAS MÁSCARAS - De utensílios ritualísticos à psicologia moderna, a história das máscaras está ligada à própria história do homem, escrito por Natália Klein, em: http://www.rabisco.com.br/56/mascaras.htm. Acessado em 6 set. 2009.
HELEU e o librianismo do artista
Arte, João D'Olyveira
HELEU e a Luz no Fim do Túnel
Procurava por minhas publicações e me encontrei no interior de uma delas. Se todas elas eu encontrasse, em todas lá eu estaria. E me pus a pensar...
O elemento motivador do homem é a eterna procura. Procuramos tudo de quase tudo em quase tudo. Procuramos caminhos e soluções. Procuramos parceiros, amores... Procuramos soluções para os problemas que nós mesmos criamos em nossa caminhada. Mas, de que nos vale a luz no fim do túnel, se o mais importante, em vida, é o próprio túnel?
E tudo porque, quando a luz chegar, na boca final desse túnel, uma das nossas vidas se encerrará. Sabedores disso, percebamos que essa luz apenas terá a função de iluminar novas entradas, jamais interiores, apenas portas e portões. Quando auxílio, janelas. E o entendimento é simples, ainda que desconfortável para alguns. Somos nós, nessa procura, os únicos responsáveis pela nossa própria "auto-iluminação".
E, no momento exato, essa luz surgirá, para iluminar nossa passagem para outro túnel, também projetado por nós, em razão do uso qualificado dos talentos que nos foram ofertados, a partir das divinas imagem e semelhança, e do livre arbítrio, que nos é singular, porque oferece plural.
Portanto, mais que pedir luz, que possamos obtê-la a partir das nossas ações cotidianas! Afinal, quanto mais significativas essas ações, mais luz no final do nosso túnel.
Boa caminhada!
João D’Olyveira
HELEU e a danada da posse
Linda,
no reflexo dourado da minha doce manhã,
na brisa leve deste meu inverno de avelã,
na claridade da Lua que me revela meu céu...
Linda,
na rua da minha mocidade que se foi,
na estrada dos meus sonhos de herói,
na parada dos meus desejos que inda estão em mim...
Eternamente Linda,
neste meu pensamento livre e sem pudor,
nesta busca incessante do meu eterno amor,
nestes meus casos e acasos hoje virtuais...
Eternamente Linda,
na branda saudade brotada em meu coração,
na vontade extinguida de toda minha razão,
nos meus passos e compassos tão naturais...
Linda,
amada dos meus ritmados e melódicos dias,
doce melodia dos meus marotos carnavais,
delicioso mel da bela flor que se cultiva em mim...
Linda,
minha força e meu reencontro na paixão das minhas horas,
meu confronto com a paz na minha solidão que chora,
minha sede de viver que não deseja meu fim...
Eterna e sempre Linda,
minha vida e minha glória em meu cantar de luz,
minha terna e eterna história que hoje me conduz,
sempre minha porque sempre foi meu sim...
Eternamente Linda,
meu amor em cada uma das minhas verdades reveladas,
meus fios e desafios desta minha estrada,
meu tudo no momento absurdo deste meu real...
Linda,
minha eterna companheira dos meus primeiros segundos,
meu verso em poesia no completo tempo do meu mundo,
meu único onipresente tão presente do meu sempre natal...
Te amo, Linda!
E isto me basta.
João D’Olyveira
HELEU e o tempo presente
Hoje quero olhar pro nosso céu
E pedir perdão ao nosso Deus
Quero olhar pro nosso Sol
E não mais só me queimar...
Hoje quero andar em nossa rua
D’alma nua sem pudor
Quero olhar pro seu que é meu olhar
E lhe revelar o meu que é nosso amor...
Hoje quero
Tudo quero
Quero tudo que puder
Hoje quero
Quero tudo
Quero tudo que vier...
Hoje quero ouvir nossa palavra
Quero a mais pura da nossa decisão
Quero resgatar o nosso mar de sentimentos
Quero nossa mente e tão somente nosso coração...
Hoje quero refletir nosso espelho
Ver minh’alma e a sua resgatadas
Apagar nossos olhos vermelhos dilatados
E poder sorrir pra mim e pra nós...
Porque o tempo se esvai e não volta
Porque o tempo que passou foi revolta
Porque o tempo foi sincero e nos revelou
Porque também sincero fui e fomos
Porque também sincero como o tempo sou
Hoje quero
Tudo quero
Quero tudo que puder
Hoje quero
Quero tudo
Quero tudo que vier
Só hoje... amanhã poderá ser tarde demais!
João D'Olyveira
HELEU e a monoreflexão
Mais uma vez,
o tempo se fez neutro.
Quase cinza, quase sem cor.
Oportunamente,
o inegável passado me veio à mente,
para me condenar. E me condenou.
Pura acusação do tempo!
Desejei lágrimas, elas se recusaram a cair.
Desejei vozes, ouvi apenas uma expressão:
"Mea culpa, mea máxima culpa".
Sem forças, reconheci a verdade:
a culpa era realmente minha!
Porque sempre será nossa culpa
a situação na qual nos encontramos.
Emanamos tristeza porque atraimos tristeza.
Emanamos dissabores porque atraimos dissabores.
E por aí vai...
Vida é ação e reação!
Deus faz a parte que lhe cabe,
que possamos fazer a nossa!
E sem reclamar...Amém!
João D'Olyveira
HELEU e as raízes do amor
RAIZES DO AMOR
Sem entreatos
HELEU e o agradecer
mesmo sabendo que as rosas não falam...
Que eu não perca o OTIMISMO,
Que um pequeno grão de alegria e esperança
(Francisco Cândido Xavier)
HELEU e o platônico do amor
porque o olhar refletira a mesma vontade, o mesmo desejo.
na balança dos meus sentimentos.
Não resisti, mais uma vez,
Não é assim tão simples como parece ser.
E ninguém mais!
Se rapidamente passou o tempo.
Não sei se passou o tempo.
tendo você junto a mim.
apenas um sorriso franco.
que no toque das mãos,
Momento e ações que me faziam acreditar que este meu amor não é único,
porém, contudo e,
E na hora da partida,
ação que serviu de alimento para esta nova história,
Que me fez repensar que dizer "te amo" era pouco.
O amor platônico é um amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve. Reveste-se de fantasias e de idealização. O objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem máculas [...] O medo de não atender aos anseios do objeto amado, o sentimento de desvalorização, incapacidade e desintegração podem contribuir para o não aproximar-se, amar a distância, impedindo que o indivíduo vivencie uma experiência de não só amar, mas sentir-se amado, não só cuidar e se preocupar, mas sentir-se acolhido, contido e amparado. Essa troca de experiências emocionais é que permite o sentimento de que amar e viver vale a pena, e nos ajuda a suportar as dificuldades e os conflitos do cotidiano.(Dra Marisilda Barros - Psicoterapeuta, in http://www.infonet.com.br/saude/).
HELEU e esse tal sentimento chamado amor
Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.
Não é a primeira vez que isto acontece, sendo assim sei que não deveria, todavia ainda me sinto um aprendiz. E dessa maratona, que somam décadas, ficam algumas certezas. Não nos bastam as lições e as fugas, esse tal amor sempre será o novo a nos perturbar. E não é retorno à adolescência, não. O amor é assim mesmo, nessa linguagem que lhe é única, independentemente da idade. Algo que nos é tão simples e, ao mesmo tempo, tão perturbador. Do tudo que lhe é inerente, o que nos resta é a eterna expressão: “Como é complicado o mecanismo do amor!”.
HELEU e o quase dezembro
Num quase dezembro,
de cabeça cheia,
de olhos minguados e cheios de areia,
um corpo cansado, de barriga vazia,
com ombros caídos e rugas na cara,
resolveu aparecer.
Era mais um sobrevivente,
um operário quase indigente,
mais um otário do sistema sem ecos,
mais um protótipo da vítima social.
Vivia escondido nos cantos,
sem encantos,
apenas pó.
Sempre desmazelado,
de corpo presente,
desdentado,
ouvinte e só.
Sujeito que no final de ano visitava as luzes da praça,
admirava os presépios vivos,
observava atento as vitrinas das lojas sem liquidação.
Um qualquer vivente que somava sonhos a pesadelos,
independentemente do prazo e da ação.
E que ainda se torturava,
assistindo às cenas
que somente nesses sonhos protagonizou.
De longe,
via um homem que vendia,
uma mulher que embrulhava,
um filho que pedia,
outro que reclamava.
E um pai que atendia
sem nunca pestanejar.
E aquela mãe exagerada,
ele via.
E ela ria,
e ria,
tanto quase a gargalhar.
Via o outro que pagava
à vista o olho da cara;
e também se via no próprio,
que com cara de importante
apelava pro cartão.
E aquela imagem franzina,
que nada tinha de natalina,
abraçava calado ao filho,
que junto com ele calava na mesma dor .
Daí olhava pra barriga da esposa,
alisava-a,
e a ela pedia perdão.
E tudo cheirava a um crime não cometido,
por ser ele criminoso e vítima,
um bandido.
E tudo porque trabalhador.
E lá continuava ele...
Sempre espremido num canto,
sem encantos,
apenas pó,
era mais um pária desorientado,
mais que ausente,
desmotivado,
mais uma vez ouvinte e só.
E foi esse mesmo homem,
que no mesmo quase dezembro,
no mesmo quase final de ano,
que pelos seus desenganos,
quase se desiludiu,
quase se finalizou.
E que abençoado pela Providência Divina,
antes que o quase se completasse num canto;
encantado,
à beira do desencanto,
em cantos,
da praça a luz desejou.
Depois sorriu mesmo sem os dentes,
quando viu que o caminho se iluminou,
porque quase no findar das horas,
próximo da eternidade,
sentido pra vida encontrou.
Que não estava na loja,
muito menos era posse do revendedor.
Era uma Verdade inteira,
plena e até rasteira,
interna na sua própria vitrina humana,
aquela que todos têm,
e que nem sempre vêem,
e que pr’o próprio crescimento,
às vezes vem decorada de dor.
E o homem saiu do canto,
e até um hino cantou.
E de joelhos c’a família,
abençoado pela Virgem Maria,
dois dobrados de tempo orou.
Ele descobrira ali,
no momento em que ia se findar,
que dentre os seres viventes
todos têm o seu valor;
e que dentre os presentes,
só existe um presente:
que é o ser trabalhador.
E que independentemente das cifras,
que em todos os seus “natais”,
nunca lhe faltassem a paz
e o essencial AMOR!
João D'Olyveira
DESTAQUES DO MÊS
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